Direitos Humanos

Artista carioca denuncia racismo em hotel na Holanda: “não aceitamos negros”

Wallace Pato, artista plástico brasileiro, compartilhou mensagens discriminatórias enviadas pelo hotel. Hotel afirma que foi vítima de um ataque cibernético

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Artista plástico / Foto:Rede social

O artista plástico brasileiro Wallace Pato denunciou uma experiência de racismo ao tentar se hospedar em um hotel em Amsterdã, na Holanda. Na última quarta-feira (30/10), o carioca compartilhou, em sua conta no Instagram, a captura de uma mensagem enviada pelo Hotel Plantage, na qual era informado que o estabelecimento “não aceitava pessoas negras”. A mensagem, enviada pelo aplicativo Booking, afirmava que a reserva havia sido cancelada com esse motivo.

Wallace e o também artista Gustavo Speridião, que o acompanhava na viagem, planejavam ficar cinco dias em Amsterdã. Eles já tinham pago 570 euros (cerca de R$ 3,5 mil) pela hospedagem, e, após a mensagem ofensiva, optaram por não se hospedar no local, buscando outro hotel às pressas, o que lhes custou 800 euros adicionais (aproximadamente R$ 5 mil).

“Por segurança, trocamos de hotel em cima da hora. Não dava para deixar nossos pertences lá depois de uma mensagem dessas”, declarou Wallace. Ele também relatou ter tentado contato com o Booking para solicitar o reembolso, mas foi informado de que apenas parte do valor seria restituída em forma de crédito para uso em futuras hospedagens.

Procurado, o Hotel Plantage negou qualquer envolvimento e afirmou que a mensagem foi resultado de um ataque de phishing, alegando que hackers teriam invadido a conta do hotel no aplicativo para enviar a mensagem racista. O hotel também informou que não cancelou a reserva e pediu uma investigação sobre o caso. Em nota no Instagram, a equipe do hotel se desculpou pelo ocorrido, expressando indignação com a situação.

Wallace, no entanto, disse não acreditar na explicação e revelou que acionou um advogado para tomar as devidas providências. “É um dano psicológico. Somos artistas respeitados, e viajar para pesquisa e trabalho deveria ser uma experiência positiva. Mas situações como essa só aprofundam as feridas de um trauma que vai se acumulando ao longo do tempo,” desabafou o artista.

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