O policial militar Luan Felipe Alves Pereira, flagrado jogando um homem de uma ponte na zona sul de São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (5). Ele está detido na sede da Corregedoria da Polícia Militar após o Tribunal de Justiça Militar aceitar o pedido de prisão preventiva apresentado pela corporação.
Detalhes do caso
O episódio ocorreu na madrugada de segunda-feira (2), na região de Cidade Ademar. Um vídeo mostra Luan Pereira, integrante do 24º Batalhão de Diadema, segurando um motociclista e arremessando-o da ponte Vila Clara. Segundo o policial, a intenção era apenas imobilizar o homem, que teria resistido à abordagem, mas acabou sendo jogado acidentalmente.
O soldado já estava afastado das atividades operacionais desde terça-feira (3), junto com outros 12 policiais do mesmo batalhão. Esses afastamentos foram determinados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Em depoimento, Luan Pereira afirmou que o motociclista fugiu de uma abordagem policial, o que teria gerado a situação. O caso também está sendo apurado pela Polícia Civil, que busca localizar e ouvir a vítima.
Histórico do PM
Este não é o primeiro incidente envolvendo Luan Pereira. Ele já foi acusado da morte de um suspeito com 12 disparos durante uma perseguição em Diadema, na Grande São Paulo. O caso, inicialmente tratado na Justiça Militar, foi transferido para a Justiça comum sob acusação de homicídio doloso, mas acabou arquivado em janeiro deste ano.
Próximos passos
Após sua prisão, Luan Pereira foi transferido para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte de São Paulo. A defesa do policial criticou a decisão judicial, afirmando que se trata de uma “antecipação de culpa” e anunciou que entrará com um pedido de soltura.
Em nota, a defesa argumentou que o soldado possui residência fixa, estava colaborando com as investigações e se apresentou voluntariamente. Para os advogados, a prisão preventiva foi motivada por pressão social, desrespeitando os critérios legais.
Declarações da corporação
O comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo, coronel Cássio Araújo Freitas, garantiu que todos os casos recentes de violência policial estão sendo investigados com rigor. Segundo ele, os erros são “pontuais” e a responsabilidade pela apuração cabe à instituição, que já instaurou inquéritos e sindicâncias.
Investigação em andamento
Além da Corregedoria da PM, o caso está sendo investigado pela Polícia Civil por meio da Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco). A apuração busca reunir provas e identificar a vítima para dar continuidade ao processo.
O episódio reacendeu o debate sobre o uso da força por agentes de segurança e as consequências de ações abusivas.