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Brasil

Copom mantém juros básicos da economia em 2% ao ano

Apesar de alta da inflação, Selic permanece no menor nível da história

Banco Central | Foto: Agência Brasil

Em meio ao aumento da inflação de alimentos que começa a estender-se por outros setores, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic em 2% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas financeiros.

Em nota, o Copom informou que, apesar da alta observada no preço dos alimentos e de itens industriais, o efeito sobre a inflação será temporário. O órgão, no entanto, aumentou a projeção para a inflação oficial em 2020, de 2,1% em setembro para 3,1% agora. Esse cenário supõe a manutenção dos juros básicos em 2% ao ano e dólar em torno de US$ 5,60.

Sobre as perspectivas econômicas, o comunicado ressaltou que o ressurgimento da pandemia de covid-19 em diversos países tem provocado a desaceleração da retomada em diversas economias. No cenário interno, o Copom informou que a recuperação segue desigual conforme os setores da economia e que a incerteza permanece acima da usual, sobretudo para o período de fim de ano, com a redução do auxílio emergencial.

Com a decisão de hoje (28), a Selic está no menor nível desde o início da série histórica do Banco Central, em 1986. Em julho de 2015, a taxa chegou a 14,25% ao ano. Em outubro de 2016, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano em março de 2018. Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto deste ano.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Nos 12 meses terminados em setembro, o indicador fechou em 3,14%. Apesar de estar em aceleração por causa da alta dos alimentos, o IPCA continua abaixo do nível mínimo da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para 2020, o CMN fixou meta de inflação de 4%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não poderá superar 5,5% neste ano nem ficar abaixo de 2,5%. A meta para 2021 foi fixada em 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

No Relatório de Inflação divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o IPCA fecharia o ano em 2,1% no cenário base. Esse cenário considera as estimativas de mercado.

A projeção, no entanto, ficou defasada diante do repique da inflação nos últimos meses. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo BC, a inflação oficial deverá fechar o ano em 2,99%.

Crédito mais barato

A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores barateiam o crédito e incentivam a produção e o consumo em um cenário de baixa atividade econômica. No último Relatório de Inflação, o Banco Central projetava encolhimento de 5% para a economia neste ano. Essa foi a segunda projeção oficial do BC revisada após o início da pandemia de covid-19.

O mercado projeta contração um pouco menor. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem contração de 4,81% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos pelo país) em 2020.

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

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Arte DJOR

Por: Wellton Máximo/Agência Brasil

Política

Eleições 2024: restrições de prisão para eleitores começam nesta terça-feira

Eleições 2024: restrições de prisão para eleitores começam nesta terça-feira

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A partir desta terça-feira, 22 de outubro, os eleitores que residem em municípios brasileiros onde ocorrerá o segundo turno das eleições de 2024 só poderão ser presos em flagrante ou se estiverem cumprindo uma sentença penal relacionada a um crime inafiançável. Essa medida visa assegurar que o direito ao voto não seja prejudicado por restrições à liberdade de locomoção.

Esse procedimento se aplica apenas às 51 cidades que voltarão às urnas no próximo domingo, 27 de outubro, para escolher seus novos prefeitos, após a definição dos dois candidatos mais votados no primeiro turno.

A restrição de prisões permanecerá em vigor até 29 de outubro. Durante esse período, além das situações em que é permitido realizar a detenção, também poderão ser presos aqueles que descumprirem o salvo-conduto emitido pela Justiça Eleitoral. Esse documento é destinado a proteger indivíduos que enfrentam ameaças ou violência que comprometam seu direito de votar.

Em casos de prisão durante esse período, a pessoa detida deve ser apresentada imediatamente a um juiz, que avaliará a legalidade da ação. Caso o magistrado considere a prisão indevida, o eleitor será liberado, e a autoridade responsável pela detenção poderá ser responsabilizada.

Cidades com segundo turno

O segundo turno ocorrerá em 51 cidades, incluindo 15 capitais. Entre as capitais que realizarão nova votação estão: Aracaju (SE), Curitiba (PR), Natal (RN), Belém (PA), Fortaleza (CE), Palmas (TO), Belo Horizonte (MG), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), João Pessoa (PB), Porto Velho (RO), Cuiabá (MT), Manaus (AM) e São Paulo (SP).

Os outros municípios que participarão do segundo turno são:

  • Anápolis (GO)
  • Aparecida de Goiânia (GO)
  • Barueri (SP)
  • Camaçari (BA)
  • Campina Grande (PB)
  • Canoas (RS)
  • Caucaia (CE)
  • Caxias do Sul (RS)
  • Diadema (SP)
  • Franca (SP)
  • Guarujá (SP)
  • Guarulhos (SP)
  • Imperatriz (MA)
  • Jundiaí (SP)
  • Limeira (SP)
  • Londrina (PR)
  • Mauá (SP)
  • Niterói (RJ)
  • Olinda (PE)
  • Paulista (PE)
  • Pelotas (RS)
  • Petrópolis (RJ)
  • Piracicaba (SP)
  • Ponta Grossa (PR)
  • Ribeirão Preto (SP)
  • Santa Maria (RS)
  • Santarém (PA)
  • Santos (SP)
  • São Bernardo do Campo (SP)
  • São José do Rio Preto (SP)
  • São José dos Campos (SP)
  • Serra (ES)
  • Sumaré (SP)
  • Taboão da Serra (SP)
  • Taubaté (SP)
  • Uberaba (MG)

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Saúde

Investigação sobre ozempic falsificado iniciada após hospitalização de paciente no Rio de Janeiro

Anvisa identificou três lotes falsificados entre junho de 2023 e janeiro de 2024

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a venda de uma versão falsificada do medicamento Ozempic na Zona Sul da cidade, após uma mulher ser internada por problemas de saúde logo após a aplicação do remédio. A paciente, que estava em tratamento com Ozempic para diabetes há um ano, foi atendida na emergência do hospital Copa D’Or, onde seu estado foi considerado grave e de difícil diagnóstico.

De acordo com o hospital, a suspeita de falsificação surgiu após a divulgação de um alerta pelo laboratório responsável pelo medicamento, que mencionou a possibilidade de o produto ter sido adulterado. “Como a paciente realiza tratamento com Ozempic, e considerando a nota que o laboratório divulgou, houve a suspeita de que ela poderia ter sido vítima dos efeitos de um remédio falsificado”, informou o hospital.

Após receber atendimento médico, a mulher foi estabilizada e teve alta no dia seguinte. A Polícia Civil está realizando diligências para esclarecer os fatos relacionados ao caso.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou, entre junho de 2023 e janeiro deste ano, três lotes de Ozempic falsificados. Os sinais de adulteração incluem alterações no aspecto, cor, odor, sabor, volume ou presença de corpos estranhos no produto.

A Anvisa recomenda que, em caso de dúvidas sobre a autenticidade do medicamento, os usuários entrem em contato com o serviço de atendimento do laboratório farmacêutico para verificar as informações e a origem do produto.

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Brasil

Mais de 90% dos MEIs estão em atividade: um novo record no Brasil

O número, que era de 77% em 2023, reflete a melhora no consumo das famílias e destaca a importância da formalização para pequenos negócios

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Um levantamento do Sebrae revelou que, dos 11,5 milhões de microempreendedores individuais (MEI) com registro ativo no Brasil, mais de 90% estão em atividade. Esse número representa um aumento significativo em relação a 2023, quando apenas 77% dos MEIs estavam operando.

De acordo com o Sebrae, esse crescimento é um sinal positivo da recuperação do consumo das famílias e reforça o papel do MEI como uma porta de entrada para a formalização de milhares de brasileiros, com um processo simplificado e custos tributários baixos.

Entretanto, a pesquisa também mostrou uma queda no percentual de microempreendedores que atuam a partir de suas residências. Em 2024, 36,1% dos entrevistados afirmaram trabalhar em casa, uma redução em comparação aos 38% registrados em 2022 e 40% em 2019.

Analisando os dados por regiões, o Centro-Oeste se destacou com o maior percentual de MEIs em atividade, atingindo 92%. As demais regiões apresentaram os seguintes percentuais: Sudeste (91%), Nordeste (90%), Sul (88%) e Norte (87%).

Entre os setores, as indústrias são predominantes, representando cerca de 92% dos microempreendedores ativos. Além disso, 82% dos MEIs afirmaram que a formalização com CNPJ resultou em um aumento nas vendas, comparado a 73% no ano anterior.

A figura do MEI foi criada para formalizar profissionais autônomos e pequenos empreendedores, permitindo a emissão de notas fiscais e o acesso a benefícios da Previdência Social, além da possibilidade de contratar funcionários.

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