O Complexo Aquático Cláudio Coutinho está com vagas abertas para aulas gratuitas de saltos ornamentais. São 63 oportunidades para quem deseja aprender os conceitos primordiais do esporte olímpico – que consiste em saltar de um trampolim em direção a uma piscina, fazendo movimentos acrobáticos e estéticos.
Para participar, é necessário ter entre 6 e 86 anos de idade e noção básica de natação. As oficinas ocorrem às terças e quintas e quartas e sextas, às 8h, 9h, 14h e 15h, com aulas de uma hora de duração. São oito turmas semanais, e cada uma comporta 20 alunos – atualmente, há 93 matrículas ativas.
“Nossa capital é referência nos saltos ornamentais”, afirma a secretária de Esporte e Lazer, Giselle Ferreira. “Estamos democratizando a prática do esporte ao oferecer as aulas gratuitamente no Cláudio Coutinho e no Centro Olímpico e Paralímpico do Gama. E o resultado é enorme, porque, ao promover uma modalidade olímpica, estamos formando futuros campeões e proporcionando uma atividade física de qualidade para toda a população.”
As técnicas são ministradas pelo professor Giovani Casilo, 82. Autor da frase “saltar é mais que pular, é quase voar”, foi ele quem implantou a modalidade no Distrito Federal, em 1973. “É a única escolinha do Brasil exclusivamente para a comunidade, sem interesse competitivo, com foco na iniciação em saltos ornamentais”, explica.
Natural de Pernambuco, Casilo, 82 anos, é referência no esporte: foi atleta de clubes renomados do Rio de Janeiro, além de ter atuado como técnico de atletas olímpicos, entre eles Hugo Parisi e César Castro.
Com mais de seis décadas de experiência, ele conta que o esporte é indicado para todos, até para quem sente medo do trampolim. “A nossa especialidade é tirar o medo”, pontua. “A única coisa que faço questão é que a pessoa nade, mas não precisa saber fazer mais nada – só ter interesse em aprender a saltar.”
Desafio
A aula de saltos ornamentais começa com alongamento e aquecimento fora da piscina. Depois, há um mergulho para “acordar” o corpo e a turma parte para o treinamento no trampolim. A ideia é que conceitos básicos, como postura e posição das pernas, sejam totalmente absorvidos para, algum dia, serem praticados automaticamente.
A servidora pública Mércia Lopes, 39, começou a participar das aulas em setembro e afirma que não acreditava ser capaz de realizar as acrobacias ou superar o medo de pular na piscina. Em quase dois meses de aula, porém, já mudou de perspectivas, e acumula algumas vitórias.
“Desde a primeira vez que vim e criei coragem, não quis mais parar”, conta. “É desafiador e ao mesmo tempo delicioso conseguir fazer movimentos que você nunca se imaginou fazendo, além do que é uma experiência única aprender um esporte tão diferente que vemos por aí, com um professor com experiência olímpica.”
Os gêmeos Arthur e Rafael, 11, ambos diagnosticados com epilepsia, se aventuram em saltos ornamentais às quartas e sextas-feiras desde 2019 e, a cada dia, mostram mais fluidez na prática. “É um esporte que ajuda muito na saúde mental”, assegura a mãe deles, a professora Vanessa Falcione, 45. “Eles têm vontade de vir, de participar. Ajuda na concentração dos dois, na percepção corporal”. Ela também participa das aulas.
Para Rafael, ir ao complexo aquático é sempre um passeio interessante, exceto em dias frios. “Se a piscina fosse aquecida, eu até que vinha”, brinca. “Gosto da parte de pular, que é um pouco fácil quando você entende. Meu irmão ainda não pegou muito o jeito, mas ele faz, e é isso que importa.”
Participe
As inscrições para as aulas gratuitas podem ser feitas na secretaria da Escola de Esporte, no Centro Poliesportivo Ayrton Senna – Complexo Aquático, de terça a sexta-feira, das 8h às 16h45. Interessados devem apresentar a documentação listada no site da Secretaria de Esporte e Lazer (SEL). Até fevereiro do ano que vem, novas matrículas estão isentas do pagamento de taxa.
Além das aulas de saltos ornamentais, o Complexo Aquático Cláudio Coutinho oferece as modalidades deep water, natação, nado artístico, musculação, pilates, yoga, mobilidade e karatê.