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Brasil

Cidades paulistas aumentam restrições para diminuir casos de covid-19

Até agora, 29 municípios adotaram medidas mais duras, diz secretaria

Foto: Divulgação/Prefeitura de Araraquara

O estado de São Paulo entrou, na última segunda-feira (15), na Fase Emergencial para tentar conter o avanço dos casos de covid-19 e diminuir a sobrecarga no sistema de saúde. Nessa fase, cultos e cerimônias religiosas coletivas foram proibidos, jogos de futebol, suspensos, assim como as aulas da rede pública. Também foi estabelecido toque de recolher das 20h as 5h, e o estado manteve sua classificação na Fase 1-Vermelha do Plano São Paulo, em que somente atividades essenciais podem funcionar. Isso deve durar até o final deste mês.

Mesmo assim, diversas prefeituras de todo o estado vêm ampliando ainda mais as restrições. Perto de um colapso – o estado tem atualmente 89,9% de ocupação dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTI), com 10.756 pessoas internadas em estado grave –, as prefeituras decidiram decretar medidas mais duras para reduzir ainda mais a circulação de pessoas nas ruas.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira (17), o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, disse que ao menos 30 dos 645 municípios do estado já decretaram medidas mais restritivas do que as estabelecidas no plano emergencial do governo do estado. “Os municípios têm competência suplementar, podendo ser ainda mais restritivos que o governo do estado nas suas medidas. E é isso que defendemos. Hoje, mais de 30 cidades estão implementando maiores restrições, e apoiamos essas restrições”, afirmou Vinholi.

As prefeituras seguem o exemplo de Araraquara, primeiro município paulista a estabelecer lockdown, ainda no mês de fevereiro, que vem tendo agora efeitos positivos, diminuindo a pressão sobre os leitos hospitalares. O lockdown em Araraquara durou dez dias, entre o fim de fevereiro e o início de março, e contribuiu para que a cidade passasse a registrar queda de 43% na média móvel diária de casos e de 28% na número de internações. “São números importantes, mas que mostram, infelizmente, que ainda temos que continuar caminhando nesse deserto, superando as dificuldades”, disse o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, nas redes sociais.

Já nesta semana, diversas outras cidades resolveram decretar lockdown, como Ribeirão Preto, que iniciou hoje (15) confinamento com duração de cinco dias. Nesse período, somente serviços considerados emergenciais poderão funcionar. Até mesmo supermercados e padarias foram fechados, podendo funcionar somente para entrega em domicílio. O transporte público foi suspenso, e as pessoas só podem circular nas ruas em situações de extrema necessidade, com documento que comprove isso.

São José do Rio Preto também entrou hoje em lockdown, que irá até o dia 31, mas dividido em duas etapas. A primeira terminará no dia 21 e, depois disso, a prefeitura estudará a flexibilização gradativa das atividades. Mais 12 cidades da mesma região informaram que também vão seguir as medidas adotadas em São José do Rio Preto: suspensão do transporte público, postos de combustível atendendo somente veículos e pessoas credenciados e circulação de pessoas restrita. Supermercados, padarias, açougues e mercearias só funcionarão para entregas.

Em Campinas, terceiro maior município paulista, a prefeitura decretou toque de recolher a partir de amanhã (18), entre as 20h e as 5h. Diferentemente do estabelecido pelo governo estadual, que não prevê multas ou proibições de sair às ruas, em Campinas, as pessoas só poderão circular pelas vias da cidade nesse horário com documento comprovando alguma necessidade. Serviços como supermercados, padarias, lojas de conveniência de postos de gasolina e drive-thru só poderão funcionar depois das 5h e antes das 20h.

Os serviços de delivery, farmácias e postos de gasolina não terão restrições no horário de funcionamento, o que vale também para táxis e motoristas por aplicativo. “Sei que as medidas são duras, mas são necessárias neste momento”, disse o prefeito de Campinas, Dário Saadi. “Estamos fazendo o possível, mas, se o ritmo da transmissão não diminuir, não vamos conseguir conter o aumento de casos e de internações na cidade.”

A prefeitura de Campinas já definiu multas para estabelecimentos que descumprirem as medidas. Também serão multados os organizadores de festas clandestinas, e o proprietário do imóvel onde estas forem realizadas. Aqueles que promoverem festas familiares com mais de dez pessoas serão multadas em até R$ 3 mil.

Em Santos, no litoral paulista, a prefeitura iniciou uma fase mais restritiva ontem (16), que vai durar 15 dias. Escolas da rede privada, incluindo unidades de cursos profissionalizantes, ficarão fechadas. Também estarão vedadas as atividades de lojas de conveniência, academias, clubes e centros esportivos. Parques infantis ficarão fechados nesse período. E as praias foram interditadas.

“Dentro de todas as nossas preocupações, a maior é garantir atendimento, mas não adiantará nada abrir mais leitos se o comportamento da população continuar igual. Muitas pessoas são conscientes, enquanto outras ainda negam [as medidas de proteção]. Chega uma hora que não tem equipe da saúde para contratar, é um problema em todo o país. Mesmo com vontade, recursos, espaços físicos, não tem equipe para ser contratada, e as equipes de saúde já estão sobrecarregadas”, disse o prefeito Rogério Santos.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Desenvolvimento Regional informou que, até o momento, são 29 os municípios em que serão decretadas medidas mais rígidas: São José do Rio Preto, Orindiúva, Bady Bassitt, Guapiaçu, Monte Aprazível, Cedral, Ibirá, Tanabi, Nova Granada, Palestina, Onda Verde, Ribeirão Preto, Altinópolis, Barrinha, Brodowski, Jaboticabal, Orlândia, Batatais, Sertãozinho, Campinas, Santos, Pauliceia, Araraquara, Pirassununga, Boraceia, Lins, Itapeva, Buri e Capão Bonito.

Por: Agência Brasil

Saúde

Inteligência Artificial auxilia na detecção de câncer de mama, aponta estudo

Pesquisa na Alemanha revela que radiologistas que usaram IA identificaram mais casos da doença sem aumentar os falsos positivos

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Desses exames, 260.739 foram analisados com o apoio da IA, enquanto os outros 201.079 foram avaliados apenas pelos radiologistas

Estudos recentes têm demonstrado como a inteligência artificial (IA) pode acelerar o diagnóstico de diversas doenças e melhorar os tratamentos existentes. Um estudo recente realizado por cientistas da Universidade de Lübeck, na Alemanha, revelou que a IA pode ser uma ferramenta importante no auxílio ao diagnóstico de câncer de mama, contribuindo também para reduzir a carga de trabalho dos radiologistas.

A pesquisa, publicada na revista Nature Medicine em 7 de janeiro, mostrou que radiologistas que optaram por usar a IA conseguiram identificar um caso adicional de câncer de mama a cada mil exames realizados. Para chegar a esses resultados, os pesquisadores examinaram exames de 461.818 mulheres entre julho de 2021 e fevereiro de 2023, em 12 locais de triagem de câncer de mama na Alemanha.

Desses exames, 260.739 foram analisados com o apoio da IA, enquanto os outros 201.079 foram avaliados apenas pelos radiologistas. A ferramenta de IA foi programada para rotular como “normais” os exames considerados não suspeitos, mas também emite um alerta quando detecta algo que ela considera “suspeito” que foi negligenciado pelo radiologista, sugerindo uma nova análise.

De acordo com o estudo, os profissionais que utilizaram a IA conseguiram identificar 6,7 casos de câncer de mama a cada mil exames, o que representa um aumento de 17,6% em relação aos 5,7 casos por mil exames identificados pelos radiologistas sem o auxílio da IA.

Além disso, as biópsias realizadas nas mulheres diagnosticadas com o apoio da IA mostraram que 64,5% delas realmente tinham células cancerígenas, contra 59,2% entre aquelas que não passaram pela análise da ferramenta. A “rede de segurança” da IA foi ativada 3.959 vezes no grupo que usou a ferramenta, resultando em 204 diagnósticos de câncer. Sem a análise da IA, 20 diagnósticos de câncer teriam sido perdidos, pois foram considerados “normais” pela ferramenta.

Em entrevista ao The Guardian, o professor Alexander Katalinic, coautor do estudo, afirmou que a tecnologia pode melhorar a taxa de detecção de câncer sem aumentar os danos causados às mulheres, além de aliviar a carga de trabalho dos radiologistas. O estudo também concluiu que a taxa de mulheres chamadas para exames adicionais não aumentou, o que significa que não houve aumento nos falsos positivos.

“Conseguimos obter uma taxa de detecção mais alta sem um aumento na taxa de falsos positivos. Esse é um resultado positivo, pois não causamos mais danos”, destacou Katalinic.

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Brasil

Polícia do Rio usa reconhecimento facial para identificar envolvidos em orgia no Arpoador

Imagens virais do Réveillon mostram cerca de 30 homens praticando atos libidinosos; investigação está sendo conduzida pela 14ª DP com apoio da tecnologia de identificação

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Imagem - Divulgação

A Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou uma investigação para identificar os cerca de 30 homens envolvidos em uma orgia sexual registrada na Pedra do Arpoador durante o Réveillon. As imagens, que foram filmadas durante a madrugada e se espalharam rapidamente nas redes sociais, estão sendo analisadas pela polícia com o auxílio da tecnologia de reconhecimento facial.

Através do uso dessa tecnologia, as imagens captadas serão enviadas ao Instituto Félix Pacheco, que, em parceria com o Detran, cruzará os dados das pessoas registradas nas imagens. Esse processo envolve uma análise manual dos peritos, que buscarão encontrar possíveis correspondências nos registros civis e criminais dos indivíduos. Após essa análise, a polícia terá uma lista com as identidades que mais se assemelham às imagens e, a partir daí, os investigadores decidirão a melhor forma de abordar os suspeitos, que serão convocados a prestar esclarecimentos.

O uso do reconhecimento facial pela Polícia Civil não é algo novo no Rio, já que a Polícia Militar começou a empregar essa ferramenta em 2023, especialmente em eventos como o Carnaval de 2024 e o Réveillon de 2025, com o objetivo de realizar ações preventivas e de segurança.

O incidente gerou grande repercussão após o vídeo, que mostrou os atos libidinosos cometidos na Pedra do Arpoador, se tornar viral no X (antigo Twitter). O evento foi apelidado de “Surubão do Arpoador” e é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais. Até o momento, não há registros de prisões ou intimações relacionadas ao caso, que está sendo investigado pela 14ª DP (Leblon).

A polícia assegura que o processo de identificação dos envolvidos seguirá os critérios internacionais de segurança para garantir a proteção dos indivíduos e da investigação.

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Mulher denuncia injúria racial após receber e-mail com a saudação ‘Olá, macaca’, da Magazine Luiza

Cliente relata revolta e tristeza após ser alvo de ofensa em e-mail automático da loja; empresa pede desculpas e adota medidas corretivas

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E-mail recebido pela cliente

A cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, foi alvo de injúria racial ao receber um e-mail com a saudação “Olá, macaca” após atualizar seu cadastro na loja Magazine Luiza no sábado (4). A cliente, residente de São Paulo, estava comprando uma máquina de lavar pelo aplicativo da loja e precisou atualizar seus dados, incluindo o e-mail e a senha.

Susan explicou à TV Globo que completou o processo de recuperação de conta e seguiu com sua compra normalmente, recebendo confirmações automáticas por e-mail. Porém, no dia seguinte, ao verificar se havia alguma mudança no status de entrega, se deparou com um e-mail incomum, no qual foi saudada de forma desrespeitosa.

A Magazine Luiza informou que o erro não estava relacionado ao processo de biometria feito pela cliente, que é totalmente digital, sem qualquer interação humana. A empresa também esclareceu que o ocorrido estava relacionado a um cadastro antigo, feito em 2011, no qual alguém teria registrado erroneamente o sobrenome de Susan como “macaca”.

Uma funcionária do setor de diversidade e inclusão da loja entrou em contato com Susan, pediu desculpas e explicou o erro. No entanto, Susan expressou sua indignação com o incidente, destacando o impacto emocional do episódio e o longo histórico de racismo em sua vida.

O caso foi registrado como injúria racial na Delegacia do 50° Distrito Policial do Itaim Paulista, que segue investigando o ocorrido.

Em nota, a Magazine Luiza lamentou o episódio e afirmou que adotou medidas para evitar que situações semelhantes aconteçam, como a exclusão do campo “apelido” dos formulários cadastrais e a criação de uma lista de palavras inapropriadas para vetar durante o preenchimento. A empresa ressaltou ainda seu compromisso com a diversidade e inclusão, mencionando as ações sistemáticas de conscientização de seus funcionários.

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