O Brasil registrou uma redução no número de consumidores com dívidas em atraso no mês de julho, de acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O estudo mostra que a inadimplência atingiu 66,11 milhões de pessoas no mês passado, o que representa 40,51% da população adulta do país.
O resultado indica uma melhora na situação financeira dos brasileiros, que vem sendo beneficiada por fatores como a queda da inflação, a redução da taxa de juros, a valorização do real e o Programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal em julho para facilitar a renegociação de dívidas.
O presidente da CNDL, José César da Costa, afirma que a tendência é de que a inadimplência continue diminuindo nos próximos meses, impulsionando o consumo e a recuperação econômica. “Temos hoje uma dinâmica mais favorável no preço dos alimentos e no câmbio, uma inflação mais controlada e taxa de juros em queda, além do Programa Desenrola Brasil. Todos esses fatores favorecem a diminuição da inadimplência e melhoria do consumo”, destaca.
O levantamento também revelou o perfil dos inadimplentes no país. A maioria das dívidas em atraso está entre 1 a 3 anos (21,95% dos inadimplentes) e a faixa etária com maior proporção de negativados é a de 30 a 39 anos (23,73% dos inadimplentes). Nessa faixa, quase metade dos brasileiros (48,03%) está com o nome sujo.
O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, ressalta que o Programa Desenrola Brasil ainda não teve impacto significativo na base de inadimplentes, pois entrou em vigor apenas na segunda quinzena de julho. “De qualquer forma, é esperado um número maior de pessoas deixando o cadastro de inadimplentes nos próximos meses”, avalia.