Tecnologia

“A internet vai parar”, diz vice-presidente institucional da Claro

Segundo ele, quase toda a conexão internacional do Brasil com Estados Unidos, Europa e África chega por cabos submarinos na Praia do Futuro

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Foto: Reprodução

Um projeto de construção de uma usina de dessalinização de água na Praia do Futuro, em Fortaleza, está gerando polêmica com as operadoras de telefonia. O motivo é que os cabos submarinos que garantem a internet do Brasil com o exterior estão instalados na mesma área do litoral cearense. A empresa responsável pela usina pretende colocar os dutos da usina a apenas 500 metros dos cabos, o que pode causar danos irreparáveis à conexão do país.

Em entrevista à Folha de São Paulo, o vice-presidente institucional da Claro, Fábio Andrade, alertou para os riscos de rompimento dos cabos por causa das vibrações na água provocadas pelos dutos da usina. Ele explicou que quase toda a conexão internacional do Brasil com Estados Unidos, Europa e África passa pela Praia do Futuro. “A Anatel já se manifestou. Disse que essa situação é um absurdo e determinou que os dutos da usina fiquem a, no mínimo, 500 metros dos cabos submarinos. Antes, o projeto estabelecia cinco metros”, disse ele.

No entanto, essa distância ainda é insuficiente para garantir a segurança e a expansão da rede de internet, segundo Andrade. Ele afirmou que o consumo de internet cresce a cada dia e que a empresa planeja dobrar o número de cabos em três anos. Para isso, seria preciso uma distância de, no mínimo, 1.000 metros. “Essa distância impede que sejam instalados novos cabos para aumento de capacidade. E, hoje dia, consumo de internet cresce que nem unha”, completou.

Andrade defendeu que a usina de dessalinização seja construída em outra praia do litoral do estado, onde não haja cabos submarinos. “O que não falta em Fortaleza é mar. Não encontro razão para esse projeto ser exatamente nessa praia. A água é a mesma. Se ficar lá mesmo, teremos sérios problemas de expansão. A gente quer que, se for instalar [a usina], que seja na Praia da Árvore”, sugeriu.

Ele disse que, caso a empresa insista em instalar a usina na Praia do Futuro, as operadoras de telefonia terão que transferir as conexões para outra praia, o que aumentaria o custo e a complexidade do serviço. “Ali [na Praia do Futuro] é a menor distância que liga todos os continentes e as marés são ideais [sem muita vibração nos cabos]. O custo é maior, teremos ainda de providenciar a conexão em terra entre esses dois terminais de cabos”, avaliou.

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