Nesta quarta-feira (3), a Operação Venire da Polícia Federal (PF) foi deflagrada com o objetivo de investigar a inserção de informações falsas sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Dezesseis mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos em Brasília e no Rio de Janeiro.
Entre os seis indivíduos detidos, encontra-se o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, confirmado pela sua defesa. A corporação informou que está analisando o material apreendido e ouvindo indivíduos com informações relevantes para o caso.
A PF destacou que as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 e resultaram em alterações na verdade sobre um fato juridicamente relevante, ou seja, a condição de imunização dos beneficiários contra a covid-19. Isso permitiu que essas pessoas emitissem certificados de vacinação e os usassem para burlar as restrições sanitárias em vigor, destinadas a impedir a propagação de doenças contagiosas, impostas pelos poderes públicos no Brasil e nos Estados Unidos.
A corporação afirmou ainda que o objetivo do grupo era manter a coesão em relação às suas pautas ideológicas e sustentar o discurso contrário à vacinação contra a covid-19. As ações estão sendo realizadas como parte de um inquérito policial em andamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a atuação das chamadas milícias digitais e podem configurar crimes de infração de medidas sanitárias preventivas, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores.