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Política

Novo plano de desenvolvimento terá seis eixos, anuncia Lula

Programa deve ser divulgado até início de maio

Fábio Rodrigues/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (10) que o governo federal lançará um novo plano de investimento em infraestrutura, substituindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O plano terá seis eixos estratégicos: transportes, infraestrutura social, inclusão digital e conectividade, infraestrutura urbana, água para todos e transição energética.

Durante reunião ministerial para marcar os 100 primeiros dias de seu terceiro mandato, Lula destacou a retomada da capacidade de planejamento de longo prazo e a importância do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura.

O novo programa deve ser anunciado até o início de maio e contará com investimentos públicos e privados, além de financiamento dos bancos oficiais. A ideia é facilitar o crédito para micro, pequenas e médias empresas, cooperativas e empreendedores individuais.

Lula também defendeu a responsabilidade com os gastos e a necessidade de aproveitar a experiência do PAC e dos programas de concessão para aprimorar os mecanismos de investimento.

Eixos

O governo deve lançar editais para a contratação de energia solar e eólica e realizar leilões para novas linhas de transmissão, a fim de acelerar a implantação de parques de energia limpa, afirmou o presidente Lula, enfatizando a importância de o país se tornar uma potência global do hidrogênio verde. Ele destacou que a Petrobras financiará a pesquisa para novos combustíveis renováveis e retomará investimentos na ampliação da frota de navios da Transpetro.

No setor de inclusão digital, o objetivo é levar internet de alta velocidade para escolas e equipamentos sociais, como postos de saúde, e permitir que até os mais humildes tenham acesso a médicos especializados por meio da telemedicina.

Na área de transporte, as ferrovias, rodovias, hidrovias e portos serão pensadas de maneira estruturante, reduzindo os custos do escoamento da produção agrícola e incentivando o florescimento de uma nova base industrial mais tecnológica e limpa.

O presidente também pediu atenção para a melhoria das condições de habitação e vida das pessoas que vivem em favelas, palafitas e outros locais precários, bem como para obras de prevenção de desastres causados por cheias e deslizamentos.

Além disso, o governo quer destravar e atrair R$ 120 bilhões em investimentos públicos e privados para universalizar os serviços de água e esgoto até 2033, criar um programa habitacional para atender à classe média baixa e investir em hospitais, escolas, creches e centros de cultura e esportes.

O presidente também abordou outros temas, como o combate à fome, redução de emissão de carbono e desmatamento zero, Plano Safra do agronegócio, renegociação de dívidas, escola em tempo integral, investimentos em ciência e tecnologia, políticas de garantias de direitos, combate ao crime organizado e fortalecimento da democracia.

Marco fiscal e juros

Durante sua fala, Lula destacou o objetivo do governo de incluir os pobres novamente no Orçamento, por meio de um novo arcabouço fiscal que substituirá o teto de gastos. Além disso, ele mencionou os esforços em andamento para implementar uma reforma tributária que corrija as distorções históricas de um sistema de tributação regressivo e injusto. Embora acredite que a proposta não terá 100% de solidariedade, ele espera que seja aprovada para criar um ambiente mais dinâmico e descomplicado para o setor empresarial.

O presidente também reiterou sua crítica ao patamar dos juros básicos da economia, determinado pelo Banco Central. Para Lula, manter a taxa Selic em 13,25% ao ano desde agosto do ano passado é um desrespeito com os brasileiros, especialmente os pobres e os empresários que desejam investir no país. Ele argumentou que essa questão não pode ser ignorada.

Participação Social

Ao iniciar a reunião, Geraldo Alckmin, o vice-presidente, enfatizou a pronta resposta do governo aos atos de vandalismo ocorridos em Brasília em 8 de janeiro, destacando que “o senhor salvou a democracia de uma tentativa de golpe, e ela saiu fortalecida. A reação rápida de todos os Poderes e do próprio governo fortaleceu o sistema democrático”, afirmou. No dia seguinte, os líderes dos Três Poderes, governantes e autoridades caminharam juntos do Palácio do Planalto ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Congresso Nacional, em um ato simbólico pela defesa da democracia.

Alckmin também mencionou que o governo deve instalar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, em maio. Esse colegiado era muito ativo nos governos de Lula, com a participação de diversos empresários e personalidades reconhecidas em diferentes áreas. “A democracia significa participação, e a gente observa em todos os ministérios uma enorme participação”, disse Alckmin. “Governo que ouve mais erra menos, governo moderno estimula participação da sociedade civil organizada”.

Além disso, o Ministério do Planejamento e Orçamento e a Secretaria-Geral da Presidência devem iniciar os debates do Plano Plurianual Participativo ainda neste semestre. Com atividades nos 27 estados, o objetivo é dar transparência orçamentária e possibilitar à sociedade participar ativamente no processo de planejamento das ações para os próximos anos.

O vice-presidente também destacou diversas ações do governo nos primeiros 100 dias, como a valorização do salário mínimo e os valores extras concedidos pelo Bolsa Família – R$ 150 por criança até seis anos e R$ 50 para cada integrante da família com idade entre 7 e 18 anos incompletos e para gestantes. “Se Juscelino Kubitschek dizia que eram 50 anos em cinco, nós podemos dizer que foram mil dias em 100”, ressaltou Alckmin.

Política

Empresa de fachada em terra indígena recebe R$ 1 milhão do governo Lula

Contrato com empresa suspeita foi rescindido após indícios de irregularidades; pagamento inicial era de R$ 12,8 milhões

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Ministério da Saúde

Nos últimos dois anos, o Ministério da Saúde repassou R$ 998 mil para uma empresa suspeita de ser de fachada. A companhia foi contratada de maneira emergencial para prestar serviços administrativos e de recepção no Distrito Sanitário Especial Indígena Amapá/Norte do Pará (Dsei AMP).

O contrato original era de R$ 12,8 milhões, com duração de 12 meses, mas foi rescindido devido a irregularidades detectadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A investigação revelou que a empresa contratada, S R de Oliveira (nome fantasia Marjo Soluções), foi criada recentemente e tem apenas quatro funcionários. A dona da empresa é Sandra Rodrigues de Oliveira, uma faxineira que já trabalhou em outra empresa prestadora de serviços para o Dsei AMP.

A S R de Oliveira foi registrada em março de 2022 no bairro Trem, em Macapá (AP), e chamou a atenção pelo número reduzido de funcionários. O contrato emergencial, que deveria fornecer 131 auxiliares administrativos e 12 recepcionistas, não correspondia à quantidade de pessoal real da empresa.

Além disso, o TCU identificou irregularidades no processo de licitação, destacando que 24 das 27 empresas concorrentes foram desclassificadas antes da fase de lances, dificultando a apresentação de recursos.

Embora o TCU tenha arquivado o processo após a rescisão do contrato, abriu uma investigação separada para apurar a possibilidade de a S R de Oliveira ser, de fato, uma empresa de fachada.

Até o fechamento desta matéria, o Ministério da Saúde e a empresa não haviam se manifestado sobre o caso.

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Política

Câmara dos Deputados aprova emenda que institui castração química para pedófilos; veja como votaram os deputados

Emenda que prevê castração química para pedófilos gera polêmica e segue para análise do Senado

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A Câmara dos Deputados aprovou, por 267 votos a 85, uma emenda que determina a castração química como punição para pedófilos. A medida foi incluída na votação do projeto de lei (PL) 3976/20, que também cria um cadastro público com informações de condenados por crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

A emenda, proposta pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP), foi rejeitada inicialmente pela relatora, Deputada Delegada Katarina (PSD-SE), que, apesar de concordar com o conteúdo, temia que a aprovação da emenda atrasasse a tramitação do projeto. Para que a emenda fosse considerada, foi necessário um requerimento de destaque, gerando debates intensos entre os parlamentares.

Durante a discussão, deputados favoráveis à emenda argumentaram que ela era uma medida necessária para proteger crianças e adolescentes. Por outro lado, os opositores afirmaram que a castração química não seria eficaz para reduzir os casos de pedofilia e que sua inclusão no projeto poderia prejudicar a aprovação do cadastro público de pedófilos.

O governo se posicionou contra a proposta, enquanto os partidos PL, Novo, a Minoria e a oposição foram favoráveis à emenda. Agora, o projeto segue para o Senado, onde pode ser alterado antes de sua sanção final.

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Política

Lula se recupera bem após cirurgia no cérebro, confirma médico

Presidente segue internado no Hospital Sírio-Libanês após drenagem de hematoma; médico destaca que ele mantém bom humor e funções neurológicas preservadas

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Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, se recupera de forma positiva após ser submetido a uma cirurgia no cérebro, realizada na noite de segunda-feira (9), no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. De acordo com o cardiologista Roberto Kalil Filho, responsável pelo acompanhamento, Lula teve uma boa noite de sono e segue com o bom humor preservado.

O procedimento, conhecido como trepanação, foi realizado para a drenagem de um hematoma causado por um sangramento entre o cérebro e a membrana chamada dura-máter. A cirurgia durou cerca de duas horas e foi conduzida sem complicações. Kalil Filho enfatizou que todas as funções neurológicas de Lula estão preservadas e que as chances de novos problemas são mínimas.

Em coletiva realizada nesta terça-feira (10), a equipe médica detalhou a cirurgia, explicando que a técnica de perfuração do crânio é comum em casos neurológicos dessa natureza, com a cicatrização ocorrendo de maneira natural e sem necessidade de intervenções adicionais.

Embora o presidente continue internado, o governo informou que ele não passará o cargo ao vice-presidente Geraldo Alckmin durante este período, e que não há atividades presenciais de gabinete no hospital.

O quadro de saúde de Lula vem sendo monitorado de perto desde a queda que sofreu em outubro, no Palácio da Alvorada, quando bateu a cabeça e precisou de atendimento médico devido a um traumatismo craniano. Desde então, o presidente reduziu sua agenda de compromissos para focar na recuperação.

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