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Brasil

CPI: policial confirma proposta de propina e tem celular apreendido

Luiz Paulo Dominguetti Pereira prestou depoimento na CPI da Pandemia

Foto: Pedro França/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado ouve nesta quinta-feira (1º) o policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira. Durante o depoimento, após ser questionado pelos senadores, o policial teve que assinar um termo circunstanciado e seu celular foi apreendido. O equipamento foi lacrado na presença de todos os senadores da comissão.

Dominguetti confirmou que participou de uma reunião com integrantes do Ministério da Saúde na qual teria sido pedido propina de US$ 1 pela venda de cada uma das 400 milhões de doses, em negociação com a pasta, da vacina Oxford/AstraZeneca.

Segundo ele, o encontro ocorreu em fevereiro, em um restaurante em Brasília, com a presença do então diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, e do coronel da reserva Marcelo Blanco da Costa, à época diretor substituto do mesmo departamento. Os dois foram exonerados ontem (31) da pasta após reportagem sobre o assunto publicada pelo jornal Folha de S.Paulo. Luiz Paulo Dominguetti disse ainda que uma quarta pessoa, que ele não sabe o nome, também esteve no encontro.

Suspeita

Aos senadores, o vendedor causou estranheza ao garantir ser representante da empresa Davati no Brasil desde janeiro e que tinha autorização para negociar com o governo em nome dela. Dominguetti disse que está na Davati há um ano e meio, mas que, por ser servidor público, não tem contrato formal e que acumula a função privada com o trabalho de policial, o que é ilegal, para complementar a renda. Perguntado se a Davati tem licença da AstraZeneca para comercializar imunizantes, Dominguetti disse que somente o dono da empresa brasileira, Herman Cárdenas, que tem acesso a documentos confidenciais, poderia responder a essa pergunta.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) quis saber como e por que a empresa do porte da Davati escolheu o policial militar para trabalhar como parceiro. Segundo Dominguetti, a empresa não solicitou a ele currículo e a atuação era como vendedor autônomo. “Quando ofereceram a disponibilidade da vacina não foi só a mim. Existiam outros intermediários trabalhando a mesma vacina em outros lugares”, relatou.

Áudio

Luiz Paulo Dominguetti Pereira surpreendeu os senadores que integram a CPI ao ser questionado se teve conhecimento de algum parlamentar que teria tentado negociar diretamente a compra de vacinas com a Davati. “A informação que tenho é de um: o que aqui que fez acusação contra o presidente da República”, respondeu numa referência ao deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Dominguetti ressaltou, no entanto, que não conhece o parlamentar que, na verdade, teria conversado com o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho. 

“O Cristiano me relatava que volta e meia tinha parlamentares procurando, e o que mais o incomodava era o Luis Miranda”, declarou. O vendedor acrescentou que Carvalho lhe enviou um áudio pedindo uma live, que tinha um cliente recorrente que comprava pouco e em menor quantidade, mas que poderia “colocar a vacina para rodar”.

Dominguetti, então, mostrou um áudio em que supostamente Miranda negociava vacinas. A gravação teria sido enviada para Carvalho e, posteriormente, ele encaminhou ao policial. Segundo o depoente, o áudio foi enviado junto a críticas ao depoimento de Miranda durante a CPI da Pandemia. “Olha ele lá [na CPI], porém falando o inverso. No áudio, a prática era tentativa de aquisição de vacinas”, ressaltou o depoente.

Outro lado

Diante das acusações Luis Miranda esteve pessoalmente no Senado para confrontar o depoente, mas foi impedido pela segurança da Casa de entrar no plenário da CPI. Apesar disso, ele conversou reservadamente com o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), e os senadores Fernando Bezerra (MDB-PE), líder do governo no Senado, e Marcos do Val (Podemos-ES). “O que ele [Luis Miranda] disse é que esse áudio é de 2020, uma negociação dos Estados Unidos, e que o que está aqui foi editado para prejudicá-lo”, contou Aziz.

Ainda segundo o presidente da CPI, o deputado foi à polícia fazer uma denúncia-crime, e vai disponibilizar o áudio original à CPI. Mais tarde, em entrevista coletiva no Senado, Luis Miranda disse que o áudio se tratava da intermediação para aquisição de luvas pela empresa dele nos Estados Unidos.

Novo depoimento

Após a reprodução do áudio da conversa do deputado Luis Miranda, Omar Aziz confirmou a reconvocação do parlamentar para próxima terça-feira (6) em audiência aberta e não secreta como havia solicitado o deputado. “Se o deputado Luis Miranda estiver envolvido com maracutaia, se ele pegou pernada, isso é problema dele, não é nosso. Não tem que proteger ninguém aqui não”, ressaltou o presidente da CPI.

O primeiro depoimento de Luis Miranda à CPI foi na última sexta-feira (25). O parlamentar prestou esclarecimentos com o irmão dele, Luis Ricardo Miranda, que é servidor do Ministério da Saúde. A motivação da convocação foi uma denúncia do deputado de que seu irmão sofreu “pressões atípicas” na pasta para liberar os documentos de aquisição da vacina indiana Covaxin.

Por: Agência Brasil

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Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

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Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

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Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

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Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

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Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

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Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

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