A Petrobras anunciou nesta terça-feira (15) um aumento de 16,3% no preço da gasolina e de 25,8% no do diesel nas refinarias, a partir desta quarta-feira (16). O reajuste é o primeiro desde a extinção da política de paridade internacional dos combustíveis, em maio, e ocorre em meio à alta do petróleo no mercado externo. O aumento deve ter um impacto de 0,4 ponto percentual na inflação entre agosto e setembro, segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto.
Em um almoço com parlamentares da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), Campos Neto afirmou que o reajuste nos combustíveis vai afetar diretamente o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país. “A gente vai ver algumas revisões [do IPCA] com o reajuste de hoje”, disse ele.
O presidente do BC também destacou que o Brasil tem conseguido controlar a inflação, apesar das pressões de custos e da demanda aquecida. Ele comparou a situação brasileira com a de outros países que têm metas mais altas de inflação e estão enfrentando dificuldades para contê-las. “A meta mais alta não dá mais flexibilidade à política monetária. Ela tira a flexibilidade”, afirmou.
De acordo com a Petrobras, o valor médio do litro de gasolina será elevado em R$ 0,41, de R$ 2,52 para R$ 2,93. Já o litro do diesel será elevado em R$ 0,78, de R$ 3,02 para R$ 3,80. A empresa ressaltou que os preços praticados nas refinarias são apenas uma parcela do valor final dos combustíveis nos postos, que também dependem de impostos, margens de distribuição e revenda e mistura de biocombustíveis.
Os reajustes dos combustíveis já eram esperados pelo mercado, diante da valorização do petróleo no cenário internacional. Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina nos polos da Petrobras estava defasado em R$ 0,90 (-27%), e o do diesel, em R$ 1,18 (-28%). No ano, a variação acumulada do preço de venda da gasolina A da Petrobras às distribuidoras apresenta redução de R$ 0,15 por litro.