O Brasil aumentou o contingente militar na fronteira com a Venezuela, depois que o país vizinho realizou um plebiscito que aprovou a anexação da Guiana Essequiba, uma região rica em petróleo e gás natural que pertence à Guiana. O Ministério da Defesa brasileiro informou que 130 homens e 20 veículos blindados foram deslocados para a área nesta segunda-feira (4/12).
A tensão na região vem crescendo nas últimas semanas, desde que o presidente venezuelano Nicolas Maduro intensificou as ameaças ao país vizinho, reivindicando o território de 160 mil km² como parte da Venezuela. No X (antigo Twitter), Maduro escreveu: “Não deixaremos que ninguém nos tire o que nos pertence, nem trairemos os nossos princípios. Defenderemos Essequibo!”
A disputa entre Venezuela e Guiana pelo Essequibo remonta ao século 19, quando a Guiana era uma colônia britânica. A Venezuela alega que a delimitação da fronteira foi feita de forma arbitrária e injusta pela Corte Internacional de Paris em 1899, e que o Acordo de Genebra de 1966 reconhece o seu direito sobre a região.
A Guiana, por sua vez, defende a sua soberania sobre o Essequibo e conta com o apoio de outros países, como os Estados Unidos e o Reino Unido. O vice-presidente guianês, Bharrat Jagdeo, declarou que está empenhado em reforçar a “cooperação de defesa” com os seus aliados.
O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou sobre a crise no domingo (3/12), dizendo que mantém contato com os líderes dos dois países envolvidos na disputa, e que “se tem uma coisa que a América do Sul não está precisando agora, é de confusão”. Lula afirmou que o Brasil defende uma solução pacífica e diplomática para o conflito.
O Essequibo é considerado uma das áreas mais promissoras do mundo para a exploração de petróleo e gás natural. Estima-se que exista um potencial para 11 bilhões de barris do combustível fóssil, além de gás natural. Além disso, pode gerar 1,2 milhão de barris por dia até 2027.