Em agosto de 2019 a então diretora do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), que foi palco de incêndio na manhã desta terça-feira (27), encaminhou ofício ao Ministério da Saúde sobre as condições e o risco de incêndio no prédio da instituição. Cristiane Rose Jourdan Gomes avisou as autoridades ao saber do problema no sistema elétrico. Hoje, ela é diretora da Anvisa.
O ofício foi encaminhado à Superintendência do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, e à Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. No texto, ela enumera os três principais problemas de infraestrutura do HFB que poderiam levar a um possível incêndio. O documento teve como base o relatório feito pelo Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS).
“i) considerações finais quanto a completa ausência de um sistema de proteção e combate à incêndio;
ii) transformador de subestação principal com superaquecimento 148,5º C com alto risco de explosão e inoperância total do sistema elétrico e risco de morte dos operadores;
iii) relé de proteção de temperatura dos trafos 1, 2, 3 e 4 desligados com risco de explosão e inoperância total do sistema elétrico, entre outros vários problemas”, diz trecho do ofício.
Por fim, Cristiane Gomes alerta ainda que o risco de um possível acontecimento trágico levará o Estado, a se responsabilizar por “omissão específica com grandes prejuízos causados à terceiros por não se mobilizar e evitar o dano já conhecido”.
