Um novo estudo publicado na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association) revela que o uso de maconha por mulheres grávidas pode trazer sérios riscos à saúde da gestação. A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de Utah, acompanhou mais de 9.000 gestantes de diferentes regiões dos Estados Unidos e constatou que a exposição à droga aumenta a chance de problemas como parto prematuro, baixo peso ao nascer, natimortos e hipertensão arterial nas mulheres.
Os autores do estudo explicam que a maconha pode interferir no funcionamento da placenta, que é responsável por fornecer nutrientes e oxigênio ao feto em desenvolvimento. Quanto maior a exposição à droga durante a gravidez, maior a possibilidade de consequências adversas. Para medir o grau de exposição à maconha pelas gestantes, os pesquisadores coletaram amostras regulares de urina das participantes entre 2010 e 2013 e analisaram os níveis de THC (tetrahidrocanabinol), o principal componente psicoativo da Cannabis.
Os resultados mostraram que 26% das grávidas que consumiram maconha tiveram algum efeito adverso, enquanto a proporção caiu para 17% entre aquelas que não fizeram uso da substância. O estudo confirma achados anteriores de pesquisas realizadas em animais e humanos, que já indicavam que a maconha pode afetar negativamente a placenta.
“O uso de maconha não é seguro”, afirma o médico Robert Silver, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Utah e um dos autores do estudo. “Aumenta o risco de complicações na gravidez. Se possível, o consumo deve ser evitado nesse período”, acrescenta.
Silver recomenda que mulheres grávidas que utilizem a maconha para alívio de náusea ou ansiedade busquem outros medicamentos com segurança comprovada, e enfatiza a necessidade de mais pesquisas que analisem o impacto da substância à saúde.
“Enquanto houver pessoas interessadas em usar esse produto, devemos avaliar os efeitos para a saúde, tanto bons como maus, com a maior precisão possível, e fornecer essa informação às pessoas”, afirma.