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Capivaras em Campinas recebem marcação em formato de coração após castração

Raspagem de pelos auxilia no controle pós-cirúrgico e manejo da febre maculosa

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Reprodução - Prefeitura de Campinas

Uma iniciativa em Campinas (SP) está chamando a atenção: as capivaras da Lagoa do Taquaral estão recebendo uma marcação em formato de coração após passarem por cirurgias de esterilização. Essa marca, feita através da raspagem dos pelos, auxilia no monitoramento pós-cirúrgico e faz parte de um plano de manejo promovido pela prefeitura para o controle populacional dos animais.

O programa, iniciado em setembro, busca reduzir o risco de transmissão da febre maculosa, doença associada ao carrapato-estrela, vetor frequentemente encontrado em capivaras.

Controle e acompanhamento

De acordo com Rodrigo Pires, gestor ambiental e assessor do Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), a castração é acompanhada por outra medida importante: a microchipagem. “O microchip permite que os animais sejam monitorados ao longo de toda a vida, garantindo maior bem-estar e segurança,” explica.

Até o momento, cerca de 53 capivaras já passaram pelo procedimento em três campanhas realizadas no parque. A marcação nos pelos, que desaparece em cerca de três meses, ajuda os especialistas a identificar os animais que já foram castrados e acompanhar sua recuperação.

Estratégia de manejo

A captura dos animais, primeira etapa do plano de manejo, foi feita com a utilização de alimentação controlada para atrair as capivaras em horários e locais específicos. Após a captura, elas são levadas para a cirurgia. No caso dos machos, é realizada uma vasectomia, enquanto as fêmeas passam por uma salpingectomia, procedimentos que impedem a reprodução.

A iniciativa abrange todas as capivaras que vivem em parques públicos da cidade, como o Lago do Café, o Parque Ecológico e o Parque das Águas. A previsão para a conclusão do manejo completo dependerá de fatores como condições climáticas e comportamento dos grupos.

O papel das capivaras na febre maculosa

Embora as capivaras não apresentem sintomas da febre maculosa e sejam resistentes à infecção, elas atuam como hospedeiras do carrapato-estrela, que é o verdadeiro transmissor da doença. Segundo Gisela Sobral, coordenadora do Projeto Incisivos, o ciclo de transmissão ocorre quando a capivara infectada é picada por carrapatos saudáveis, que contraem a bactéria causadora da febre maculosa e podem transmiti-la a outros animais ou seres humanos.

A febre maculosa, causada por bactérias do gênero Rickettsia, é uma doença infecciosa grave, com sintomas como febre alta, dores musculares e manchas vermelhas no corpo. O tratamento envolve o uso de antibióticos específicos e deve ser iniciado o mais rápido possível, mesmo antes da confirmação do diagnóstico laboratorial.

Com a campanha de castração e manejo, Campinas busca minimizar os riscos à saúde pública e promover o equilíbrio ecológico nos espaços urbanos.

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