Nos últimos anos, o número de favelas monitoradas pela prefeitura de São Paulo tem crescido de forma constante. Segundo a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), desde 2019, foram cadastradas 19 novas comunidades, elevando o número de 1.728 para 1.747 em 2021. No entanto, a prefeitura destaca que esses dados são parciais e não representam o total de favelas existentes na cidade.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou um censo em 2010 que apontou a existência de 1.020 aglomerados subnormais em São Paulo, incluindo favelas, grotas, palafitas e mocambos. Esse número será atualizado com o censo a ser divulgado neste ano, mas a estimativa já aponta um aumento considerável na quantidade de domicílios em áreas classificadas como aglomerados subnormais, chegando a quase 530 mil.
Para Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo, esse aumento reflete não apenas a crise econômica recente, mas também a falta de políticas públicas efetivas para enfrentar o problema social que o país vem enfrentando nos últimos anos. Ele destaca que as favelas são produtos de um processo complexo, resultado de diversos fatores, como desemprego, pobreza, aumento da inadimplência em contas básicas como água, luz e gás, entre outros.
Abrahão lamenta que a crise econômica tenha levado as famílias mais vulneráveis a essa situação, mas também enfatiza a falta de políticas anticíclicas e um projeto de país para enfrentar esse tipo de problema. Para ele, é preciso mais ação dos governos, tanto em nível federal quanto local, para mitigar essa crise e oferecer melhores condições de vida para a população que vive em favelas e outras áreas precárias.