O Brasil subiu 18 posições no ranking mundial de liberdade de imprensa divulgado pela organização não governamental Repórteres Sem Fronteiras (RSF). De acordo com o relatório, o país passou da 110ª para a 92ª colocação, graças à saída de Jair Bolsonaro do poder, que “atacou sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação”, segundo a RSF.
Para o diretor do escritório da RSF para a América Latina, Artur Romeu, a subida brasileira no ranking reflete a expectativa de mudanças positivas desde a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022. No entanto, Romeu alerta que, se for considerada a violência contra comunicadores no Brasil no ano passado, o país estaria em 149º lugar.
O diretor da RSF destaca que o Brasil é historicamente violento para jornalistas e é o segundo país da América Latina em número de assassinatos de jornalistas nos últimos dez anos, ficando atrás apenas do México. Para continuar a melhorar no ranking, a RSF acredita que o país precisa reafirmar marcos legais, garantir a transparência pública e combater a desinformação.
O estudo da RSF tem a pretensão de avaliar as condições do livre exercício do jornalismo em 180 países do mundo, considerando indicadores políticos, sociais, legislativos, econômicos e de segurança. A percepção é que há uma volatilidade política em vários países do mundo e uma tendência a menor prestação de contas por parte de lideranças políticas e governos, além da invasão da desinformação por meio de tecnologias e inteligência artificial. A RSF coletou dados até março de 2023 para o estudo, que é apresentado anualmente no Dia da Liberdade de Imprensa, celebrado em 3 de maio.