No rio Javaés, um vídeo intrigante mostra piranhas-vermelhas devorando um jacaré da espécie Açu. Segundo o biólogo Aluísio Vasconcelos, especialista em répteis, esses animais são apelidados de “lixeiras” devido ao seu hábito de se alimentarem dos restos de outros animais mortos.
As piranhas-vermelhas desempenham um papel importante na limpeza dos rios Araguaia e Tocantins. Elas se tornam as verdadeiras “lixeiras” da região, consumindo praticamente tudo o que resta dos animais que morrem nas águas, como explicou o biólogo Aluísio Vasconcelos.
O flagrante do banquete das piranhas ocorreu no final de junho, durante uma viagem de pesca esportiva de quatro amigos, próximo ao Centro de Pesquisas Canguçu. O contador e pescador esportivo nas horas vagas, Kadson Luz, compartilhou o vídeo no Instagram, que já acumula mais de 1,6 milhão de visualizações.
Segundo Luz, eles avistaram o jacaré de costas e perceberam as piranhas agitando a água. Ao se aproximarem, viram que as piranhas estavam se alimentando do jacaré. O pescador esportivo ainda mencionou que não sabem ao certo o que aconteceu, mas o jacaré já estava naquela condição quando o encontraram.
O biólogo Aluísio Vasconcelos esclarece que o jacaré provavelmente já estava morto quando as piranhas começaram a devorá-lo. Geralmente, os jacarés não permanecem na água quando são atacados pelas piranhas, pois têm a vantagem de poderem sair da água. Portanto, é quase certo que o jacaré já estava morto antes de ser atacado dessa maneira.
No entanto, as piranhas também são capazes de atacar animais vivos. O especialista explica que os jacarés podem ser alvos fáceis para elas. Durante estudos e levantamentos sobre a população de jacarés, é comum encontrarem jacarés com membros ou caudas parcialmente comidos pelas piranhas. Isso ocorre porque os jacarés são animais mais lentos e acabam se tornando presas mais vulneráveis para as piranhas.
O episódio capturado em vídeo revela um fascinante e implacável ciclo natural no qual as piranhas-vermelhas desempenham seu papel como “lixeiras” dos rios, contribuindo para a decomposição e reciclagem dos restos de animais.