Um trágico episódio de envenenamento envolvendo membros de uma mesma família deixou três mortos em Torres, no litoral norte do Rio Grande do Sul. A Polícia Civil apura se uma desavença familiar de mais de 20 anos teria motivado o crime, cuja principal suspeita é Deise Moura dos Anjos, nora de uma das vítimas.
As vítimas fatais foram Neuza Denize Silva dos Anjos, de 65 anos, sua filha Tatiana Denize Silva dos Anjos, de 47, e Maida Berenice Flores da Silva, de 59, irmã de Neuza. A confraternização familiar, realizada no dia 23 de dezembro de 2024, terminou de forma trágica após o consumo de um bolo contaminado com arsênio, preparado com farinha envenenada.
Investigações apontam arsênio na farinha
Exames realizados em amostras de sangue das vítimas confirmaram níveis elevados de arsênio. A substância também foi detectada na farinha utilizada para fazer o bolo, conforme informado pela polícia em coletiva de imprensa. A delegada responsável pelo caso afirmou que há indícios contundentes de que a suspeita, Deise Moura dos Anjos, adicionou o veneno à farinha.
Embora detalhes sobre o desentendimento de 20 anos entre Deise e sua sogra, Zeli Teresinha dos Anjos, de 61 anos, não tenham sido revelados, os investigadores acreditam que o conflito possa ter sido o estopim para o crime. Deise está presa preventivamente.
Outras mortes e investigações
Além das três mortes confirmadas, Zeli, que preparou o bolo, sobreviveu e segue internada, com quadro estável. Outro ponto que chamou a atenção dos investigadores foi a morte do ex-marido de Zeli, ocorrida em setembro de 2024, devido a uma suposta intoxicação alimentar. A polícia abriu um inquérito para realizar a exumação do corpo e apurar se ele também foi vítima de envenenamento.
A tragédia trouxe à tona não apenas questões sobre conflitos familiares, mas também sobre o uso ilegal de substâncias tóxicas como o arsênio, cuja comercialização é proibida para o público.