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Mundo ultrapassa marca de 1 milhão de mortes por covid-19

EUA e Brasil concentram 35% das mortes oficialmente identificadas no mundo, apesar de representarem apenas 7% da população global. Secretário-geral da ONU pede mais “liderança responsável” e diz que “desinformação mata”.

Enterro de vítima do coronavírus em Gana, na África.
Enterro de vítima do coronavírus em Gana, na África. Número de mortes no mundo dobrou em três meses.

O mundo superou oficialmente na madrugada desta terça-feira (29/09) a marca de um milhão de mortes por covid-19 desde que o novo coronavírus foi detectado na China, em dezembro passado. Mais cedo, o planeta ultrapassou a marca oficial de 33 milhões de casos de covid-19, segundo dados da universidade americana Johns Hopkins,

Nos quase nove meses desde que a primeira morte pela doença foi oficialmente declarada na China, em 11 de janeiro, a crise provocou uma acentuada crise econômica pelo mundo, instabilidade política, a imposição de medidas de distanciamento social e uma corrida pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz. Nas últimas semanas, países europeus que haviam sido duramente afetados pela doença entre março e abril, vêm observando um novo aumento acentuado de casos.

O número de mortos no mundo dobrou nos últimos três meses. Em 28 de junho, eram 500 mil mortos. Em 10 de abril, 100 mil.

Já a cifra de infecções declaradas em nível global triplicou desde o fim de junho, quando o planeta contava com 10 milhões de casos.

Os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado pela pandemia, tanto em número de mortos (205.085) quanto de casos (7.149.073). Em seguida aparece a Índia, com cerca de 6,1 milhões de casos. O país asiático, no entanto, aparece em terceiro em número de mortes, atrás do Brasil. Contabiliza pouco mais de 96 mil mortes, contra 142.058 do país sul-americano.

O Brasil, por sua vez, terceiro em número oficial de casos, diagnosticou a doença em 4,7 milhões de pessoas, mas especialistas alertam que a cifra no país é seguramente bem mais alta, por causa da falta de testes em larga escala.

Ao longo da pandemia, o Brasil adotou uma estratégia muita vezes errática para combater a pandemia, com o governo do presidente Jair Bolsonaro deliberadamente desestimulando medidas de distanciamento social e apostando em soluções sem base científica, como a promoção da hidorxocloriquina, e espalhando desinformação sobre o vírus. A política levou o país à sexta posição no ranking mundial de mortes por 100 mil habitantes, ou quarta, se forem desconsiderados países nanicos como San Marino e Andorra.

Juntos, EUA e Brasil respondem por 35% do total de mortes pela doença no mundo que foram oficialmente identificadas. Para efeito de comparação, os dois países somados representam apenas 7% da população do planeta.

Assim como o Brasil, a liderança americana também adotou uma abordagem que minimizou os efeitos do coronavírus, estimulando que as pessoas voltassem ao trabalho mesmo quando as mortes estavam em crescimento acelerado.

Após a divulgação do registro de 1 milhão de mortes, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lamentou o que classificou como “marca agonizante” no número de mortos provocados pela covid-19 e exortou a sociedade a aprender com os erros para superar a pandemia. 

 “O mundo deve lamentar hoje um número terrível: a perda de um milhão de vidas como resultado da pandemia da covid-19”, disse Guterres numa mensagem vídeo. 

“Eram pais e mães, mulheres e maridos, irmãos e irmãs, amigos e colegas”, disse o secretário-geral.

Guterres também disse que embora o fim da pandemia ainda não esteja à vista, o mundo pode “superar este desafio”, mas que para que isso aconteça as pessoas devem “aprender com os erros”. 

“A liderança responsável é essencial. A ciência é importante. A cooperação é importante. A desinformação mata”, advertiu.  “Embora nos lembremos de tantas vidas perdidas, nunca esqueçamos que o nosso futuro depende da solidariedade: como povo unido e como nações unidas”, concluiu.

Por: JPS/lusa/ots – DW

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Putin desafia Tribunal de Haia e visita país que deveria prendê-lo

Apesar das críticas internacionais, a Mongólia o recebeu com honras de chefe de Estado

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Foto:Divulgação

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, chegou à Mongólia nesta segunda-feira (2/9) para uma visita oficial, desafiando o mandado de prisão emitido pelo Tribunal de Haia em março de 2023. Esta é a primeira vez que Putin viaja para um país que, teoricamente, deveria cumprir a ordem da Corte Internacional.

Apesar do mandado de prisão em vigor, a Mongólia acolheu Putin com honras de chefe de Estado. Durante sua estadia de dois dias, o presidente russo participará de reuniões bilaterais e assinará documentos com o governo mongol.

O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia pediu publicamente que as autoridades mongóis cumpram o mandado de prisão e entreguem Putin ao Tribunal Penal Internacional. A União Europeia também expressou seu desejo de ver a decisão respeitada.

No entanto, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, minimizou as preocupações, afirmando que o governo russo não está preocupado com a execução do mandado e que mantém um “diálogo maravilhoso” com a Mongólia.

Putin já havia demonstrado cautela em participar de eventos internacionais, como a cúpula dos Brics em agosto de 2023 na África do Sul. O Kremlin ainda não descartou a possibilidade de sua presença na próxima cúpula do G20, marcada para novembro no Brasil.

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Identificação do homem congelado em caverna dos EUA resolve mistério de quase 50 anos

A descoberta foi feita graças à investigação detalhada de um detetive que revisitou arquivos antigos, e não por tecnologia moderna

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Foto: Rede social

O enigma que envolvia o corpo congelado encontrado em uma caverna na Pensilvânia em 1977 foi finalmente solucionado, após quase cinco décadas. O Gabinete do Médico Legista do Condado de Berks identificou os restos mortais como pertencentes a Nicholas Paul Grubb, um jovem de 27 anos de Fort Washington, Pensilvânia.

Curiosamente, a tecnologia moderna não foi responsável por resolver o caso do “Pinnacle Man”, nome inspirado no pico das Montanhas Apalaches próximo ao local onde Grubb foi encontrado. De acordo com o médico legista do condado, John Fielding, o avanço na identificação foi resultado do trabalho de um detetive da Polícia Estadual da Pensilvânia, que fez uma descoberta crucial ao revisar arquivos antigos.

Em 16 de janeiro de 1977, caminhantes encontraram o corpo congelado de um homem em uma caverna situada abaixo do Pinnacle, em Albany Township. Durante a autópsia, não foi possível identificar o homem por sua aparência, vestuário ou pertences, conforme relatado por George Holmes, vice-legista chefe do Condado de Berks.

Holmes também revelou que a causa da morte foi uma overdose de drogas, e não havia indícios de trauma no corpo de Grubb que sugerissem crime. Embora registros dentários e impressões digitais tenham sido coletados durante a autópsia, as impressões digitais foram perdidas com o tempo.

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Ministro Alexandre de Moraes convoca 1ª Turma do STF para analisar suspensão da rede social X

O STF, liderado por Alexandre de Moraes, inicia julgamento para decidir sobre a suspensão da rede social X no Brasil

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Foto: Divulgação

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), convocou a 1ª Turma da Corte para um julgamento virtual que decidirá sobre a suspensão da rede social X (anteriormente Twitter) no Brasil. A sessão começará à meia-noite desta segunda-feira (2) e terá duração de 24 horas, com a participação dos ministros Luiz Fux, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Carmen Lúcia, além de Moraes.

A suspensão da plataforma foi implementada pelas operadoras de internet no país na madrugada de sábado (31), após Moraes determinar o bloqueio da rede social. A decisão foi tomada devido à falta de resposta do proprietário da plataforma, Elon Musk, ao prazo de 24 horas estipulado pelo ministro para que fosse indicado um representante legal do X no Brasil.

O contexto da decisão remonta ao fechamento do escritório da empresa no Brasil, anunciado por Musk em 17 de agosto, em meio a acusações de ameaças por parte de Moraes. A suspensão também está relacionada ao não cumprimento de ordens anteriores do STF, incluindo a determinação para bloquear perfis de investigados em um inquérito da Polícia Federal sobre obstrução de investigações de organização criminosa e incitação ao crime.

Este julgamento ocorre em um ambiente de crescente tensão entre as ordens judiciais brasileiras e as práticas de moderação de conteúdo do X, com implicações significativas para o funcionamento da rede social no país.

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