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Brasil

Planos de saúde criam alternativas para consumidor manter benefício

Segundo a Anab, pelo menos 20 novos produtos já foram criados

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Os reajustes anuais e por mudança de faixa etária de planos de saúde foram suspensos entre setembro e dezembro do ano passado, por determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), e devem ser cobrados em 12 parcelas a partir deste mês. Com o adiamento dos reajustes que seriam realizados para compensar os gastos das operadoras no período anterior, as empresas poderão fazer a cobrança de dois reajustes anuais, dependendo da data-base da aplicação a ser considerada.

Com a pandemia do novo coronavirus, o plano de saúde pode pesar no bolso dos consumidores diante do desemprego crescente no país, que reduziu os ganhos e o consumo. O problema levou a Associação Nacional das Administradoras de Benefícios (Anab) a orientar as empresas do setor a criarem alternativas para os consumidores. De acordo com a entidade, pelo menos 20 novos produtos foram criados até o momento para atender os consumidores que desejam manter o benefício e migrar de plano, com preços mais acessíveis após o reajuste que está sendo aplicado.

A Anab representa as empresas gestoras e comercializadoras de planos de saúde coletivos, em que o benefício é vinculado a alguma empresa ou entidade de classe a que o consumidor esteja ligado. Segundo a ANS, existem cadastradas no Brasil 168 administradoras de benefícios. Cerca de 6,2 milhões de clientes têm planos da modalidade coletivo por adesão, dos quais em torno de 3 milhões contam com a atuação de uma administradora.

Opções

O presidente da Anab, Alessandro Acayaba de Toledo, disse que as empresas associadas estão atuando para “orientar os consumidores a fazerem seus cálculos e a optar por alternativas muito próximas ao produto que já dispunham e, assim, manter o plano de saúde, que é tão importante, sobretudo em meio a uma pandemia”. A redução dos valores ocorre, normalmente, pela oferta de redes credenciadas de alcance regional, com foco em necessidades locais; e também por parcerias com operadoras verticalizadas, isto é, que têm seus próprios locais de atendimento ao paciente.

Dados da Anab mostram que, nos últimos oito anos, a diferença entre o valor pedido pelas operadoras para o reajuste anual e o efetivamente cobrado dos clientes das administradoras de benefícios alcançou R$ 6 bilhões, com queda de 54%, o que gerou economia mensal por beneficiário de R$ 131. Toledo informou que o reajuste médio aplicado pelas administradoras nos contratos que venceram em 2020 e está sendo aplicado em 2021 ficou em 15,3%, depois das negociações com as operadoras. O valor médio pago pelos beneficiários é de R$ 837.

Planos

No Brasil, 47,1 milhões de pessoas têm plano de saúde privado, o que corresponde a pouco menos de 25% da população. São três os planos praticados no país: individual ou familiar, coletivo empresarial e coletivo por adesão. Os consumidores se dividem entre pessoas físicas, que contratam o plano por conta própria, e pessoas jurídicas, em que o plano é um benefício oferecido pela empresa em que as pessoas trabalham ou pela entidade de classe a que pertençam.

A Anab sustentou que todos os planos de saúde têm regras estabelecidas pela ANS. Os planos individuais têm o percentual de reajuste definido pela agência reguladora, enquanto os planos coletivos obedecem à livre negociação entre a operadora e as empresas, associações de classe ou sindicatos, devendo comunicar o percentual de reajuste à ANS.

A Anab chamou a atenção para o fato de que, além dos reajustes anuais, pode haver também reajuste por mudança de faixa etária para alguns beneficiários. Nos contratos celebrados até janeiro de 1999, prevalece o que foi estabelecido na época. Planos a partir de janeiro de 1999 até 1º de janeiro de 2004 têm sete faixas, sendo a primeira entre 0 e 17 anos e a última faixa com 70 anos ou mais. Contratos firmados após 1º de janeiro de 2004 contêm dez faixas, sendo a primeira entre 0 e 18 anos e a última com 69 anos ou mais. Pela Resolução Normativa ANS nº 63/2003, o valor fixado para a última faixa etária não pode ser superior a seis vezes o valor da primeira faixa (0 a 18).

Procon 

O órgão de defesa do consumidor do município do Rio de Janeiro esclareceu que apesar da permanência do estado de calamidade pública em função da covid-19, a medida que suspendeu o reajuste não foi estendida, o que permite que as operadoras cobrem o aumento a partir deste ano.

O Procon alertou, entretanto, que o consumidor precisa saber de algumas regras para recorrer de alguma cobrança indevida. A primeira delas é que, de acordo com a ANS, o reajuste deve ser parcelado em pelo menos 12 vezes sem juros. Outra observação a ser feita é sobre a data de aniversário do contrato e quando foi feita a suspensão da cobrança, porque os reajustes serão relativos apenas aos meses que não tiveram o valor aplicado.

O órgão de defesa do consumidor do município lembra que o valor máximo do reajuste para planos individuais é de 8,14%. Para os planos coletivos, não há essa limitação e o cálculo é feito de acordo com a sinistralidade da carteira de clientes.

A coordenadora do Procon, Renata Ruback, afirmou que os consumidores que tiverem qualquer problema com a cobrança devem registrar reclamação no órgão. “Caso seja verificada abusividade, a operadora pode ser multada e o consumidor ter o valor cobrado indevidamente restituído”, disse Renata. Ela lembrou que a determinação da ANS não impede que o consumidor que esteja em dificuldades financeiras negocie com a empresa uma proposta com melhores condições de pagamento. “Vimos casos em que a operadora isentou a cobrança da parcela de janeiro, por exemplo”.

O consumidor pode entrar em contato com o Procon do Rio de Janeiro pelo telefone gratuito 1746. 

Por: Agência Brasil

Educação

Senado aprova projeto que proíbe o uso de celulares nas escolas; saiba o que muda

Medida visa limitar distrações nas escolas e reduzir os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia entre os estudantes.

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O grupo sugere que os celulares sejam desligados e mantidos fora do alcance dos alunos durante todo o período escolar

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (18), um projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas de todo o Brasil. A medida, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, proíbe o uso dos aparelhos em sala de aula, durante os intervalos e recreios, mas permite que os estudantes levem seus celulares para a escola, desde que os mantenham desligados e guardados na mochila. Agora, o projeto segue para sanção do presidente Lula e, se aprovado, começará a valer no próximo ano letivo.

A decisão gerou controvérsias, com algumas críticas sobre brechas no texto que poderiam permitir que os estudantes burlassem a regra, argumentando, por exemplo, sobre a liberdade de expressão. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), responsável pelo relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, defendeu a proposta, afirmando que a redação final foi resultado de um consenso que buscou viabilizar a implementação da medida.

O que muda com a nova lei

A nova lei proíbe o uso de celulares em todas as etapas da educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio. O uso dos dispositivos será permitido somente para fins pedagógicos, com a orientação de professores, e em situações especiais, como para garantir direitos fundamentais ou em casos de emergência.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), responsável pelo parecer no Senado, ressaltou a importância da proposta para a segurança física e mental dos alunos, citando dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022, que mostraram que estudantes que usaram smartphones por mais de cinco horas diárias obtiveram pior desempenho do que aqueles que usaram por uma hora ou menos.

Vieira também destacou os impactos do uso excessivo de celulares na vida dos jovens e a competição de atenção que, segundo ele, é prejudicial ao desenvolvimento dos adolescentes.

Durante a tramitação na Câmara, a proposta gerou resistência, especialmente de parlamentares conservadores, que temiam que a medida impedisse a fiscalização de possíveis influências ideológicas nas escolas. Para conseguir o apoio desses deputados, Ferreirinha inseriu no projeto um dispositivo que permite o uso dos celulares para garantir direitos fundamentais, o que foi criticado por alguns grupos, como o Movimento Desconecta. Camilla Bruzzi, membro do movimento, afirmou que essa flexibilização poderia abrir brechas para o não cumprimento da lei.

Outro ponto criticado pelo Movimento Desconecta foi a falta de uma regra que obrigue o armazenamento dos aparelhos de maneira segura. O grupo sugere que os celulares sejam desligados e mantidos fora do alcance dos alunos durante todo o período escolar.

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Brasil

Jovens brasileiros são vítimas de tráfico humano em Mianmar após promessa de emprego

Luckas e Phelipe foram levados para trabalhar em golpes digitais, enfrentando tortura e ameaças de morte, enquanto famílias clamam por resgate e apoio das autoridades brasileiras

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Luckas e Phelipe foram levados para trabalhar em golpes digitais

Dois jovens brasileiros, Luckas Viana dos Santos, 31, e Phelipe de Moura Ferreira, 26, foram vítimas de tráfico humano após aceitarem propostas de emprego em tecnologia, supostamente na Tailândia, e acabarem sendo levados para Mianmar, onde foram forçados a trabalhar em condições análogas à escravidão. Ambos são paulistanos e estavam morando em outros países quando receberam as ofertas de trabalho.

Luckas foi traficado no início de outubro, enquanto Phelipe foi levado ao mesmo destino no final de novembro. A família de Phelipe, que até então não tinha notícias dele, descobriu em dezembro que ele estava no mesmo local que Luckas. Phelipe conseguiu entrar em contato com o pai por mensagens ocultas em redes sociais, revelando as condições de tortura e ameaça de morte que ele e Luckas estavam sofrendo.

De acordo com as mensagens enviadas pelo jovem, os dois estavam sendo agredidos e ameaçados de morte. Phelipe relatou que haviam sido obrigados a realizar golpes financeiros online e temiam por suas vidas, com os traficantes ameaçando retirar seus órgãos e vendê-los. “Eles vão tirar nossos órgãos. Como ficar calmo assim?”, escreveu Phelipe ao pai.

A situação de ambos gerou grande preocupação nas famílias, que criticam a resposta das autoridades brasileiras. A família de Luckas enviou uma carta ao presidente Lula em novembro, mas recebeu apenas uma resposta protocolar do Itamaraty, que alegou estar em contato com as autoridades locais e realizando gestões para o resgate dos brasileiros.

Os traficantes estavam explorando os jovens para aplicar golpes financeiros via aplicativos de mensagens. Segundo familiares, os dois foram levados sob a promessa de empregos com salários elevados, mas ao chegarem em Mianmar tiveram seus passaportes retidos e foram forçados a trabalhar em condições de escravidão.

A situação dos dois brasileiros é um reflexo de uma rede de tráfico humano que tem vitimado muitas pessoas, especialmente homens com ensino superior, para o trabalho forçado em golpes digitais. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil tem alertado sobre esses esquemas, que envolvem promessas de trabalho em países como a Tailândia, mas que, na prática, acabam levando os trabalhadores a Mianmar, onde são explorados e abusados fisicamente.

A ONU estima que cerca de 120 mil pessoas em Mianmar estão em condições análogas à escravidão devido ao tráfico humano, e centenas de milhares em outros países do sudeste asiático enfrentam situações semelhantes.

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Brasil

Gesto de “três dedos” pode ter motivado assassinato de adolescente em Jericoacoara

Henrique Marquez de Jesus, de 16 anos, foi sequestrado e morto por um grupo de homens; polícia investiga possível ligação com facção criminosa após foto registrada na vila

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Henrique Marquez de Jesus

O jovem Henrique Marquez de Jesus, de 16 anos, foi encontrado morto nas proximidades da vila de Jericoacoara, no Ceará, após desaparecer na noite de segunda-feira (16/12). Natural de Santos (SP), Henrique estava de férias com o pai e, de acordo com a família, a morte do adolescente pode estar relacionada a um gesto feito por ele em uma foto. O gesto, que envolvia o sinal de “três dedos”, é conhecido por ser associado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e outras facções aliadas.

Embora a polícia cearense ainda não tenha confirmado a relação entre o gesto e o crime, investigações apontam que a execução pode ter sido motivada por facções rivais. O caso ganhou mais atenção após a divulgação de um vídeo, no qual Henrique é visto sendo sequestrado por um grupo de sete homens.

O pai do jovem, Danilo Martins de Jesus, confirmou a morte do filho na quarta-feira (18/12). O corpo de Henrique foi encontrado nas proximidades da Lagoa Negra, em uma área isolada de Jericoacoara. Inicialmente tratado como um caso de desaparecimento, a Polícia Civil segue com as investigações para esclarecer as circunstâncias do crime.

De acordo com o relato de Danilo à polícia, Henrique retornava sozinho ao hotel onde estava hospedado por volta das 23h de segunda-feira, com o objetivo de recarregar o celular e descansar, pois planejara voltar a Santos no dia seguinte. Quando o pai chegou ao local, horas depois, não encontrou o filho e iniciou buscas pela vila. Na manhã de terça-feira, ao procurar imagens de câmeras de segurança, Danilo obteve o vídeo que mostrava o momento em que o filho era sequestrado. O material foi entregue à polícia, que instaurou um inquérito para apurar o crime.

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