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Brasil

Bioeconomia tem que sair do papel, afirma Ricardo Salles

Ministro foi o primeiro convidado da Semana Nacional das Comunicações

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, falou hoje (3) sobre o papel da bioeconomia na região amazônica e sobre a capacidade de mudança social que o Brasil pode ganhar com ajustes na atividade econômica que equilibram características sociais com atividades comerciais, levando em conta preservação e renovação de recursos.

Segundo o ministro, para reverter o cenário de atividade exploratória no Norte do país, a regularização fundiária e o zoneamento econômico ecológico devem ser priorizados. Salles argumenta que a região necessita de um “plano diretor” – uma forma estruturada de organização e planejamento que vai além dos aspectos territoriais e financeiros.

“Precisamos tirar do papel essa ideia da bioeconomia para ajudar a gerar emprego e renda para os 23 milhões de brasileiros que foram deixados para trás na Amazônia – a região mais rica do Brasil em termos de recursos naturais, porém com uma população que vive com os piores índices de desenvolvimento humano”, afirmou o ministro em entrevista à Voz do Brasil.

Tecnologia e meio ambiente

Convidado especial da Semana Nacional das Comunicações, o ministro do Meio Ambiente falou sobre como a nova geração de internet móvel – o 5G, que deverá ser leiloado ainda no primeiro semestre de 2021 – poderá influenciar nas políticas de proteção ambiental.

Para o ministro, uma combinação de recursos tecnológicos e de atuação física nos locais de preservação contribuem para o meio ambiente. “Temos uma boa estrutura. Nós utilizamos diversas fontes de dados, dentre eles satélites nacionais e do exterior também. O importante é termos não só tecnologia, mas capacidade de atuação. São coisas que se complementam”, explicou.

Salles lembrou do lançamento do satélite Amazonia 1, que além de benefícios tecnológicos para o Programa Espacial Brasileiro, monitora constantemente focos de incêndio e de desmatamento na ampla região de florestas brasileiras.

Wifi nos parques

Segundo o ministro, outro aspecto importante do leilão do 5G é a ampliação do sinal 4G em áreas remotas – o que permitirá que o sinal alcance parques e reservas ecológicas com mais facilidade, o que deve incentivar e facilitar o turismo nessas regiões. 

A iniciativa também é prevista no programa Conecta Parques, que deve beneficiar 10 milhões de visitantes, segundo o ministério. “As pessoas querem visitar os parques e tirar fotos, mandar para a família, para os amigos, subir nas redes sociais. É importante que isso tenha uma boa cobertura.”

Acordos internacionais

O ministro afirmou que acredita que haverá benefícios com a nova tecnologia também para os estudos que envolvem o mapeamento da fauna e flora e o patrimônio genético brasileiro. “O Brasil fez a ratificação do protocolo de Nagoya, que permite que o Brasil consiga utilizar a biodiversidade e também terceiros possam utilizá-la. Para tudo isso acontecer dentro das regras, a tecnologia é fundamental.”

Sobre a Cúpula de Líderes para o Clima, Salles afirmou que o Brasil não pode ser classificado como “vilão ambiental”, e que as solicitações e acordos internacionais também devem oferecer contrapartidas para lidar com os problemas de preservação internos.

“O Brasil está longe de ser um vilão ambiental. Temos 84% da Amazônia preservada. 66% da vegetação nativa está preservada. Temos um código florestal que nenhum outro país tem. Assinamos o Protocolo de Kyoto, que prevê ações para o clima, e recebemos apenas um terço do que foi prometido”, explicou.

O ministro informou que o Brasil possui ativos não creditados em acordos e parcerias internacionais, e esclareceu que o país tem pouca contribuição na mudança climática. 

“Temos uma série de ativos que o Brasil não recebeu. Somos chamados para ajudar no problema das mudanças climáticas – que não é da nossa participação. Somos apenas 3% das emissões, os outros países têm muito mais. Se ajudamos a resolver o problema da mudança climática, que não é causado por nós, também queremos que nos ajudem a resolver o problema do desmatamento”, argumentou.

Adote um parque

Lançado em fevereiro deste ano, o programa Adote um Parque é uma das iniciativas prioritárias do ministro. Pensado para permitir que pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, possam ajudar na preservação de santuários ambientais brasileiros, o programa já conseguiu aporte para 8 parques nacionais, e pode chegar a R$ 3,2 bilhões de reais em apoio direto ao meio ambiente.

“[O programa] foi um sucesso. Tinha uma outorga prevista em R$ 700 mil reais e que arrecadou 20 milhões. A quantidade de empregos, oportunidades, desenvolvimento e preservação ambiental que o programa nacional de concessões de parques vai gerar é muito importante”, informou.

Época de queimadas

Segundo Salles, os reforços para a fiscalização e combate durante a época das queimadas já estão sendo providenciados. Serão 3,3 mil novos brigadistas, 10 aviões de combate ao fogo, helicópteros e viaturas destacadas especificamente para deter as queimadas antes de atingirem grandes proporções. 

Salles destacou, no entanto, que medidas de prevenção nas esferas estaduais e municipais são as mais importantes, já que o governo federal não tem influência nas políticas regionais. “É preciso agir preventivamente. Quem autoriza isso são os estados, às vezes até os municípios, não o governo federal. Quando não se faz o uso preventivo do fogo e de outras medidas, quando chega a queimada, ela atinge grandes proporções.”

Lixão Zero

O ministro lembrou ainda sobre o recorde atingido pelo país em 2020, que registrou 97% de reciclagem do alumínio utilizado. Para Salles, acordos de logística reversa e o marco do programa Lixão Zero foram grandes contribuições para o marco. 

“Ter a logística reversa significa trazer de volta o produto, reciclar, reinserir na economia. Junto com o programa Lixão Zero, com tecnologia e utilização do lixo para geração de energia elétrica, vamos combater essa praga, que é o uso de lixões Brasil afora”, concluiu.

Veja na íntegra:



Maior leilão da história trará o 5G ao Brasil

Muito mais do que uma internet mais rápida, a tecnologia 5G, que deverá chegar ao Brasil até o fim do ano, irá revolucionar toda a sociedade e os meios produtivos. “Não se trata de mais um G e sim de um guarda-chuva que envolve e potencializa outras tecnologias”, afirma o presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), Leonardo Euler de Moraes, em entrevista ao programa Brasil em Pauta.

» Assista ao programa

Leilão do 5G: entenda o que vem por aí e conheça as novidades

Prevista para estar disponível nas 27 capitais brasileiras até julho de 2022, a internet 5G é vista, tanto pelo governo federal quanto por empresas de tecnologia e de telecomunicações, como uma revolução tecnológica abrangente. A implementação desta tecnologia no Brasil promete trazer diversas inovações que vão se refletir em maior produtividade, avanços na economia e na qualidade de serviços.

» Leia Mais

Semana Nacional das Comunicações

De hoje (3) a domingo (9), os veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) publicam o Especial Conecta, com conteúdos sobre a Semana Nacional das Comunicações. O especial vai reunir reportagens sobre história das telecomunicações, 5G, Internet das Coisas, o impacto das novas tecnologias na educação e no agronegócio, entre outros temas. 

Por: Agência Brasil

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Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

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Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

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Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

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Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

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