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Saúde

Fiocruz: vacinação infantil contra a covid-19 é o principal desafio

No grupo de 5 a 11 anos, 60,7% ainda não tomaram a primeira dose

A vacinação infantil dos 5 aos 11 anos de idade contra a covid-19 é o principal desafio do Brasil, segundo a Nota Técnica Diferenciais de Cobertura Vacinal Segundo Grupos Etários no Brasil, divulgada na quarta-feira (16) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A nota aponta ainda que, além das crianças, os grupos etários de pessoas com idades entre 12 e 49 anos são os únicos que não têm cobertura de primeira dose da vacina acima de 90%. 

Segundo o documento, o Brasil ocupa atualmente a 12ª posição entre os países do mundo com melhor cobertura vacinal, ultrapassando países como os Estados Unidos e o Reino Unido. Até 12 de março, 81,8% da população havia tomado pelo menos a primeira dose da vacina e 73,9% estavam com o esquema vacinal completo, com as duas doses ou dose única. Um terço da população, 32,9%, havia recebido a dose de reforço.   

Quando consideradas, no entanto, as faixas etárias separadamente, há diferenças de cobertura vacinal. Entre os adolescentes de 12 a 17 anos de idade, 16,4% não tomaram sequer a primeira dose da vacina. Esse grupo é seguido pelo de 40 a 44 anos de idade, com 15,2% não vacinados, e pelo de 35 a 39 anos de idade, com 13,2%. 

Os dados consideram o período entre 17 de janeiro de 2021 e 12 de março de 2022. A nota, lançada às vésperas dos 14 meses do início da vacinação no Brasil, tem como objetivo ajudar a criar estratégias para aumentar a eficiência da campanha vacinal no país. 

Desafios 

De acordo com a Fiocruz, atualmente, o maior desafio é a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade, que representam 9,5% da população brasileira. Nesse grupo, 60,7% ainda não tomaram a primeira dose da vacina. A nota técnica atribui às fake news a responsabilidade por causar insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar seus filhos. 

“Os divulgadores de notícias falsas elevaram o tom da especulação, causando insegurança em muitos pais sobre os riscos de vacinar seus filhos”, ressalta a nota. 

A aplicação da dose de reforço também chama atenção. Segundo a nota, mesmo com ritmo de ganho em velocidade crescente da dose de reforço, nenhum grupo etário alcançou, até o momento, o patamar de 80% de vacinados com essa dose, nem mesmo os idosos, que foram os primeiros elegíveis à aplicação. 

“As internações em leitos clínicos, leitos de UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e óbitos hospitalares têm cada vez mais se concentrado exatamente entre os idosos mais longevos. Desta forma, idosos que não mantêm esquema com reforço em dia estão em situação particularmente perigosa, mesmo com o arrefecimento da incidência e mortalidade na população como um todo”, destaca a nota técnica. 

Recomendações 

Segundo os pesquisadores, o contexto atual da pandemia no mundo requer atenção. Ao mesmo tempo que há grande especulação e expectativa do rebaixamento do status de pandemia a endemia por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), observa-se uma alta da covid em países da Europa e da Ásia. Isso, de acordo com eles, deve ser encarado como um alerta para o Brasil. Além disso, o documento defende que é preciso cautela na tomada de decisões pelos gestores, especialmente na flexibilização do uso de máscaras e relaxamento do distanciamento físico. 

“Sem a devida proteção [uso de máscaras e vacinação em dia], a reunião de pessoas de forma descontrolada pode ser o estopim para novo aumento da transmissão e ocorrência de surtos. A experiência de outros países que flexibilizaram o uso de máscaras em cenários de cobertura vacinal abaixo de 90% pode servir de alerta para que o Brasil não incorra no mesmo erro”, alerta a Fiocruz. 

Por: Agência Brasil

Saúde

Doce moderado: comer um docinho pode ser bom para o coração

Pesquisa sugere que consumir açúcar com equilíbrio pode ser mais benéfico para a saúde cardiovascular do que a eliminação total dos doces

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Um estudo da Universidade de Lund, na Suécia, surpreende ao indicar que o consumo moderado de doces pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, ao invés de ser necessário cortar completamente o açúcar da alimentação. A pesquisa, publicada na Frontiers in Public Health em 8 de dezembro de 2024, envolveu quase 70 mil participantes e analisou o impacto do açúcar proveniente de diferentes fontes alimentares.

A pesquisadora Suzanne Janzi, responsável pelo estudo, destacou que, embora os achados não comprovem uma relação causal definitiva, o estudo sugere que reduzir excessivamente o consumo de açúcar pode não ser tão benéfico para a saúde cardiovascular quanto se pensava. De fato, ela observou que uma ingestão moderada pode ser uma opção mais equilibrada para preservar o bem-estar do coração.

Além disso, o estudo ressaltou a importância de analisar o contexto cultural do consumo de doces, mencionando o hábito sueco de fazer pausas regulares para café e doces, conhecido como fika, uma tradição profundamente enraizada no país. Contudo, Janzi alertou que os resultados podem não ser aplicáveis a outras populações com diferentes hábitos alimentares.

A pesquisa reforça a ideia de que, ao contrário do que muitos pensam, não é preciso seguir uma dieta rigorosa sem doces para manter a saúde cardiovascular em dia, sendo o consumo equilibrado a chave para o bem-estar.

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Saúde

Beber refrigerante regularmente pode aumentar o risco de derrame, aponta pesquisa sueca

Estudo indica que o consumo de refrigerantes está diretamente relacionado a uma maior probabilidade de problemas cardiovasculares

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Pesquisadores da Universidade de Lund, na Suécia, realizaram um estudo que revela o impacto negativo do consumo excessivo de refrigerantes na saúde do coração. Segundo o estudo, o hábito de beber refrigerante regularmente pode aumentar o risco de derrames, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial. Por outro lado, o consumo ocasional de doces como chocolate ou bolo foi associado a efeitos menos prejudiciais. O estudo foi publicado na revista Frontiers in Public Health.

Suzanne Janzi, principal autora do estudo, explicou que a pesquisa identificou uma diferença importante entre as fontes de açúcar, ressaltando que o risco de doenças cardíacas pode ser maior dependendo da forma como o açúcar é consumido. “Nosso estudo mostrou que não se trata apenas da quantidade de açúcar ingerido, mas de sua origem e contexto”, disse a pesquisadora.

As doenças cardiovasculares continuam sendo uma das principais causas de morte em todo o mundo. Fatores como tabagismo, colesterol elevado, hipertensão, obesidade e diabetes são os maiores responsáveis pelo aumento desses problemas, mas o consumo excessivo de açúcar, especialmente em forma de bebidas adoçadas, também tem sido apontado como um fator de risco crescente.

Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o tratamento e a prevenção de doenças cardíacas dependem do controle dos fatores de risco e do tratamento eficaz das doenças já instaladas. Além disso, é importante estar atento aos sinais do corpo e buscar orientação médica sempre que houver sintomas relacionados a problemas cardíacos.

O estudo sueco analisou dados de 69.705 adultos de meia idade, que responderam a questionários sobre seus hábitos alimentares e foram acompanhados por um período de mais de 20 anos. Os participantes foram divididos conforme o tipo e a quantidade de açúcar ingerido, com ênfase nas bebidas adoçadas como refrigerantes.

Ao longo do acompanhamento, 25.739 participantes foram diagnosticados com alguma doença cardiovascular. Os cientistas concluíram que o consumo de refrigerante é mais prejudicial à saúde do que outras formas de ingestão de açúcar, como doces ou guloseimas. Em pessoas com índice de massa corporal (IMC) normal, o consumo de refrigerantes aumentou consideravelmente o risco de derrame isquêmico, insuficiência cardíaca e fibrilação atrial.

Curiosamente, o estudo também revelou que a ingestão ocasional de doces foi associada a melhores resultados de saúde do que a ausência total de doces. Os pesquisadores sugerem que o consumo muito restrito de açúcar pode não ser tão benéfico quanto se imagina, e que, em alguns casos, pode até ser prejudicial para a saúde cardiovascular.

A principal conclusão do estudo é que o contexto em que o açúcar é consumido faz toda a diferença. Enquanto as bebidas adoçadas, como os refrigerantes, são frequentemente consumidas de forma regular e em grandes quantidades, os doces são geralmente consumidos de maneira esporádica e em ocasiões especiais, o que pode justificar os resultados mais favoráveis em relação aos doces.

Janzi destaca que o tipo de açúcar e a frequência de consumo são determinantes importantes para os efeitos do açúcar na saúde cardiovascular. Portanto, é essencial estar atento às fontes de açúcar que consumimos no dia a dia e considerar o impacto delas para o nosso bem-estar.

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Saúde

Surto de doença desconhecida no Congo deixa 143 mortos

Autoridades relatam sintomas gripais e intensificam investigações para identificar a causa

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Surto de doença no Congo

Um surto de uma doença ainda não identificada resultou na morte de 143 pessoas na província de Kwango, localizada no sudoeste do Congo. De acordo com autoridades locais, os infectados apresentavam sintomas semelhantes aos da gripe, incluindo febre alta e dores de cabeça intensas.

A falta de acesso a tratamento adequado tem agravado a situação, já que muitas vítimas faleceram em suas residências, informou o vice-governador da província, Remy Saki, e o ministro da saúde local, Apollinaire Yumba. Segundo um epidemiologista que acompanha o caso, mulheres e crianças estão entre os grupos mais afetados.

Para tentar conter o avanço da doença, uma equipe médica foi enviada à zona de saúde de Panzi para coletar amostras e realizar análises laboratoriais. No entanto, o líder comunitário Cephorien Manzanza destacou a gravidade do problema, alertando que o aumento de casos está relacionado à carência de medicamentos na região rural.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) foi notificada na semana passada e declarou estar trabalhando ao lado do Ministério da Saúde do Congo para aprofundar as investigações e buscar soluções para a crise de saúde pública.

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