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Educação

Educadores dizem que novo ensino médio amplia desigualdades

Estudantes prometem ocupar ruas para pedir revogação da reforma

Fernando Frazão/Agência Brasil

O novo ensino médio tem agravado a desigualdade no Brasil e prejudicado os mais pobres e vulneráveis, segundo especialistas em educação. O problema é ainda mais grave nas escolas públicas, que estão enfrentando problemas como má remuneração de professores, más condições de trabalho, falta de investimento e de formação dos docentes.

O resultado é que muitos estudantes estão se formando e indo trabalhar como jovens aprendizes em outra área profissional, distantes das universidades públicas. Estudantes de todo o país prometem ocupar as ruas nesta quarta-feira (19) para pedir que o Ministério da Educação revogue o novo sistema.

A professora de matemática Elenira Vilela, coordenadora-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica, afirmou que o novo ensino médio “aprofunda barbaramente as desigualdades”.

Ela também criticou o mito de que os jovens poderão escolher itinerários formativos dos quais sejam mais próximos. Ela disse que muitos municípios têm apenas uma escola de ensino médio que mal consegue oferecer uma formação padrão para todo mundo. “Então, essas escolas não vão conseguir ou não estão conseguindo oferecer os diversos itinerários formativos”, afirmou.

Teoria e prática

O novo ensino médio brasileiro tem sido alvo de intensos debates desde sua aprovação em 2017, e as opiniões continuam divididas. Para o professor Fernando Cássio, a falta de discussão com a sociedade e os atores da educação antes de sua aprovação resultou em sua falha em ser efetivamente aplicado na prática. Ele afirma que os defensores da reforma estão falando apenas em teoria, enquanto a flexibilização do currículo está produzindo tragédias para os estudantes.

Por outro lado, o presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista Pereira, contesta a afirmação de Cássio e argumenta que a reforma foi discutida desde a década de 90. Ele ressalta que o Brasil é o único país que tem uma escola única do ensino médio, enquanto outros países, como Argentina, Chile, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Europa e Ásia, possuem um modelo de ensino médio muito parecido com o novo modelo brasileiro, com uma base geral e itinerários para os alunos escolherem.

Entretanto, o professor Fábio Miguel argumenta que faltou transparência e informação após a aprovação da reforma. Ele reclama que os pais, alunos e a comunidade não foram adequadamente informados sobre como o novo ensino médio funcionaria na prática, o que contribuiu para a confusão e incerteza em relação ao novo modelo.

Revogação

Diversos especialistas em educação e professores têm criticado a reforma do ensino médio proposta pelo governo, e muitos defendem a sua revogação imediata. Fernando Cássio e Elenira são alguns dos defensores da revogação, argumentando que é preciso reparar os danos causados pela implantação da reforma e criar um novo modelo de ensino que ofereça uma formação sólida e adequada para os estudantes. Já o professor Fábio Miguel aponta falhas na reforma, mas acredita que a ideia é boa e propõe uma consulta preliminar aos alunos para conhecer suas necessidades e interesses antes de definir os itinerários.

O presidente da Fenep, por outro lado, é contra a revogação e defende a continuidade da implementação do novo ensino médio, argumentando que ainda é cedo para avaliar seus resultados e que é importante envolver todos os atores da educação nas discussões. Para melhorar a reforma, Eizerik sugere a regulamentação dos itinerários e a criação de trilhas integradas para escolas do interior.

Diante das críticas, o Ministério da Educação suspendeu o calendário de implantação e propôs uma consulta pública para debater caminhos com a sociedade. Enquanto alguns veem nas audiências públicas uma oportunidade para debater as mudanças propostas, outros, como Fernando Cássio, acreditam que o ideal seria realizar conferências de educação para propor um novo modelo de ensino.

Educação

Professora é demitida por vender bolos com maconha em escola no RS

Prefeitura de Estância Velha publicou a decisão após laudo pericial confirmar a presença da droga nos produtos vendidos pela servidora pública

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Imagem - Rede Social

Uma professora de 34 anos, acusada de comercializar bolos recheados com maconha dentro de uma escola em Estância Velha, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), foi oficialmente demitida nesta quinta-feira (19/12). A decisão foi publicada no Diário Oficial do município e segue recomendação de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD).

O prefeito Diego Francisco (PSDB) anunciou a medida de forma inusitada. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, ele aparece comendo um bolo enquanto ouve “Three Little Birds”, clássico de Bob Marley, e explica a decisão.

“Estou aqui na hora do lanche, comendo um bolinho, e quero dizer para vocês que esse aqui não é batizado. Hoje saiu o resultado do processo que investigava a conduta da professora acusada de vender bolo com maconha no município”, declarou o prefeito.

A investigação revelou que os bolos vendidos pela professora em agosto continham o princípio ativo da maconha, conforme laudo pericial. O produto, embalado para venda, pesava 517 gramas, e a educadora foi indiciada por tráfico de drogas. Ela estava afastada de suas funções desde julho, quando o caso veio à tona.

A demissão da servidora encerra sua ligação com o quadro público municipal, mas as investigações criminais seguem em andamento. O caso gerou grande repercussão local, levantando preocupações sobre a segurança nas escolas e a conduta de profissionais da educação.

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Educação

Senado aprova projeto que proíbe o uso de celulares nas escolas; saiba o que muda

Medida visa limitar distrações nas escolas e reduzir os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia entre os estudantes.

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O grupo sugere que os celulares sejam desligados e mantidos fora do alcance dos alunos durante todo o período escolar

O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (18), um projeto de lei que proíbe o uso de celulares nas escolas de todo o Brasil. A medida, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados, proíbe o uso dos aparelhos em sala de aula, durante os intervalos e recreios, mas permite que os estudantes levem seus celulares para a escola, desde que os mantenham desligados e guardados na mochila. Agora, o projeto segue para sanção do presidente Lula e, se aprovado, começará a valer no próximo ano letivo.

A decisão gerou controvérsias, com algumas críticas sobre brechas no texto que poderiam permitir que os estudantes burlassem a regra, argumentando, por exemplo, sobre a liberdade de expressão. O deputado Renan Ferreirinha (PSD-RJ), responsável pelo relatório na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, defendeu a proposta, afirmando que a redação final foi resultado de um consenso que buscou viabilizar a implementação da medida.

O que muda com a nova lei

A nova lei proíbe o uso de celulares em todas as etapas da educação básica, desde a educação infantil até o ensino médio. O uso dos dispositivos será permitido somente para fins pedagógicos, com a orientação de professores, e em situações especiais, como para garantir direitos fundamentais ou em casos de emergência.

O senador Alessandro Vieira (MDB-SE), responsável pelo parecer no Senado, ressaltou a importância da proposta para a segurança física e mental dos alunos, citando dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA) de 2022, que mostraram que estudantes que usaram smartphones por mais de cinco horas diárias obtiveram pior desempenho do que aqueles que usaram por uma hora ou menos.

Vieira também destacou os impactos do uso excessivo de celulares na vida dos jovens e a competição de atenção que, segundo ele, é prejudicial ao desenvolvimento dos adolescentes.

Durante a tramitação na Câmara, a proposta gerou resistência, especialmente de parlamentares conservadores, que temiam que a medida impedisse a fiscalização de possíveis influências ideológicas nas escolas. Para conseguir o apoio desses deputados, Ferreirinha inseriu no projeto um dispositivo que permite o uso dos celulares para garantir direitos fundamentais, o que foi criticado por alguns grupos, como o Movimento Desconecta. Camilla Bruzzi, membro do movimento, afirmou que essa flexibilização poderia abrir brechas para o não cumprimento da lei.

Outro ponto criticado pelo Movimento Desconecta foi a falta de uma regra que obrigue o armazenamento dos aparelhos de maneira segura. O grupo sugere que os celulares sejam desligados e mantidos fora do alcance dos alunos durante todo o período escolar.

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Educação

Demanda por cursos de inteligência artificial cresce 866% no Brasil em um ano

Relatório da Coursera revela alta demanda por inteligência artificial, com brasileiros focados no básico e baixa participação feminina no setor

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A busca por capacitação em inteligência artificial (IA) registrou um aumento expressivo de 866% no último ano, de acordo com um relatório divulgado pela Coursera. Essa competência se destaca como a mais procurada entre profissionais, estudantes e candidatos a emprego. No Brasil, porém, o foco ainda está em cursos básicos, como conceitos fundamentais de dados e introduções ao gerenciamento de projetos.

O levantamento da Coursera aponta que países emergentes, como Índia, Colômbia e México, lideram o interesse pela IA generativa, enquanto o Brasil aparece em uma posição inferior nesse ranking. Apesar do crescimento nas matrículas, especialistas avaliam que o país ainda precisa desenvolver estratégias para explorar todo o potencial dessa tecnologia.

Participação feminina na IA
Outro dado relevante do relatório é a baixa presença de mulheres no setor de IA. Apenas 28% das matrículas em cursos relacionados à IA generativa foram realizadas por mulheres.

Adicionalmente, o impacto da automação afeta desproporcionalmente as trabalhadoras: 79% das mulheres estão empregadas em funções suscetíveis à substituição por IA, comparado a 58% entre os homens. Essa disparidade reflete desafios históricos de equidade em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

“A lacuna de gênero na área de STEM, que já era significativa, agora se torna mais evidente no campo da inteligência artificial. Apenas 22% dos profissionais de IA e ciência de dados são mulheres, o que representa um obstáculo não apenas para a inclusão social, mas também para a eficácia tecnológica”, avalia Marni Baker-Stein, diretora de conteúdo da Coursera.

O relatório sugere que iniciativas de educação inclusiva e capacitação tecnológica podem ser ferramentas importantes para superar essas desigualdades e preparar o Brasil para as transformações digitais em curso.

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