Yoon Suk Yeol, presidente afastado da Coreia do Sul, foi preso nesta quarta-feira (15), tornando-se o primeiro chefe de Estado em exercício do país a ser detido. Ele foi afastado do cargo após decretar arbitrariamente a lei marcial em 3 de dezembro de 2024. Além da prisão, Yeol enfrenta a possibilidade de impeachment, que segue em deliberação pelo tribunal constitucional sul-coreano.
Entenda a crise política
O decreto de lei marcial, emitido em dezembro, instaurou um regime de controle militar que suspendeu os direitos civis, fechou o Parlamento e ampliou os poderes do Executivo. Em resposta, o Congresso, liderado pelo oposicionista Partido Democrata, reagiu anulando a medida apenas seis horas após sua publicação.
No dia 14 de dezembro, os parlamentares aprovaram o impeachment do presidente, mas a decisão final depende do tribunal constitucional, que tem até 180 dias para deliberar.
Enquanto isso, nesta quarta-feira (15), Yeol foi detido em uma operação que mobilizou cerca de 3.000 agentes. A primeira tentativa de prisão, realizada no início de janeiro, foi frustrada por confrontos com a equipe de segurança do presidente afastado.
Acusações e possíveis consequências
Atualmente, Yoon Suk Yeol ainda não foi formalmente acusado, mas está sob investigação por suposta incitação à insurreição, um dos poucos crimes que não garantem imunidade presidencial na Coreia do Sul. Caso condenado, ele pode enfrentar penas que vão desde multas até prisão ou, em casos extremos, a pena de morte.
A prisão de Yeol representa um marco histórico, pois, embora outros ex-presidentes sul-coreanos tenham enfrentado processos judiciais, eles foram presos somente após deixarem o cargo.
Impeachment no tribunal constitucional
O tribunal constitucional sul-coreano iniciou audiências para decidir se mantém a aprovação parlamentar do impeachment ou se permite que Yeol retorne ao poder. Especialistas acreditam que, devido à gravidade da crise política, a decisão dos juízes será acelerada.
Apesar de convocado, Yeol não compareceu à primeira audiência, realizada na terça-feira (14), alegando preocupações com sua segurança. A segunda audiência está marcada para esta quinta-feira (16), mas há indícios de que o presidente afastado também não comparecerá, delegando a responsabilidade de responder às questões aos seus advogados.
O que vem a seguir?
Nos próximos dias, as autoridades decidirão se Yeol será liberado ou se a prisão será estendida por até 20 dias, enquanto as investigações continuam. Paralelamente, o tribunal deve realizar pelo menos cinco audiências até o início de fevereiro para analisar o impeachment.
O futuro de Yoon Suk Yeol permanece incerto, com processos políticos e criminais em andamento, em meio a uma crise que tem abalado as estruturas democráticas e políticas da Coreia do Sul.