Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, realizaram um estudo que revela o impacto negativo do consumo excessivo de refrigerantes na saúde do coração. Segundo o estudo, o hábito de beber refrigerante regularmente pode aumentar o risco de derrames, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial. Por outro lado, o consumo ocasional de doces como chocolate ou bolo foi associado a efeitos menos prejudiciais. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Public Health.
Suzanne Janzi, principal autora do estudo, explicou que a pesquisa identificou uma diferença importante entre as fontes de açúcar, ressaltando que o risco de doenças cardíacas pode ser maior dependendo da forma como o açúcar é consumido. “Nosso estudo mostrou que não se trata apenas da quantidade de açúcar ingerido, mas de sua origem e contexto”, disse a pesquisadora.
As doenças cardiovasculares continuam sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo. Fatores como tabagismo, colesterol elevado, hipertensão, obesidade e diabetes são os maiores responsáveis pelo aumento desses problemas, mas o consumo excessivo de açúcar, especialmente em forma de bebidas adoçadas, também tem sido apontado como um fator de risco crescente.
Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o tratamento e a prevenção de doenças cardíacas dependem do controle dos fatores de risco e do tratamento eficaz das doenças já instaladas. Além disso, é importante estar atento aos sinais do corpo e buscar orientação médica sempre que houver sintomas relacionados a problemas cardíacos.
O estudo sueco analisou dados de 69.705 adultos de meia idade, que responderam a questionários sobre seus hábitos alimentares e foram acompanhados por um período de mais de 20 anos. Os participantes foram divididos conforme o tipo e a quantidade de açúcar ingerido, com ênfase nas bebidas adoçadas como refrigerantes.
Ao longo do acompanhamento, 25.739 participantes foram diagnosticados com alguma doença cardiovascular. Os cientistas concluíram que o consumo de refrigerante é mais prejudicial à saúde do que outras formas de ingestão de açúcar, como doces ou guloseimas. Em pessoas com índice de massa corporal (IMC) normal, o consumo de refrigerantes aumentou consideravelmente o risco de derrame isquêmico, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.
Curiosamente, o estudo também revelou que a ingestão ocasional de doces foi associada a melhores resultados de saúde do que a ausência total de doces. Os pesquisadores sugerem que o consumo muito restrito de açúcar pode não ser tão benéfico quanto se imagina, e que, em alguns casos, pode até ser prejudicial para a saúde cardiovascular.
A principal conclusão do estudo é que o contexto em que o açúcar é consumido faz toda a diferença. Enquanto as bebidas adoçadas, como os refrigerantes, são frequentemente consumidas de forma regular e em grandes quantidades, os doces são geralmente consumidos de maneira esporádica e em ocasiões especiais, o que pode justificar os resultados mais favoráveis em relação aos doces.
Janzi destaca que o tipo de açúcar e a frequência de consumo são determinantes importantes para os efeitos do açúcar na saúde cardiovascular. Portanto, é essencial estar atento às fontes de açúcar que consumimos no dia a dia e considerar o impacto delas para o nosso bem-estar.