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Economia

Preço da carne tem alta de 20,8% em 2024, a maior dos últimos 5 anos; entenda os motivos e as projeções

Custos elevados e restrição de oferta no mercado interno apontam para continuidade da alta nos preços até 2026



O preço da carne bovina no Brasil disparou 20,84% em 2024, registrando a maior alta desde 2019, quando a elevação foi de 32,4%. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (10), a carne tornou-se o item de maior impacto na inflação de alimentos, que subiu 7,69% neste ano.

Cortes populares como acém (25,2%), patinho (24%) e contrafilé (20%) foram os que mais tiveram seus valores elevados, afetando diretamente o consumo das famílias brasileiras.

Especialistas apontam quatro principais fatores que explicam o aumento:

  1. Ciclo pecuário: A oferta de gado começou a diminuir após dois anos de altos índices de abates. Pecuaristas têm mantido mais fêmeas para reprodução, reduzindo a quantidade de bois disponíveis para o mercado.
  2. Clima: A seca e queimadas comprometeram a formação de pastagens, o que impacta negativamente na alimentação do rebanho.
  3. Exportações: O Brasil, maior exportador mundial de carne bovina, segue batendo recordes de vendas internacionais, reduzindo a oferta no mercado interno.
  4. Renda: A melhora no salário mínimo e a queda no desemprego incentivaram a retomada do consumo de carne por parte dos brasileiros.

Projeções para os próximos anos

Economistas acreditam que o preço da carne não deverá recuar em 2025, com uma tendência de alta que pode se prolongar até 2026.

O ciclo de produção pecuária contribui para essa projeção. Após anos de abates intensos, a criação de bezerros está sendo priorizada, o que reduz a disponibilidade de carne no mercado. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da USP, o preço do bezerro já subiu cerca de 22% entre julho e novembro de 2024.

De acordo com o professor Felippe Serigati, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a retenção de fêmeas para reprodução significa que a produção de carne bovina será reduzida nos próximos anos, pressionando os preços para cima.

Thiago Bernardino de Carvalho, especialista do Cepea, reforça que o ciclo de crescimento dos bezerros até se tornarem bois prontos para o abate pode levar anos. Ele prevê que o impacto dessa fase de retenção será sentido até 2026 ou 2027.

Contexto histórico

Nos últimos anos, o preço da carne oscilou de acordo com os ciclos da pecuária. Entre 2022 e 2023, os preços caíram devido ao grande volume de abates. Agora, com a inversão do ciclo e outros fatores como exportações e problemas climáticos, o cenário de alta deve prevalecer, impactando consumidores e o mercado interno.

Economia

Bolsa Família 2025: pagamentos de janeiro começam nesta segunda; confira o calendário

Primeiros beneficiários a receber serão aqueles com NIS terminado em 1; pagamento escalonado segue até o fim do mês

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Bolsa família

Os pagamentos do Bolsa Família para o mês de janeiro de 2025 terão início nesta segunda-feira (20). Os primeiros a receber serão os beneficiários com o Número de Identificação Social (NIS) terminado em 1. O valor previsto para cada família é de R$ 600, podendo ser acrescido de benefícios adicionais. O cronograma de pagamento será escalonado ao longo do mês, conforme o número final do NIS, e seguirá até o último dia útil de janeiro.

Calendário de Pagamento para Janeiro de 2025:

  • Final do NIS 1: pagamento em 20/1
  • Final do NIS 2: pagamento em 21/1
  • Final do NIS 3: pagamento em 22/1
  • Final do NIS 4: pagamento em 23/1
  • Final do NIS 5: pagamento em 24/1
  • Final do NIS 6: pagamento em 27/1
  • Final do NIS 7: pagamento em 28/1
  • Final do NIS 8: pagamento em 29/1
  • Final do NIS 9: pagamento em 30/1
  • Final do NIS 0: pagamento em 31/1

Previsão de Pagamentos ao Longo do Ano:

  • Fevereiro: 17/2 a 28/2
  • Março: 18/3 a 31/3
  • Abril: 15/4 a 30/4
  • Maio: 19/5 a 30/5
  • Junho: 16/6 a 30/6
  • Julho: 18/7 a 31/7
  • Agosto: 18/8 a 29/8
  • Setembro: 17/9 a 30/9
  • Outubro: 20/10 a 31/10
  • Novembro: 14/11 a 28/11
  • Dezembro: 10/12 a 23/12

Quem pode receber o Bolsa Família? Para ser beneficiado, o critério principal é ter uma renda familiar per capita de até R$ 218. A renda total da família deve ser dividida pelo número de pessoas para determinar o valor por pessoa. Além disso, é necessário cumprir com contrapartidas, como manter crianças e adolescentes na escola, realizar acompanhamento pré-natal (para gestantes) e manter as carteiras de vacinação atualizadas.

Cadastro no Cadastro Único (CadÚnico): Para ser incluído no Bolsa Família, é preciso estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), um programa que visa a inclusão de famílias de baixa renda em diversas políticas sociais. Estar cadastrado no CadÚnico não garante automaticamente a inclusão no Bolsa Família, mas é o primeiro passo para a análise do enquadramento.

Como sacar o Bolsa Família? Os beneficiários podem movimentar o valor do Bolsa Família através do aplicativo Caixa TEM e internet banking, sem precisar ir até uma agência da Caixa Econômica Federal. Além disso, o cartão do programa pode ser usado para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, como débito. Saques também podem ser feitos nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas, correspondentes Caixa Aqui e nas agências da Caixa.

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Economia

Saiba o que é o nanoempreendedorismo: Nova categoria tributária para quem fatura até R$ 40,5 mil por ano

Projeto estabelece isenção fiscal para profissionais com receita anual abaixo de R$ 40,5 mil, visando apoiar pequenos empreendedores

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Imagem - Divulgação

A reforma tributária sancionada nesta quinta-feira (16) trouxe mudanças importantes para os trabalhadores autônomos, com a criação da categoria dos nanoempreendedores. Essa nova classificação abrange profissionais que atuam de maneira individual, com uma receita bruta anual inferior a R$ 40,5 mil – valor que corresponde a metade do limite atual dos microempreendedores individuais (MEIs).

Nanoempreendedores são, geralmente, trabalhadores informais como ambulantes, jardineiros, cozinheiros, artesãos e agricultores familiares, além de profissionais autônomos em setores não formalizados, como mototaxistas.

O projeto estabelece que esses profissionais não pagarão o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, que substitui tributos como ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI. Segundo o advogado tributarista Carlos Schenato, a medida visa aliviar a carga tributária sobre pequenos empreendedores, evitando que eles se mantenham na informalidade devido à alta carga fiscal.

Embora os nanoempreendedores estejam isentos de impostos sobre o consumo a partir de 2026, outros tributos, como contribuições previdenciárias e impostos sobre propriedades, podem ser cobrados.

Limites e regras para MEIs e nanoempreendedores

Os MEIs, que possuem um limite de receita de até R$ 81 mil por ano, não se enquadram na nova categoria, assim como os profissionais que já são impedidos de aderir ao regime do MEI, como advogados, arquitetos e médicos. Profissionais de aplicativos, como motoristas e entregadores, podem ser classificados como nanoempreendedores, mas sob um regime especial. Nesse caso, apenas 25% do faturamento bruto será considerado para fins de enquadramento, permitindo um limite de até R$ 162 mil anuais, desde que esse percentual não ultrapasse R$ 40,5 mil.

Regime simplificado para nanoempreendedores

O regime dos nanoempreendedores promete ser menos burocrático e focado na autodeclaração, dispensando a obrigatoriedade de emissão de notas fiscais em todas as transações, o que ajuda a reduzir custos administrativos. Ao contrário dos MEIs e outras modalidades de formalização, como Empresário Individual (EI), os nanoempreendedores não precisarão criar uma personalidade jurídica e poderão atuar como pessoas físicas.

O controle da categoria será feito por sistemas de monitoramento e cadastramento da Receita Federal, que pode utilizar plataformas já existentes, como o e-Social e o Portal do Simples Nacional. Os nanoempreendedores deverão comprovar seu faturamento por meio de declarações periódicas, com possíveis cruzamentos de dados financeiros para evitar fraudes.

Desafios e benefícios

A criação dessa nova categoria pode estimular a formalização de pequenos negócios, reduzir a informalidade e incentivar o consumo local, promovendo maior justiça fiscal. No entanto, o advogado Leonardo Roesler alerta para o risco do “efeito trava”, em que os empreendedores evitam crescer para não ultrapassar o limite de isenção e perder os benefícios fiscais.

A regulamentação da reforma tributária também inclui a unificação de impostos sobre o consumo e a criação de novos tributos, como o Imposto Seletivo, que incidirá sobre produtos prejudiciais à saúde, como bebidas alcoólicas e cigarros. A transição para o novo sistema tributário será gradual, com sua implementação completa até 2033.

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Economia

Brasil pode ter imposto mais alto do mundo com IVA estimado em 28%

Regulamentação da reforma tributária inclui trava de alíquota para conter aumento

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A regulamentação da reforma tributária sancionada nesta quarta-feira (15) prevê que o Brasil pode alcançar um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) médio de 28%, segundo estimativa de Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária. Se confirmado, esse percentual ultrapassaria a alíquota de 27% aplicada na Hungria, atualmente a mais alta do mundo.

No entanto, o texto aprovado na Câmara dos Deputados inclui um mecanismo para evitar que a alíquota geral alcance esse patamar: a chamada “trava de alíquota”, que estabelece um limite de 26,5% para o IVA. Esse dispositivo foi incorporado para assegurar que a carga tributária não ultrapasse níveis já praticados, mantendo o equilíbrio fiscal e evitando sobrecarga aos contribuintes.

Exceções e impacto na alíquota

A elevação estimada para 28% se deve, em grande parte, à inclusão de regimes especiais e exceções ao longo da tramitação do projeto no Senado. Durante o processo, cerca de 600 propostas de ajustes foram analisadas, e muitas delas, aceitas pelo relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM). Segundo Bernard Appy, essas mudanças elevaram a carga tributária estimada além do limite inicial.

Apesar disso, alterações mais significativas que poderiam aumentar ainda mais o imposto foram rejeitadas na Câmara dos Deputados. Mesmo assim, Appy reconheceu que a alíquota final deverá ser “ligeiramente maior” do que a estimativa inicial de 26,5%.

Mudanças trazidas pela reforma tributária

A reforma tributária sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 17 vetos, estabelece as regras para dois novos impostos:

  • Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), de competência federal, que substituirá gradualmente o PIS, Cofins e IPI;
  • Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que será de competência estadual e municipal, substituindo o ICMS e ISS.

Além disso, o texto regulamenta o Imposto Seletivo (IS), apelidado de “imposto do pecado”, que incidirá sobre produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente, como cigarro e bebidas alcoólicas.

Próximos passos e controle tributário

A implementação da reforma será gradual, e o comitê gestor responsável será fundamental para monitorar o impacto sobre contribuintes e ajustes necessários na transição. A reforma era uma das prioridades do governo federal e também um compromisso dos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco, que deixarão seus cargos em fevereiro.

Com as novas regras, há expectativa de impacto em diversos setores, como o aumento de tarifas de água e esgoto, que podem subir até 18% em decorrência da mudança na tributação. As discussões sobre o tema ainda deverão gerar desdobramentos à medida que o novo sistema for implementado.

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