Uma cena rara e impressionante foi registrada em uma fazenda em Buriti Alegre, Goiás: um grupo de sucuris se enrolando em um ritual de acasalamento. O vídeo, que viralizou nas redes sociais, mostra as cobras gigantes se entrelaçando na água, formando o que os biólogos chamam de “bolo de sucuri”.
Segundo o biólogo e fotógrafo Daniel de Granville, que já documentou esse fenômeno na natureza, as sucuris se reproduzem nos meses de inverno, quando o clima está mais seco e as fêmeas ficam mais expostas. Elas são muito maiores do que os machos, podendo chegar a 40 vezes o peso deles, e podem copular com vários parceiros ao mesmo tempo.
“Depois do acasalamento, a fêmea entra em gestação por 6 ou 7 meses, período em que não se alimenta para dar espaço aos filhotes. As sucuris são vivíparas, ou seja, não botam ovos, mas dão à luz os filhotes já formados. E às vezes, a última refeição da fêmea antes da gestação é um dos machos que ela acabou de copular. Ela pode matá-lo e devorá-lo. Eu já presenciei uma situação assim embaixo d’água”, contou Granville.
O fotógrafo disse ainda que a temporada das sucuris é curta, durando de julho a outubro. Após esse período, elas se escondem até o nascimento dos filhotes. Ele ressaltou que as sucuris não são perigosas para os humanos e que devem ser respeitadas e preservadas.