A Câmara Municipal do Rio de Janeiro rejeitou, nesta quinta-feira, pedido de abertura de processo de impeachment do prefeito Marcelo Crivella, acusado de usar servidores municipais para cercear o trabalho da imprensa e intimidar pacientes da rede pública de saúde.
A votação foi apertada, com placar de 25 a 23 a favor do prefeito, entre os 48 vereadores que votaram. Para que fosse aprovada a admissibilidade do processo, era necessária maioria simples dos votos.
Do lado de fora da Câmara, um pequeno grupo de apoiadores de Crivella comemorou e soltou fogos após a votação. Mas também houve quem protestasse e fizesse panelaço nos prédios vizinhos.
Paralelamente ao pedido de impeachment, também foi protocolado na Câmara um pedido de abertura de CPI para investigar o prefeito.
“A ilegalidade do prefeito é clara nesse caso. Os esforços são para abrir CPI“, disse à Reuters o vereador Átila Nunes, que é autor de outro pedido de impeachment.
Crivella está sob pressão depois que auxiliares do prefeito foram colocados sob investigação da polícia e do Ministério Público por tentarem impedir e atrapalhar o trabalho de jornalistas na cobertura de problemas na rede de saúde da cidade, além de intimidarem pacientes que reclamavam da qualidade do atendimento.
Entre os auxiliares investigadores há servidores da cidade. A polícia cumpriu 9 mandados de busca e apreensão na terça-feira em endereços dos auxiliares, e um deles, apontado como líder do grupo e assessor da prefeitura, foi conduzido a uma delegacia para prestar depoimento.
Em nota, a prefeitura do Rio afirmou que “reforçou o atendimento em unidades de saúde municipais para melhor informar à população e evitar riscos à saúde pública”.
Por Rodrigo Viga Gaier