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Brasil

Marinha envia oxigênio ao Amapá em meio a surto de síndromes gripais

O estado está enfrentando um surto de síndromes respiratórias, que tem afetado, principalmente, crianças de até 6 anos

Divulgação/Marinha

A Marinha do Brasil mobilizou-se no último domingo (21) para enviar ajuda ao estado do Amapá, que enfrenta um surto de síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Em resposta à situação de emergência na saúde pública declarada recentemente, a Marinha disponibilizou dois tanques de oxigênio para suprir a demanda local. Os casos de bronquiolite, gripe e Covid-19 têm apresentado complicações preocupantes, afetando principalmente crianças com até 6 anos, e já foram registradas quatro mortes.

A operação envolve o transporte de 32.695 m³ de oxigênio gasoso, armazenados em dois tanques criogênicos, a bordo do navio de apoio oceânico Iguatemi. A embarcação partiu da Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), por volta das 2h da madrugada de domingo, com destino a Santana (AP). Estima-se que a viagem dure aproximadamente 48 horas. Além do reforço no fornecimento de oxigênio, o navio também está transportando equipamentos hospitalares, incluindo um vaporizador atmosférico e um misturador de ar medicinal.

Os números alarmantes de internações de crianças com síndromes gripais têm chamado a atenção. Entre janeiro e maio deste ano, houve um aumento superior a 108% nesses casos. Diante dessa realidade preocupante, o governador do Amapá, Clécio Luís, e a secretária de Saúde, Silvana Vedovelli, estiveram no Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) na última quinta-feira (18) para entregar 94 novos leitos, entre leitos clínicos e de terapia intensiva (UTI). Essa medida permitiu a transferência de aproximadamente 50 crianças que se encontravam “internadas” nos corredores do Pronto Atendimento Infantil (PAI).

A chegada do reforço de oxigênio e dos equipamentos hospitalares enviados pela Marinha é aguardada com expectativa pela população do Amapá, que espera que esses recursos adicionais possam contribuir para amenizar a situação de saúde pública enfrentada pelo estado. A ação da Marinha demonstra o comprometimento e a solidariedade das instituições em momentos críticos como esse, onde a saúde e o bem-estar da população são prioridades.

Educação

Demanda por cursos de inteligência artificial cresce 866% no Brasil em um ano

Relatório da Coursera revela alta demanda por inteligência artificial, com brasileiros focados no básico e baixa participação feminina no setor

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Imagem- Simulação

A busca por capacitação em inteligência artificial (IA) registrou um aumento expressivo de 866% no último ano, de acordo com um relatório divulgado pela Coursera. Essa competência se destaca como a mais procurada entre profissionais, estudantes e candidatos a emprego. No Brasil, porém, o foco ainda está em cursos básicos, como conceitos fundamentais de dados e introduções ao gerenciamento de projetos.

O levantamento da Coursera aponta que países emergentes, como Índia, Colômbia e México, lideram o interesse pela IA generativa, enquanto o Brasil aparece em uma posição inferior nesse ranking. Apesar do crescimento nas matrículas, especialistas avaliam que o país ainda precisa desenvolver estratégias para explorar todo o potencial dessa tecnologia.

Participação feminina na IA
Outro dado relevante do relatório é a baixa presença de mulheres no setor de IA. Apenas 28% das matrículas em cursos relacionados à IA generativa foram realizadas por mulheres.

Adicionalmente, o impacto da automação afeta desproporcionalmente as trabalhadoras: 79% das mulheres estão empregadas em funções suscetíveis à substituição por IA, comparado a 58% entre os homens. Essa disparidade reflete desafios históricos de equidade em áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM).

“A lacuna de gênero na área de STEM, que já era significativa, agora se torna mais evidente no campo da inteligência artificial. Apenas 22% dos profissionais de IA e ciência de dados são mulheres, o que representa um obstáculo não apenas para a inclusão social, mas também para a eficácia tecnológica”, avalia Marni Baker-Stein, diretora de conteúdo da Coursera.

O relatório sugere que iniciativas de educação inclusiva e capacitação tecnológica podem ser ferramentas importantes para superar essas desigualdades e preparar o Brasil para as transformações digitais em curso.

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Saúde

Brasil dará início à produção nacional de botox com apoio da Fundação Ezequiel Dias

A Fundação Ezequiel Dias e empresa mineira iniciam a fabricação de toxina botulínica para uso estético e terapêutico, marcando um marco na indústria farmacêutica brasileira

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A Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), firmou um importante acordo que marcará o início da produção do primeiro botox 100% brasileiro. A parceria, que foi selada no último sábado (14), envolve uma empresa de biotecnologia mineira e visa fabricar a toxina botulínica, substância amplamente utilizada tanto para fins estéticos quanto médicos.

A toxina botulínica é conhecida principalmente por seu uso no rejuvenescimento da pele, mas também tem aplicações terapêuticas essenciais, como o tratamento de espasmos musculares, estrabismo e paralisia facial. Atualmente, o Brasil depende da importação dessa substância para a fabricação de medicamentos. Com o novo acordo, a produção nacional será uma realidade, com a criação de uma fábrica em Minas Gerais para atender à demanda interna e, potencialmente, ao mercado internacional.

A Funed será responsável por fornecer o suporte técnico e científico para a purificação da toxina, enquanto a Allegro Biotecnologia, empresa parceira, cuidará dos testes pré-clínicos e clínicos, além de realizar o envase e buscar a aprovação do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O contrato, que tem duração de dez anos, também prevê repasses financeiros à Funed, com a destinação de recursos para novos projetos de inovação. A Fundação Ezequiel Dias, com mais de 100 anos de história, é uma referência em pesquisas e produção de medicamentos para o SUS, e sua atuação inclui a fabricação de medicamentos exclusivos para o tratamento de doenças como hanseníase e meningite.

Com essa nova parceria, o Brasil dá um passo significativo em direção à autonomia na produção de toxina botulínica, garantindo maior segurança e acessibilidade ao mercado nacional.

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Saúde

Hipertricose: entenda a doença conhecida como “síndrome do lobisomem”

A condição dermatológica rara é caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em diferentes áreas do corpo

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Criança com a síndrome do lobisomem

A hipertricose, popularmente conhecida como “síndrome do lobisomem”, é uma condição dermatológica rara que se caracteriza pelo crescimento excessivo de pelos em diferentes áreas do corpo. Esse crescimento pode ocorrer de forma localizada ou generalizada.

Em 2010, Supatra “Nat” Sasuphan, da Tailândia, conquistou o recorde de adolescente com mais pelos devido a essa condição. A síndrome é frequentemente confundida com o hirsutismo, uma condição que também causa o crescimento excessivo de pelos, mas geralmente em mulheres e em locais menos comuns, como a região da barba, sendo relacionada a alterações hormonais, ao contrário da hipertricose.

A dermatologista Helena Rocchetto, do Alta Diagnósticos, explica que a hipertricose pode ser congênita, ou seja, presente desde o nascimento, ou adquirida, quando ocorre devido a fatores externos. A versão adquirida pode estar relacionada a doenças sistêmicas, uso de medicamentos ou neoplasias. Medicamentos como fenitoína, minoxidil oral e ciclosporina são conhecidos por causar a condição. Além disso, doenças como anorexia, hipotiroidismo e síndromes paraneoplásicas também podem estar associadas.

Sintomas da hipertricose

O principal sintoma da hipertricose é o crescimento excessivo de pelos, que pode ocorrer em um local específico do corpo (hipertricose localizada) ou em várias regiões (hipertricose generalizada). Na hipertricose congênita, os pelos podem cobrir todo o corpo do bebê, e a condição pode estar relacionada a mutações genéticas, além de poder estar associada a outras malformações dentárias, auditivas e esqueléticas.

Geralmente, a hipertricose pode resultar em três tipos de pelos:

  • Vellus: pelos curtos, que podem estar em qualquer parte do corpo, exceto nas solas dos pés, parte de trás das orelhas, lábios, palmas das mãos ou em tecido cicatricial.
  • Lanugo: pelos macios e finos, semelhantes aos encontrados no corpo de um recém-nascido.
  • Terminal: pelos longos, grossos e, geralmente, muito escuros.

Como identificar e tratar a condição?

O diagnóstico da hipertricose é feito por um dermatologista, que avalia a aparência e a distribuição dos pelos no corpo. Além disso, é importante analisar o histórico clínico do paciente, como a presença de doenças endocrinológicas, histórico familiar e o uso de medicamentos que possam ter causado o crescimento excessivo de pelos.

O tratamento depende da causa da condição. Se a hipertricose for provocada por um medicamento, a suspensão do remédio, quando possível, pode ajudar a reduzir o crescimento dos pelos. Quando a condição é causada por uma doença sistêmica, o diagnóstico e tratamento da causa subjacente são essenciais. Além disso, pode ser realizado tratamento para remoção dos pelos, como depilação manual ou a laser.

Tem como prevenir?

A hipertricose congênita não pode ser prevenida, mas a versão adquirida sim. O diagnóstico precoce é crucial para evitar a evolução da doença. Se a condição for causada pelo uso de medicamentos, os riscos devem ser discutidos com o médico antes do início do tratamento. Caso o diagnóstico seja confirmado, o medicamento deverá ser suspenso para evitar o agravamento da situação.

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