Jhonny Ítalo da Silva, que foi vítima de uma abordagem policial violenta em novembro de 2021, teve o valor da sua indenização aumentado de R$ 10 mil para R$ 50 mil pelo TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo). A decisão, unânime, atendeu parcialmente ao pedido da defesa de Jhonny, que buscava uma reparação de R$ 100 mil.
O desembargador Bandeira Lins, relator do caso, considerou que houve excesso por parte do Estado na ação do cabo da PM Jocélio Almeida de Souza, que algemou Jhonny à sua moto e o arrastou por cerca de 200 metros. Segundo o magistrado, o policial “criou grave risco para o ofendido e o expôs a inaudita humilhação”.
O advogado Valdomiro Pereira da Silva, que representa Jhonny, disse que não pretende recorrer da decisão. Ele afirmou que o valor é justo e que o objetivo é “fazer justiça e não enriquecer ilicitamente”.
Já o advogado João Carlos Campanini, que defende o policial envolvido, criticou a decisão e disse que ela é temerária e injusta. Ele alegou que Jhonny era reincidente no tráfico de drogas e que causou um acidente durante sua prisão. Ele também questionou a inversão de valores no Brasil, onde “o povo paga para quem insiste em lesá-lo”.
Jhonny foi flagrado com 11 tijolos de maconha em uma mochila e tentou fugir dos policiais da Rocam (Ronda Ostensiva com Apoio de Motocicletas). Ele foi condenado em 2022 a dois anos e dois meses em regime aberto por tráfico de drogas e por dirigir sem habilitação, além do pagamento de uma multa.
O policial Jocélio Almeida de Souza foi afastado das suas funções e está sendo investigado pela Corregedoria da PM. O caso ganhou repercussão nacional após um vídeo da abordagem ser divulgado nas redes sociais.