O Instituto Butantan, localizado em São Paulo, deu início ao desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária. De acordo com informações divulgadas pela instituição, os testes estão sendo conduzidos utilizando cepas vacinais fornecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e o primeiro lote já está pronto para os testes pré-clínicos em laboratório.
O Butantan justificou o desenvolvimento da vacina devido à preocupação de que a gripe aviária possa se tornar uma nova pandemia. “A gripe aviária tem o potencial de causar uma nova pandemia, o que motivou a mobilização do instituto, iniciada em janeiro deste ano”, declarou o instituto em comunicado.
O processo de desenvolvimento de uma vacina é longo e passa por várias etapas. Após a realização dos testes pré-clínicos, que visam avaliar a segurança e o potencial da vacina, são conduzidos os testes clínicos em humanos, que são a fase mais extensa. Nessa fase, é necessário obter a autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para avaliar a segurança, eficiência e eficácia da vacina. Se a vacina apresentar bons resultados na fase clínica, ela passa pelo processo de registro na Anvisa e, somente então, pode ser aplicada na população.
A influenza aviária (H1N5), também conhecida como gripe aviária, é uma doença viral altamente contagiosa. A transmissão ocorre principalmente pelo contato com aves doentes, vivas ou mortas. Embora o vírus não infecte facilmente os seres humanos, o aumento de casos recentes tem mantido as autoridades sanitárias em alerta ao redor do mundo.
Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a infecção em humanos por esse vírus tem sido pouco frequente. No entanto, sempre que o vírus da gripe aviária circula entre as aves, como foi o caso recente no Brasil, quando foram confirmados os primeiros casos em animais no país, existe o risco de casos esporádicos em humanos.
A gripe aviária pode ser grave em humanos, apresentando uma alta taxa de mortalidade. No entanto, até o momento, a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada, ou seja, o vírus não se espalha facilmente entre humanos.
Recentemente, o Ministério da Saúde descartou a suspeita de gripe aviária em um funcionário do Parque da Fazendinha, no Espírito Santo. No local, foi encontrada uma ave com a doença, mas não houve confirmação de transmissão para seres humanos.