Bem-vindos a Summoner’s Rift, um lugar de tolerância em que não se precisa de máscara para ir à rua nem medo de esconder o que você é ou acredita. É o espaço do jogo LoL. No entanto, especialista alerta sobre cuidados com games.
Já se passaram dois minutos desde que iniciamos a busca pela batalha no jogo on-line League of Legends (LoL), ou no bom português, Liga dos Lendários. A luta está para começar e uma gama de sentimentos carregados de ansiedade e expectativas começa a surgir para dar início à rodada. Em alguns instantes iria iniciar a escolha dos campeões, modo como os jogadores chamam os personagens do jogo. É um combate mais simples do que esperam os participantes dos conflitos reais. Isso porque, em certos momentos a vida apresenta alguns obstáculos que podem ser hostis.
Assim como na realidade, o jogo dispõe de vários modos, que variam do mais simples ao mais emocionante e complicado. Os dois mais comuns são conhecidos como normal game, onde os players jogam apenas para se divertir e se distrair da complexidade do mundo. É algo semelhante a ir à balada, por exemplo. O outro é o rankeado, em que os jogadores lutam bravamente para ganhar pontos e subir de classe. Digamos que é análoga à batalha diária das pessoas para alcançarem o prestígio e reconhecimento no mundo verdadeiro.
Fuga e tolerância – Primeira arena
No caso de Gabriel Cézar da Silva Lima, de 25 anos, morador de Fortaleza (CE) e, neste momento desempregado, em meio à pandemia e à luta para ser respeitado por ser homossexual, os jogos ganharam novos significados e importância na vida dele. “Me assumi gay para minha família muito cedo. Com 15 anos, todos já sabiam da minha orientação sexual. E com o jogo, eu passei a conviver mais com a comunidade LGBT e comecei a fazer amigos na minha cidade para sair em festas, etc. Me ajudou a socializar e a sair mais. O jogo também me fez entrosar com os meninos héteros, porque antes era meio difícil fazer isso”, relata.
Sem precisar de máscara ou restrições de distanciamento para interagir com os amigos durante a crise do novo coronavírus, Gabriel confessa que os jogos são uma das poucas opções que ele tem para se divertir e fugir da desordem da realidade. “Minha vida não é tão animada, com a quarentena então…”
“Vejo o jogo como fuga dessa realidade”
No mundo concreto, o preconceito e a intolerância podem ser cruéis e isso fica impregnado na mente. Gabriel revela que tinha certo receio de jogar LoL por conta da orientação sexual.
“Quando comecei, tinha medo de também ser excluído no jogo por ser gay. Tenho a voz fina, então, muitos achavam que eu era mulher e passavam a me tratar bem. Quando viam que eu era homem, rolava um preconceito chato. Mas, na maioria das vezes, todos os jogadores foram muito receptivos e percebi que nesse mundo as coisas são um pouco diferentes”.
Em um universo em que barreiras sociais praticamente não existem, Gabriel conta, com alguns sorrisos, que pela internet ele é outra pessoa. “Nos jogos on-line eu sou muito mais aberto e mais falante. Faço piadas, brinco, etc. É um ambiente onde me sinto muito à vontade”.
No mundo do LoL, os players nunca sabem o que pode acontecer ao longo de uma partida. Ou até mesmo quais as proporções que as decisões podem tomar. É um completo mistério. A única opção é lutar para ver aonde irá chegar. Mas, e na vida real?
Munição – Segunda arena
Estamos na fase de picks e bans, que é o primeiro momento do jogo destinado às escolhas e banimentos dos personagens. O time conseguiu montar uma estratégia forte para destruir o nexus inimigo, um cristal que fica na base de cada equipe. Gabriel diz que tem poucos amigos e é amante de animes. Está de adcarry, nome dado à classe de atiradores do jogo. O campeão escolhido por ele é uma jovem de tranças e cabelos azuis, com o corpo tatuado, vestida com um short curto e um topper. E claro, carregada de munição para a arma, que muda de metralhadora para canhão conforme os comandos.
Para Gabriel, jogar dá um frio na barriga. “A sensação é parecida com a de vivenciar a experiência de ir à primeira entrevista de estágio. Já que esse é um daqueles momentos em que você realmente vai mostrar o talento que tem para os outros”.
A floresta – Terceira arena
A partida começa e o jogo nos dá as boas-vindas de praxe: “Bem-vindos a Summoner’s Rift”. A tradução literal significa Fenda do Invocador. Para quem não conhece as façanhas do jogo, Summoner’s Rift é uma área localizada em uma remota floresta. Ela é conhecida pela magia abundante e também por ser o mais antigo e venerado campo da justiça. Nele acontecem constantes conflitos travados entre dois grupos opostos de invocadores, que cruzam três caminhos diferentes para atacar o inimigo no ponto mais fraco.
Não é muito diferente do que acontece efetivamente, pois estamos vulneráveis a todos os tipos de ataques e preconceitos. Eles costumam esperar apenas uma brecha para nos atingir e tentar derrubar nosso nexus, que de forma semelhante, pode ser considerado o nosso ânimo e força para seguir em frente.
Ao sairmos da base para travarmos a batalha, Jinx, personagem controlado por Gabriel, solta uma frase que resume bem o tempo de descontração no jogo: “Ei, olhe, estou abrindo a minha caixa de preocupações! Um momento. Está vazia!” Eis a sensação que é estar no mundo do LoL. Um espaço onde é possível deixar um pouco de lado o caos que é o mundo real. Não que nos campos da justiça a desordem não exista, afinal, é uma arena em que todos buscam a glória.
Batalha – Quarta arena
Cada personagem do jogo possui uma história de superação. Assim como esses campeões, Gabriel também tem a dele. Para muitos, pode até parecer bobagem, mas em League of Legends, o menino tímido de 1,68 de altura, cabelos negros e olhos pequenos encontrou vontade para superar um momento super delicado: a depressão.
Gabriel baixou League of Legends em 2016. Nessa época, entrou em um quadro bem difícil da doença. Problemas com a vida pessoal, e principalmente na amorosa, desestabilizaram o rapaz e fizeram com ele tivesse vários ataques de pânico e ansiedade.
O jovem conta que trancou a faculdade de psicologia em 2017 devido à enfermidade e que até chegou a ser internado. Segundo o jogador, a única coisa que o fazia se sentir bem era o LoL.
“Nenhum jogo me fazia tão bem quanto LoL. Sempre usei esse game como diversão, distração e aconchego. Eu me sentia útil. League of Legends foi muito importante naquele período e o tenho até hoje como uma coisa positiva”.
De acordo com ele, os jogos começaram a fazer parte da vida dele bem cedo. Aos sete anos de idade, o jovem cearense já ia para as Lan Houses jogar os jogos típicos da época. “Sempre vi os jogos como uma fonte de alegria, já que eu não sentia isso de verdade. Então meio que virou uma válvula de escape”.
Por causa do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Gabriel conta que ainda é uma pessoa muito desatenta. Por isso, antes se sentia um garoto lesado e, muitas vezes, burro por conta do TDAH. Por esse e outros motivos, passou a fazer terapia psicológica e psiquiátrica de 2 a 3 vezes por semana, devido ao nível de fragilidade em que se encontrava. “Eu chorava o dia inteiro, mas com o tempo fui percebendo algumas mudanças graças à terapia e aos remédios. O LoL também me ajudou bastante a melhorar meu foco, e de certa forma, a tirar o preconceito que eu tinha comigo mesmo”.
Ao realizar diversas entrevistas com Gabriel e conhecer a história dele,pude perceber que para o cearense os jogos serviram de pincel e paleta de cores, já que a interação com o mundo dos games fez a vida dele ganhar novas tonalidades. “Os jogos me faziam ver cores em um mundo que era, na maior parte do tempo, cinza. Eu não me animava com quase nada, vivia triste pelos cantos e não sabia onde era meu lugar. Isso até conhecer o universo dos games”, desabafa.
Arena da solidão
À procura de compreender os efeitos que os jogos podem ter na vida das pessoas, conversei com o doutor em psicologia Felipe Burle dos Anjos, de 38 anos. Segundo o psicólogo, a internet em si, e não só os jogos, facilita muito encontrar pessoas. “Hoje em dia os jogos funcionam como um recurso para lidar com a solidão. Temos, nesses games mais modernos, a possibilidade de jogar com outras pessoas de maneira virtual”.
Apesar de termos disposição para interagir com quem está longe, o psicólogo alerta: é crucial que estejamos atentos aos efeitos negativos que os games podem gerar na vida de um adolescente ou de uma pessoa adulta. “A partida, sozinha, não supre o contato social. Nos jogos off-line, a máquina imita muito bem o comportamento humano. A diferença entre o perfil dos personagens dos games para o de uma pessoa é relativamente pequeno. Então, às vezes, os jogos passam aquela falsa sensação de interação, que na verdade não existe”, ressalta.
O doutor ainda destaca que não negligencia os efeitos positivos que essa forma de entretenimento propicia aos jovens, como no caso de Gabriel. “Fugir da realidade é muito valioso, não desconsidero. A vida tal como ela é pode ser maçante e a gente acaba cansando até de nós mesmos. Uma fuga da realidade se faz muito importante na vida das pessoas e os jogos possuem esse valor”.
Contudo, o profissional acrescenta que os videogames, ao mesmo tempo que podem ser benéficos, também podem ser maléficos, como uma faca de dois gumes, quando há uso excessivo.
“De acordo com Freud, em relação ao duplo papel da defesa, ao mesmo tempo, em que ela protege, ela aliena. Sendo assim, não existe uma receita de bolo de equilíbrio psicológico perfeito. Fugir da realidade pode ser uma defesa contra o tédio, solidão, ócio, etc. Porém, ela te aliena, já que você não está de fato lidando com a realidade. Isso, do ponto de vista psicológico, não é saudável, porque a dedicação exclusiva aos jogos restringe noções de comportamentos sociais básicos, que são adquiridos somente quando a pessoa se expõe às contingências da vida real”, esclarece.
Para Gabriel, personagem principal dessa história, assim como para outros tantos jogadores, os games tornaram-se algo maior e mais significativo: um mundo onde é possível criar laços sem temer a rejeição daquilo que você é ou acredita. O jogador ainda reforça: “O LoL me fez muito feliz e o carrego comigo até hoje. Jogo sempre que tenho tempo, até porque, é mais que um passatempo para mim”.
A música “Descer para BC” de Brenno & Matheus conquistou as redes sociais e virou um dos maiores sucessos do momento. Com bastante repercussão, a canção ocupa o primeiro lugar nas plataformas de streaming e tem gerado diversas discussões nas redes.
Entre os debates, muitos internautas apontaram uma semelhança entre a melodia de “Descer para BC” e o famoso hit “Ragatanga”, do extinto grupo Rouge. Para reforçar a comparação, alguns usuários aceleraram a música e destacaram os pontos de semelhança. A polêmica continua circulando na internet, mas até o momento, nem Brenno & Matheus nem os envolvidos em “Ragatanga” se pronunciaram sobre o assunto.
O que significa BC?
Além da polêmica musical, muitos ouvintes têm se perguntado sobre o significado da sigla “BC” na letra da música. “BC” se refere a Balneário Camboriú, uma popular cidade litorânea de Santa Catarina, famosa por atrair turistas, especialmente durante as festas de final de ano. A música faz referência a essa época, quando muitos brasileiros se deslocam para a cidade para celebrar a virada. “Nós vai descer, vai descer / Descer lá para BC no finalzin’ do ano”, diz um trecho da canção.
Enquanto as discussões continuam, “Descer para BC” segue animando a internet e a playlist de muitos fãs.
A cantora Iza emocionou seus seguidores ao revelar o rostinho de sua filha, Nala, pela primeira vez, no videoclipe de seu mais novo single, “Como Posso Amar Assim?”, lançado nesta quarta-feira (18/12). A música, que expressa os sentimentos de Iza em relação à filha, vem acompanhada de um vídeo recheado de momentos íntimos e emocionantes entre as duas.
O clipe apresenta cenas de Iza e Nala juntas em diversos momentos do dia a dia, incluindo imagens da gravidez da cantora e da descoberta da gestação. A música reflete o amor e a conexão que Iza sente pela pequena, que tem apenas 2 meses.
A cantora compartilhou um trecho do videoclipe em seu perfil no Instagram e, na legenda, fez referência à canção ao escrever: “Como posso amar assim?”. Esse gesto emocionado de mostrar a filha ao público gerou uma grande repercussão, com muitos fãs celebrando a beleza da relação entre mãe e filha.
Esse lançamento marca um momento especial para Iza, que, ao longo de sua carreira, sempre teve uma relação próxima com seus fãs, compartilhando aspectos importantes de sua vida pessoal e profissional.
Falece a influenciadora Fernanda Britto aos 64 anos
Conhecida por seus conteúdos de etiqueta nas redes sociais, ela estava internada no Rio de Janeiro desde o início de dezembro com um quadro neurológico grave
A influenciadora digital Fernanda Britto, famosa por seus vídeos sobre etiqueta, faleceu aos 64 anos na última terça-feira (17). A informação foi confirmada por sua equipe e divulgada nas redes sociais nesta quarta-feira (18).
Fernanda estava internada desde o dia 4 de dezembro na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, enfrentando complicações neurológicas graves. Em comunicado, a equipe da influenciadora lamentou a perda e destacou o impacto positivo de seu trabalho, que conquistou mais de 1,7 milhão de seguidores no Instagram.
“Fernanda tinha uma paixão imensa por ensinar e amava estar conectada com as pessoas. Ela sempre respondia às mensagens com carinho e fazia questão de ajudar com dúvidas mais complexas. Seu legado vai além de palavras e conteúdos; ela tocou vidas com seu humor, dedicação e humanidade”, diz o comunicado publicado em suas redes sociais.
Controvérsias durante a internação
Dias antes de seu falecimento, amigos próximos denunciaram supostos problemas no cuidado médico de Fernanda, alegando negligência por parte da família e do hospital. Relatos indicam que, mesmo com seu estado crítico, a influenciadora teria sido transferida da UTI para um quarto comum.
A empresária Stéphanie Murta, que gerenciava a carreira de Fernanda, compartilhou nas redes sociais uma linha do tempo com detalhes sobre a internação, reiterando as preocupações expressas pelos amigos.
Fernanda Britto deixa um legado de dedicação ao ensino e à conexão com seus seguidores, marcado pelo amor à troca de experiências e pela generosidade que inspirou tantos em sua trajetória.