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Brasil

Colocando o prazer e bem-estar como prioridades em nossas vidas

O tempo todo buscamos o bem-estar e a felicidade ideal para lidarmos com situações e até mesmo para possuirmos mais conforto emocional no dia a dia. Mas Você sempre consegue alcançar esse prazer emocional?

Foto: Divulgação/FREEPIK

Buscamos o estado emocional ideal. Queremos nos sentir bem interna e externamente. Nosso compromisso não é com a dor, mas com o prazer e a felicidade.

Infelizmente não nos sentimos sempre assim. Precisamos lidar com dores e tristezas que são inevitáveis em nossas experiências. E, quando sentimos essas emoções, tentamos escapar delas, como se a dor e o desprazer fossem uma antítese do que queremos ou sonhamos. Queremos ser bem sucedidos e sempre de bem com a vida. Quando algo ocorre fora do nosso alcance, seja uma rejeição ou um insucesso, esmorecemos e deprimimos. Nossa vida interior está sempre direcionada ao prazer, jamais para a dor. É inato. Todos nós nascemos com o compromisso para o sucesso, para sermos amados e bem sucedidos. Buscamos o bem-estar de nós mesmos em todo e qualquer momento como um instinto tatuado inapagável. Se as coisas não ocorrem conforme nossas expectativas, mudamos de humor. Por que somos tão insaciáveis em tudo o que não precisamos, mas sempre no que queremos? Por que buscamos o tempo todo o nosso desejo e não o nosso crescimento? Porque ignoramos nossa lei natural de crescimento que definirá nossa real felicidade e finalidade.

Em 1920, Freud escreveu o texto “Além do Princípio do Prazer”, nele elaborou uma lei de “constância”, em que a quantidade de energia mais baixa possível corresponderia a uma diminuição de quantidade de excitação em nosso organismo psicofísico. Por isso escreveu: “A tendência dominante da vida mental e, talvez, da vida nervosa em geral, é o esforço para reduzir, para manter constante ou para remover a tensão interna devida aos estímulos”. Quando nos encontramos em um estado de tensão, seja física ou emocional, e dele conseguimos nos liberar, sentimos um prazer de grande efeito. Libertamo-nos da tensão que antes nos atormentava e, enquanto experimentamos essa liberação, um prazer real se manifesta.

Freud parte do princípio da homeostase, do equilíbrio psicológico e físico para definir o bem-estar humano. A partir desse princípio, entende que o ser humano sempre busca retornar a esse estado mental e físico em sua experiência, buscando um perpétuo estado de deleite e alívio e não querendo ser subtraído do mesmo. Esse é o princípio do prazer, mas em contrapartida a ele precisamos lidar com a realidade, que nem sempre, e muitas vezes, não atende a essa demanda. Do estado infantil à idade adulta, precisamos experimentar a dor, a frustração e o que não queremos encarar. É uma lei evolutiva da qual queremos sempre escapar. E, em nossa experiência emocional, que se torna mais complexa com o passar dos anos, tudo vai se tornando mais sutil. Um sentimento não atendido, uma demanda de nossa parte recusada, forma em nós aquele estado de tensão que não queremos tolerar. Quando fracassamos em uma intenção ou planejamento, a dor se torna complexa, emocional. Quando somos rejeitados e não acolhidos, o processo se desenvolve e se instala em nós em forma de sofrimento.

Mas nossa busca perpétua por prazer e pelo bem-estar imediato nos levará à felicidade, àquele estado mental que define a estabilidade do nosso ser? Não!

O ser humano é também predestinado à frustração e à dor se quiser evoluir. Sua evolução visa não o prazer, mas a felicidade. E, para sermos felizes, precisamos aprender a sentir a dor, por isso defino aqui três escolas distintas de “felicidade” e somente uma chegará à meta.

Foto: Jcomp/FREEPIK

Primeiro, os bon-vivants, que entendem a vida como usufruto e não como crescimento. Buscam se preencher com o momento presente. Querem gozar de cada momento, sem deixar passar nada! Imóveis, buscam o prazer sempre renovado.
O objetivo de vida não é criar e agir, mas desfrutar. Buscam o menor esforço ou apenas o esforço necessário parar encher de novo a taça de vinho. Como palmeiras preguiçosas, estendem-se o máximo possível para recolher os raios do Sol. O homem feliz, para esses, será aquele que souber saborear ao máximo o momento que tem em mãos.

Segundo, os preguiçosos e pessimistas, que encaram a vida como um problema ou fracasso. Sentem-se tão mal colocados diante da vida que a encaram como um constante escapar visando o próprio bem estar. Para esses, vale menos ser do que mais ser, e o melhor seria “ser de modo algum”. Querem uma vida sem problemas, sem riscos e por isso diminuem os contatos e esforços para não se arriscarem. Abaixam suas luzes e se fecham em suas epidermes e casulos, pois o ser feliz será aquele que pensar, sentir e desejar menos.

Por fim, os amantes, para os quais viver é ascender e descobrir, pois vale mais ser do que não ser, buscando tornarem-se sempre mais. Para esses, a felicidade e o bem-estar exigem conquista e cresci mento. Querem ir além para chegar a si mesmos. A felicidade e o prazer, sob esse ponto de vista, não é o bem buscado, mas efeito e recompensa de uma consciência alcançada ou um talento descoberto e realizado. É uma consequência do esforço, de uma tensão em direção ao crescimento. Sem buscar diretamente a felicidade, eles buscam a própria consciência. Tomam a posse do seu ser e encaram as próprias sombras querendo ultrapassá-las. Nada realizam, a menos que seja num crescendo. Felicidade de crescimento é a felicidade para os realizados na Terra, buscando conexões fundamen tais e vinculações vitais. Sob esse prisma, os seres humanos felizes precisam se desenvolver em três sucessivos movimentos:

CULTIVO DE SI MESMO

O ser humano só se torna humano na condição de se cultivar! Precisa buscar cada vez mais unidade em suas ideias, sentimentos e condutas. Ser íntegro. Cultivar-se é se apropriar de si mesmo. Ter compromisso em encarar e superar seus conteúdos em forma de apegos e dependência. Lidar com medos e paixões. Aprender com suas dores e ir além delas. Ter vida interior em direção a objetos cada vez mais elevados, a metamotivos e metavalores, como salientou o psicólogo humanista Abraham Maslow. É individuar-se segundo um dos maiores psiquiatras do último século e fundador da Psicologia Analítica, Carl Gustav Jung. O ser humano que se encontra na senda da individuação perde as influências da massa coletiva e se singulariza, tornando-se um ser humano original e consciente de si. Assumindo a substância de sua vida interior, ele se fecunda. Vai além das imagens e representações culturais e coletivas. Encontra-se consigo, tornando-se um ente singular em contato íntimo de descoberta. Um ser humano assim é feliz, pois encontrou sua humanidade. Não foge de si para se tornar refém de representações e imagens estéreis. Simplesmente torna-se, sem se preocupar ou se ocupar com os vícios narcísicos da comparação com os demais.

AUTONOMIA E ABERTURA

Por ter vida interior e contato consigo, o indivíduo não se isola, mas também não depende. Sem dependências emocionais sabe que a felicidade não está no outro, mas em si mesmo, no seu desenvolvimento interior. A ilusão de que outro o fará feliz se dissipa em consequência do seu contato íntimo. Por isso, a partilha é segura e fecunda. Encontra, no outro parceiro e nas demais relações, conexões de troca e não de dependência. Vertido para dentro, sabe viver para fora. A felicidade não está no outro, mas pode ser aquecida na partilha. Quer os outros como parceiros e companheiros emocionais a partir dos quais aquece a própria seiva da vida interior. Não dependência, mas encontro. Nas relações desenvolve um sofisticado senso de seletividade. Não está aberto a ter intimidade e familiaridade com todos, mas somente com aqueles que valem a pena.

CONEXÃO COM A VIDA E AMPLITUDE

Sendo cada vez mais ele mesmo, se esforça por ampliar a base do seu ser na descoberta do que o famoso psiquiatra e fundador da Logoterapia (terapia do Sentido), Viktor Frankl, chamou de “presença ignorada de Deus”. A última e primordial conexão do indivíduo é com o Sagrado, quando encontra seu senso de identidade costurado ao tecido da existência. Em carta ao amigo P.W. Martin, Jung escreveu: “ O maior interesse de meu trabalho não é o tratamento da neurose, mas a abordagem espiritual… que é a verdadeira terapia”. E, em outra carta escrita ao amigo Lucas Menz, afirmou: “ Descobri que todos os meus pensamentos circulam ao redor de Deus como os planetas ao redor do Sol, e são irresistivelmente atraídos por Ele. Sinto que seria um gravíssimo pecado opor qualquer resistência a essa força”. E, para o padre Victor White, escreveu: “ A divina presença é maior do que qualquer outra coisa. Existe mais de um caminho para a descoberta do genus divinum em nós. Essa é a única coisa que importa. Desejei ter a prova da existência de um Espírito vivo e a consegui. Não me pergunte a que preço”. Felicidade, além do princípio do prazer, é aquela base estável que não é dada, mas oferecida a todos que se sentem chamados a conquistá-la. Ela é o resultado de nosso crescimento interior, daquela evolução individual que só compete a nós realizar. Ela não está isenta de dor como também demanda coragem. Mais do que coragem, sobriedade e sensibilidade frente às ofertas contínuas da vida. Começa em nosso olhar e se dilata por todo o nosso ser. É uma lei de evolução e crescimento fundamental. A felicidade é uma escola de seleção em que os selecionados aprenderam a ser a partir de si mesmos. Aprenderam a dar as mãos para a vida aceitando seus desafios, contentamentos e descontentamentos. Ela cresce à medida que o ser humano passa pelas oscilações dos seus momentos visando mais. O além do princípio do prazer é aquele além em que podemos ser a partir do nosso ser. Mas, nesse processo, não temo afirmar: há dores que me são vitais, como também há prazeres que me são mortais.

Por: Vitor Santiago Borges

IMPIInstituto de Medicina e Psicologia Integradas

Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

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Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

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Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

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Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

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