Durante um apagão que atingiu a região metropolitana de São Paulo após um forte temporal, Luciana Nietto, de 47 anos, conseguiu salvar a vida de sua filha, Heloísa, de 18 anos, utilizando a bateria de um carro. Heloísa, que sofre de atrofia muscular espinhal (AME), depende de aparelhos de respiração contínua, e a falta de energia colocou sua vida em risco.
Após mais de 22 horas sem eletricidade, a mãe, em desespero, fez uma improvisação com o acendedor de cigarros do veículo para fornecer a energia necessária ao respirador da filha. A gambiarra garantiu o funcionamento mínimo dos aparelhos e impediu que Heloísa ficasse sem ventilação por mais de 10 segundos, o que seria fatal devido à sua condição.
Além do respirador, outros dispositivos essenciais, como o concentrador de oxigênio e o aspirador de secreção, também ficaram sem energia. Apesar de ser classificada como “cliente prioritária” pela companhia de energia Enel, Luciana não recebeu assistência em tempo hábil. A energia na casa da família só foi restabelecida no sábado (12/10), mais de um dia após o início do apagão.
Atualmente, cerca de 500 mil residências na região metropolitana de São Paulo continuam sem energia, e o governo deu à Enel o prazo de três dias para restabelecer o fornecimento em todo o estado.