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Saúde

Janeiro Branco: conscientização sobre a saúde mental

Unidade de Psiquiatria do Hospital de Base ampliou o atendimento no Ambulatório de Psiquiatria Geral e criou novo Ambulatório para Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) , com início dos atendimentos em fevereiro

No Hospital de Base, em 2022, foram, em média, 425 atendimentos por mês, o que resultou em mais de cinco mil atendimentos no ano | Foto: Davidyson Damasceno/IgesDF

Este é o mês da conscientização sobre a saúde mental e, por isso, denominado Janeiro Branco. No Hospital de Base (HBDF), a Unidade de Psiquiatria é responsável por atendimentos em diversos níveis de assistência. O pronto-socorro é responsável por atendimentos de urgência e emergência tanto por livre demanda como referenciados por UPAs e hospitais regionais. Em 2022, foram, em média, 425 atendimentos por mês, o que resultou em mais de cinco mil atendimentos no ano.

Chefe da Unidade de Psiquiatria do Hospital de Base, o médico Sérgio Cabral Filho destaca que as ações da campanha do Janeiro Branco são importantes para trazer o foco sobre os temas relacionados à saúde mental. A campanha, realizada desde 2014, tem como objetivo diminuir o estigma e o tabu sobre o tema. “Assim, é possível focar mais na promoção da saúde mental e na prevenção”, avalia o médico. O tema deste ano é A vida pede equilíbrio!.

Nos últimos anos, o número de casos de doenças mentais aumentou. “Verificamos esse aumento em nossos serviços, com uma aceleração desde o começo da pandemia da covid-19. Infelizmente, é uma realidade corroborada por dados nacionais”, destaca o psiquiatra Sérgio Cabral.

Diante desse quadro, o médico aponta como principais soluções a promoção da saúde mental e a conscientização: “São os princípios defendidos pela campanha do Janeiro Branco”. “Nesse sentido, é preciso que haja ações do poder público, da sociedade e também individuais”, explica. A campanha enumera dez atitudes por um mundo com mais saúde mental. São elas: políticas públicas para a saúde mental e condições sociais dignas de existência; prática de exercícios físicos e de hobbies terapêuticos; autoconhecimento; qualidade de vida; vínculos sociais profundos; abertura a novos conhecimentos; espiritualidade saudável; contato com a natureza; autonomia; e sentidos próprios de vida.

Procurar ajuda já nos primeiros sinais de alerta é fundamental. “Devido, principalmente, ao estigma, diversas pessoas demoram muito a procurar ajuda ou a mudar situações e questões que acabam levando ao adoecimento psíquico. Não se deve esperar que a situação fique grave para buscar esse apoio”, alerta o psiquiatra. Assim, é importante que as pessoas estejam abertas a falar de si quando perceberem que estão diferentes do seu habitual. “É claro que todas as pessoas passam por dias de irritação, tristeza, ansiedade, inquietação, mas se isso começar a ficar repetitivo e se transformar em regra, dividir com alguém pode ser o primeiro passo”, aconselha o médico.

Também é muito comum aparecerem alterações em funções fisiológicas básicas, como apetite, sono, memória e raciocínio. “Ao perceber esses sinais e já com apoio de alguém próximo, busque um profissional da saúde. Nesse caso, pode ser um psicólogo, médico generalista ou mesmo o psiquiatra”, sugere Sérgio Cabral. A partir deste primeiro atendimento, o profissional dará seguimento ao tratamento, de acordo com a individualidade de cada caso.

Hospital de Base

A enfermaria da Unidade de Psiquiatria do Hospital de Base conta com 25 leitos de internação e manteve a taxa de ocupação média em 97% durante 2022. A equipe assistencial é composta por psiquiatras, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e fonoaudiólogos.

Em 2022, a média de atendimentos ambulatoriais foi de 226 ao mês. Diante da demanda crescente em 2023, as vagas de Psiquiatria Geral foram ampliadas em 17%. Agora serão mais dez vagas a cada 15 dias.

Foi criado ainda o Ambulatório de Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), que contará com equipe multidisciplinar composta por psiquiatra e psicólogo. Para marcar consulta nesse novo ambulatório, o paciente deve ser encaminhado por médico psiquiatra de qualquer serviço do Sistema Único de Saúde (SUS/DF) com relatório por escrito e hipótese diagnóstica de TOC.

Além disso, em parceria com a Diretoria de Inovação, Ensino e Pesquisa (Diep/IgesDF) e a Diretoria de Serviços de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do DF (Sissam/SES), psiquiatras fazem teletrabalho com teleconsultorias, ou seja, discussão de casos por videochamada com médicos das UPAs e dos hospitais regionais, o que tem contribuído para reduzir o tempo de atendimento especializado aos pacientes com quadro psiquiátrico.

Como buscar atendimento 

No Hospital de Base, há ambulatórios específicos e de comorbidades, que são subespecialidades da Psiquiatria. As marcações são realizadas pelo guichê do Ambulatório de Psiquiatria no Hospital de Base.

Veja a lista dos ambulatórios e a forma de entrada:

→ Egressos da Enfermaria: encaminhamento após alta da unidade de internação;
→ Comorbidades endocrinológicas: encaminhamento do Ambulatório de Endocrinologia do HBDF;
→ Comorbidades neurológicas: encaminhamento do Ambulatório de Neurologia do HBDF;
→ Comorbidades oncológicas: encaminhamento de médico oncologista proveniente de qualquer serviço de oncologia do SUS/DF;
→ Psiquiatria geral para demais comorbidades: encaminhamento do ambulatório de especialidade do HBDF;
→ Psicogeriatria: paciente idoso (maior de 60 anos) encaminhado do ambulatório de especialidade do HBDF;
→ Transtornos do Sono: encaminhado por médico psiquiatra ou especialista em medicina do sono de qualquer serviço do SUS/DF;
→ Transtornos alimentares (com equipe multidisciplinar que envolve psiquiatra, psicóloga, nutricionista e fisioterapeuta): encaminhado por qualquer profissional de saúde de qualquer serviço do SUS/DF.

Para dúvidas e marcação também é utilizado email: transtornosalimentareshbdf@gmail.com.

Por: Agência Brasília

Saúde

Paciente nos EUA é a primeira no mundo a viver com rim de porco transplantado

Após oito anos aguardando um doador, Towana Looney passou por um xenotransplante inovador e agora está livre da diálise

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Towana Looney, de 53 anos

Nos Estados Unidos, uma paciente com insuficiência renal crônica tornou-se a primeira pessoa no mundo a viver com um rim de porco transplantado. Towana Looney, de 53 anos, enfrentou uma espera de oito anos por um doador humano compatível, mas a oportunidade veio por meio de um xenotransplante, procedimento que utiliza órgãos de animais geneticamente modificados.

A cirurgia foi realizada no último mês pelo NYU Langone Transplant Institute e representa um marco na medicina. Antes mesmo de Towana acordar da operação, o rim já havia começado a produzir urina, e os exames demonstraram que ele está funcionando adequadamente. Ela teve alta no início de dezembro e segue sob monitoramento médico diário, com previsão de alta definitiva em três meses.

Uma jornada de desafios e esperança

Towana começou sua luta contra a insuficiência renal em 1999, quando doou um rim para a mãe. Anos depois, durante a gravidez, desenvolveu a mesma condição devido à hipertensão. Desde 2016, vinha dependente de hemodiálise. Sem alternativas viáveis, ela recebeu autorização para o xenotransplante, considerado sua última chance.

“É como se eu tivesse recebido uma nova chance de viver”, disse Towana em entrevista. “Agora consigo fazer coisas que antes eram impossíveis, como comer uma refeição completa e realizar várias tarefas ao mesmo tempo.”

Tecnologia revolucionária

O rim transplantado em Towana passou por dez modificações genéticas para garantir maior compatibilidade com o corpo humano e evitar rejeição. Três antígenos que poderiam desencadear resposta imunológica foram removidos, enquanto seis transgenes humanos foram adicionados para reduzir o risco de rejeição e ajustar o funcionamento do órgão ao organismo humano.

Um marco para o futuro

O procedimento liderado pelo Dr. Robert Montgomery faz parte de uma série de avanços no campo do xenotransplante. Desde 2021, outros quatro pacientes passaram por transplantes semelhantes, mas, devido à gravidade das condições clínicas, não sobreviveram.

“Towana é um símbolo do progresso que alcançamos no xenotransplante. Sua história oferece esperança para aqueles que enfrentam insuficiência renal”, afirmou Montgomery.

Com a recuperação gradual, Towana planeja voltar a viajar e aproveitar momentos preciosos com a família e os netos, celebrando o que descreve como sua “segunda chance na vida.”

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Saúde

Brasil dará início à produção nacional de botox com apoio da Fundação Ezequiel Dias

A Fundação Ezequiel Dias e empresa mineira iniciam a fabricação de toxina botulínica para uso estético e terapêutico, marcando um marco na indústria farmacêutica brasileira

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Imagem - Divulgação

A Fundação Ezequiel Dias (Funed), vinculada ao Sistema Único de Saúde (SUS), firmou um importante acordo que marcará o início da produção do primeiro botox 100% brasileiro. A parceria, que foi selada no último sábado (14), envolve uma empresa de biotecnologia mineira e visa fabricar a toxina botulínica, substância amplamente utilizada tanto para fins estéticos quanto médicos.

A toxina botulínica é conhecida principalmente por seu uso no rejuvenescimento da pele, mas também tem aplicações terapêuticas essenciais, como o tratamento de espasmos musculares, estrabismo e paralisia facial. Atualmente, o Brasil depende da importação dessa substância para a fabricação de medicamentos. Com o novo acordo, a produção nacional será uma realidade, com a criação de uma fábrica em Minas Gerais para atender à demanda interna e, potencialmente, ao mercado internacional.

A Funed será responsável por fornecer o suporte técnico e científico para a purificação da toxina, enquanto a Allegro Biotecnologia, empresa parceira, cuidará dos testes pré-clínicos e clínicos, além de realizar o envase e buscar a aprovação do produto na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O contrato, que tem duração de dez anos, também prevê repasses financeiros à Funed, com a destinação de recursos para novos projetos de inovação. A Fundação Ezequiel Dias, com mais de 100 anos de história, é uma referência em pesquisas e produção de medicamentos para o SUS, e sua atuação inclui a fabricação de medicamentos exclusivos para o tratamento de doenças como hanseníase e meningite.

Com essa nova parceria, o Brasil dá um passo significativo em direção à autonomia na produção de toxina botulínica, garantindo maior segurança e acessibilidade ao mercado nacional.

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Saúde

Hipertricose: entenda a doença conhecida como “síndrome do lobisomem”

A condição dermatológica rara é caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos em diferentes áreas do corpo

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Criança com a síndrome do lobisomem

A hipertricose, popularmente conhecida como “síndrome do lobisomem”, é uma condição dermatológica rara que se caracteriza pelo crescimento excessivo de pelos em diferentes áreas do corpo. Esse crescimento pode ocorrer de forma localizada ou generalizada.

Em 2010, Supatra “Nat” Sasuphan, da Tailândia, conquistou o recorde de adolescente com mais pelos devido a essa condição. A síndrome é frequentemente confundida com o hirsutismo, uma condição que também causa o crescimento excessivo de pelos, mas geralmente em mulheres e em locais menos comuns, como a região da barba, sendo relacionada a alterações hormonais, ao contrário da hipertricose.

A dermatologista Helena Rocchetto, do Alta Diagnósticos, explica que a hipertricose pode ser congênita, ou seja, presente desde o nascimento, ou adquirida, quando ocorre devido a fatores externos. A versão adquirida pode estar relacionada a doenças sistêmicas, uso de medicamentos ou neoplasias. Medicamentos como fenitoína, minoxidil oral e ciclosporina são conhecidos por causar a condição. Além disso, doenças como anorexia, hipotiroidismo e síndromes paraneoplásicas também podem estar associadas.

Sintomas da hipertricose

O principal sintoma da hipertricose é o crescimento excessivo de pelos, que pode ocorrer em um local específico do corpo (hipertricose localizada) ou em várias regiões (hipertricose generalizada). Na hipertricose congênita, os pelos podem cobrir todo o corpo do bebê, e a condição pode estar relacionada a mutações genéticas, além de poder estar associada a outras malformações dentárias, auditivas e esqueléticas.

Geralmente, a hipertricose pode resultar em três tipos de pelos:

  • Vellus: pelos curtos, que podem estar em qualquer parte do corpo, exceto nas solas dos pés, parte de trás das orelhas, lábios, palmas das mãos ou em tecido cicatricial.
  • Lanugo: pelos macios e finos, semelhantes aos encontrados no corpo de um recém-nascido.
  • Terminal: pelos longos, grossos e, geralmente, muito escuros.

Como identificar e tratar a condição?

O diagnóstico da hipertricose é feito por um dermatologista, que avalia a aparência e a distribuição dos pelos no corpo. Além disso, é importante analisar o histórico clínico do paciente, como a presença de doenças endocrinológicas, histórico familiar e o uso de medicamentos que possam ter causado o crescimento excessivo de pelos.

O tratamento depende da causa da condição. Se a hipertricose for provocada por um medicamento, a suspensão do remédio, quando possível, pode ajudar a reduzir o crescimento dos pelos. Quando a condição é causada por uma doença sistêmica, o diagnóstico e tratamento da causa subjacente são essenciais. Além disso, pode ser realizado tratamento para remoção dos pelos, como depilação manual ou a laser.

Tem como prevenir?

A hipertricose congênita não pode ser prevenida, mas a versão adquirida sim. O diagnóstico precoce é crucial para evitar a evolução da doença. Se a condição for causada pelo uso de medicamentos, os riscos devem ser discutidos com o médico antes do início do tratamento. Caso o diagnóstico seja confirmado, o medicamento deverá ser suspenso para evitar o agravamento da situação.

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