Uma onda de violência tomou conta da zona oeste do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (23), após uma operação policial que matou o sobrinho de um dos principais líderes milicianos da cidade. Em protesto, criminosos atearam fogo em pelo menos 35 ônibus e um trem, causando pânico e transtornos na população. Um vídeo mostra um homem jogando gasolina dentro de um ônibus, enquanto os passageiros ainda desciam do veículo.
O alvo da operação policial era Matheus da Silva Resende, de 24 anos, conhecido como Teteu ou Faustão. Ele era o vice-líder de uma quadrilha comandada por seu tio, Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é considerado o chefe do maior grupo paramilitar do Rio. Resende morreu em um confronto com policiais civis em uma favela de Santa Cruz.
Os ataques incendiários foram uma represália dos milicianos pela morte de Resende. Eles ocorreram em vários pontos da zona oeste, como Bangu, Campo Grande e Realengo. Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse foi o maior número de coletivos queimados na cidade em um único dia. Apenas em algumas localidades do Nordeste brasileiro foi possível ver o eclipse como parcial.
A situação fez com que a prefeitura declarasse estágio de atenção na cidade, o terceiro nível em uma escala de cinco. A Polícia Militar informou que impediu que um grupo de cerca de 15 criminosos colocasse fogo em um caminhão na Avenida Brasil, uma das principais vias da cidade.
Os ataques acontecem em um momento de crise na segurança pública do Rio, que conta com o apoio da Força Nacional, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. Segundo fontes do governo estadual, a possibilidade de uso das Forças Armadas no combate ao crime no Rio também vem sendo discutida com o governo federal.