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Educação

Sem celular na escola: alunos relatam melhora no desempenho e socialização

Com a proposta do Ministério da Educação para banir smartphones nas instituições de ensino, g1 investiga colégios que já adotaram a regra

À medida que a proposta do MEC avança, as experiências de escolas que já implementaram a proibição

Em um cenário em que a tecnologia se tornou onipresente, a decisão de proibir o uso de celulares nas escolas está gerando um intenso debate. O Ministério da Educação (MEC) anunciou um projeto de lei que visa vetar smartphones em todas as instituições de ensino do Brasil. O g1 visitou três colégios que já implementaram essa regra, onde os aparelhos são mantidos fora do alcance dos alunos, até mesmo durante o recreio.

Desafios Iniciais e Adaptação

A transição não foi fácil. Os alunos relataram que as primeiras semanas após a proibição foram “um pesadelo”. “Sentimos como se estivéssemos passando por crises de abstinência”, afirmou Leo Gerchfeld, estudante do 2º ano do ensino médio na escola Alef Peretz, em São Paulo. Durante esse período, houve desespero e tentativas de burlas à regra, como o uso de celulares antigos escondidos em pochetes magnéticas, criadas pela instituição para manter os aparelhos sob controle.

Maristela Costa, professora de português na Alef Peretz, comparou a situação a “sair de um vício”. Após algumas semanas, no entanto, a maioria dos alunos se adaptou e começou a se concentrar mais nas aulas. “Os menores reaprenderam a brincar e os adolescentes trocaram os chats de WhatsApp por atividades esportivas e interações presenciais”, completou.

Impacto no Desempenho Acadêmico e nas Relações Sociais

A proibição dos celulares também trouxe benefícios. Segundo dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil, 28% das escolas urbanas e rurais já tinham implementado restrições severas antes do anúncio do MEC. Com a ausência dos smartphones, os alunos demonstraram uma melhora significativa nas notas e nas relações interpessoais. “Estamos vendo um aumento na socialização, que se reflete na convivência e no desempenho acadêmico”, disse Antonio Arruda, coordenador da Alef Peretz.

Na Escola Tarsila do Amaral, que atende crianças da educação infantil e do ensino fundamental, a restrição se estendeu até os mais jovens. A coordenadora Patrícia Bignardi explicou que, em casos de dependência tecnológica, foi necessário um processo de “desmame” para ajudar os alunos a se adaptarem a um cotidiano sem telas.

Mudanças de Comportamento nas Crianças

No dia a dia, os alunos revelaram que a falta de celulares incentivou brincadeiras mais criativas e interação entre colegas. “Adoramos brincar juntas, e não sentimos falta dos aparelhos”, disse Clara Lemos, aluna da educação infantil. Embora alguns alunos expressem a vontade de ter um celular, a maioria parece aproveitar a liberdade de um ambiente escolar livre de distrações digitais.

Para os adolescentes, a dinâmica do intervalo mudou drasticamente. “No começo foi difícil, mas agora as conversas cara a cara e a prática de esportes se tornaram muito mais comuns”, comentou Clara Wroclawski, aluna do ensino médio. A interação social ganhou novo fôlego, e muitos estudantes agora se sentem mais próximos uns dos outros.

À medida que a proposta do MEC avança, as experiências de escolas que já implementaram a proibição podem servir de guia para outras instituições. Os resultados positivos em termos de desempenho acadêmico, socialização e bem-estar emocional dos alunos reforçam a importância de encontrar um equilíbrio saudável entre tecnologia e aprendizado.

Educação

Demanda por cursos de inteligência artificial cresce 866% no Brasil em um ano

Relatório da Coursera revela alta demanda por inteligência artificial, com brasileiros focados no básico e baixa participação feminina no setor

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Imagem- Simulação

A busca por capacitação em inteligência artificial (IA) registrou um aumento expressivo de 866% no último ano, de acordo com um relatório divulgado pela Coursera. Essa competência se destaca como a mais procurada entre profissionais, estudantes e candidatos a emprego. No Brasil, porém, o foco ainda está em cursos básicos, como conceitos fundamentais de dados e introduções ao gerenciamento de projetos.

O levantamento da Coursera aponta que países emergentes, como Índia, Colômbia e México, lideram o interesse pela IA generativa, enquanto o Brasil aparece em uma posição inferior nesse ranking. Apesar do crescimento nas matrículas, especialistas avaliam que o país ainda precisa desenvolver estratégias para explorar todo o potencial dessa tecnologia.

Participação feminina na IA
Outro dado relevante do relatório é a baixa presença de mulheres no setor de IA. Apenas 28% das matrículas em cursos relacionados à IA generativa foram realizadas por mulheres.

Adicionalmente, o impacto da automação afeta desproporcionalmente as trabalhadoras: 79% das mulheres estão empregadas em funções suscetíveis à substituição por IA, comparado a 58% entre os homens. Essa disparidade reflete desafios históricos de equidade em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

“A lacuna de gênero na área de STEM, que já era significativa, agora se torna mais evidente no campo da inteligência artificial. Apenas 22% dos profissionais de IA e ciência de dados são mulheres, o que representa um obstáculo não apenas para a inclusão social, mas também para a eficácia tecnológica”, avalia Marni Baker-Stein, diretora de conteúdo da Coursera.

O relatório sugere que iniciativas de educação inclusiva e capacitação tecnológica podem ser ferramentas importantes para superar essas desigualdades e preparar o Brasil para as transformações digitais em curso.

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Educação

Tecnologia e Conscientização

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Imagem: Eduarda Viana

Na última quinta-feira, 5 de dezembro, o CED Casa Grande, no Gama, foi palco de uma ação inovadora realizada pelo Instituto Sublime Ação. Unindo tecnologia e educação, o evento trouxe atividades como óculos de realidade virtual (VR), quizzes interativos e uma assistente virtual para abordar temas relevantes como violência doméstica, bullying e prevenção ao uso de drogas.

A escola, que funciona como Educação de Jovens e Adultos (EJA) no período noturno, acolheu alunos de diferentes faixas etárias, que tiveram a oportunidade de experimentar o VR pela primeira vez e interagir com ferramentas tecnológicas inéditas em seu contexto educacional.

Segundo Edna Mendes, diretora do instituto e uma das idealizadoras do projeto, a iniciativa reforça a importância de levar tecnologia e cultura para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Estamos empenhados em garantir que pessoas mais vulneráveis tenham acesso ao conhecimento e a ferramentas que muitas vezes estão distantes do seu cotidiano. Além disso, já estamos desenvolvendo novos projetos que beneficiarão o público em geral”, destacou.

Um dos momentos marcantes foi o relato de Carmem, aluna do segundo ano do EJA, que, aos 63 anos, viveu pela primeira vez a experiência com realidade virtual e uma assistente virtual.

Foi a primeira vez que ‘brinquei’ com algo assim. Nunca imaginei que um dia teria essa oportunidade,” comentou.

Além das experiências tecnológicas, palestras destacaram como essas ferramentas podem ser aplicadas de maneira estratégica para enfrentar questões sociais e promover um ambiente escolar mais seguro e acolhedor.

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Educação

Tarcísio sanciona lei que proíbe uso de celulares nas escolas de SP

Restrição inclui todos os dispositivos com acesso à internet e prevê exceções apenas para fins pedagógicos ou necessidades específicas

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, sancionou nesta sexta-feira (6) uma lei que proíbe o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos com acesso à internet nas escolas públicas e privadas do estado. A nova regra entrará em vigor em 30 dias.

A medida, publicada no Diário Oficial, é resultado de um projeto da deputada estadual Marina Helou (Rede), com coautoria de 42 parlamentares, aprovado por unanimidade na Assembleia Legislativa (Alesp). A iniciativa busca combater o impacto negativo do uso excessivo de eletrônicos na concentração, desempenho acadêmico e interação social dos estudantes.

O que diz a lei

  • Dispositivos proibidos: celulares, tablets, relógios inteligentes e qualquer aparelho com acesso à internet.
  • Uso durante aulas e intervalos: a proibição abrange todo o período em que o aluno estiver na escola, incluindo recreios e atividades extracurriculares.
  • Transporte e armazenamento: alunos podem levar os dispositivos à escola, mas devem armazená-los de forma segura e inacessível durante o horário escolar.
  • Exceções:
    • Necessidade pedagógica, quando o uso de dispositivos é autorizado para atividades educacionais específicas.
    • Alunos com deficiência que necessitam de tecnologia assistiva.
  • Comunicação com pais e responsáveis: escolas devem criar canais alternativos para facilitar a comunicação entre as famílias e as instituições de ensino.

Aplicação e impacto

A Secretaria Estadual de Educação e os municípios deverão criar protocolos para garantir o armazenamento seguro dos aparelhos. Além disso, a lei transfere aos estudantes a responsabilidade por eventuais danos ou perdas dos dispositivos levados para as escolas.

A iniciativa segue um movimento nacional de debate sobre o uso de celulares nas escolas. Um projeto semelhante tramita na Câmara dos Deputados e, se aprovado, poderá estender a proibição a todo o país.

A partir de sua entrada em vigor, a nova regra promete alterar a dinâmica escolar em São Paulo, reforçando a concentração nas aulas e a interação social entre os alunos.

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