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Itanhangá: O bairro de classe alta que enfrenta o medo da violência entre tráfico e milícia

Um bairro de classe alta no Rio de Janeiro, enfrenta um clima de insegurança devido à crescente violência entre traficantes e milicianos, afetando a tranquilidade de seus moradores e a exclusividade de suas mansões em meio à natureza

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Itanhangá, bairro de luxo no Rio de Janeiro

Localizado ao lado da Barra da Tijuca, o Itanhangá é um bairro tradicionalmente conhecido por sua exclusividade e residenciais de alto padrão cercados por áreas verdes. No entanto, a região, que abriga cerca de 68 mil moradores, incluindo celebridades como Anitta, Xamã, Tatá Werneck e Marcelo Adnet, enfrenta um cenário alarmante de violência. Nos últimos dias, episódios como sequestros de ônibus na Estrada do Itanhangá e a invasão da comunidade da Muzema por milicianos acenderam um sinal de alerta entre os residentes.

A situação foi debatida em uma recente reunião do 31º Conselho Comunitário de Segurança (CSS), que contou com a participação de mais de cem pessoas, incluindo representantes de delegacias locais. Segundo Maria Lucia Mascarenhas, presidente da Associação de Moradores do Itanhangá Leste, a discussão evidenciou o clima de medo e apreensão que assola os moradores, embora não tenham sido definidas medidas concretas para enfrentar a violência.

O Itanhangá é marcado por mansões luxuosas em condomínios de alto padrão, onde imóveis podem valer entre R$ 3 milhões e R$ 15 milhões, com IPTUs que ultrapassam R$ 20 mil. O Itanhangá Golf Club, um espaço de lazer para a elite da cidade, também contribui para o perfil sofisticado da região. Segundo Nayara Técia, CEO da imobiliária On Brokers, a tranquilidade e a proximidade com a natureza são atrativos para os moradores.

Entretanto, a realidade é diferente para muitos. Uma residente que vive na região há mais de 30 anos relatou que a violência tem levado seus amigos a deixar o bairro, o que a fez reconsiderar sua permanência. Ela descreve a tranquilidade que caracterizava o Itanhangá no passado, agora substituída por um clima de insegurança. Um caso recente de tiroteio próximo à sua casa exemplifica o novo cenário de risco.

Nas comunidades vizinhas, a situação é igualmente preocupante. Antigamente consideradas pacíficas, áreas como o Morro do Banco, a Muzema e a Tijuquinha agora são dominadas pelo tráfico, com confrontos frequentes. Moradores relatam ter deixado suas casas devido ao aumento da violência, com muitos permanecendo em casa após o anoitecer.

As linhas de ônibus que operam na região têm enfrentado desvios diários devido à instabilidade. A Polícia Militar intensificou o patrulhamento, uma demanda que foi enfatizada pelos moradores na reunião do CCS, que clamam por uma presença policial mais efetiva e preventiva.

“Precisamos de mais viaturas circulando pelo bairro, mas de forma preventiva; não apenas quando os problemas já ocorreram”, destacou Maria Lucia Mascarenhas.

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