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Brasil

Dia do Artesão: profissionais de Embu das Artes enfrentam desafios

O universo do feito à mão é mais um setor prejudicado pelas restrições

Foto: Rayra Paiva Franco/Arquivo Pessoal

Comemorado nesta sexta-feira (19), o Dia da Artesão celebra o profissional que se dedica à arte de produzir peças de artesanato em cerâmica, cera, tecido, palha, madeira e couro, entre outras. Originada do termo bíblico tekton, a palavra artesão significa pessoa que trabalha com as mãos. Mas, neste ano, a data não poderá ser muito comemorada, já que as vendas foram prejudicadas pela crise financeira e as restrições impostas pela pandemia de covid-19.

Os artesãos que expõem na cidade de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, foram duramente prejudicados economicamente pela pandemia. Criada em 1969, a feira recebia anualmente cerca de 1 milhão de turistas. Além da compra de arte, artesanato e até plantas, o visitante dispõe de Praça de Alimentação, bons restaurantes, bares, docerias e cafés. Músicos e performistas se apresentam em diversos pontos do Centro Histórico. A feira tem atualmente cerca de 485 expositores e devido ao rodizio e aos grupos de risco, cerca de 170 conseguiram retornar nos períodos de funcionamento. 

A artesã Maria do Carmo Merussim, de 56 anos, produz peças de cerâmica e expõe na cidade. Ela fabrica peças únicas e assinadas, que são feitas manualmente, uma a uma, com argilas e esmaltes isentos de chumbo, para serem usadas como utilitário ou decoração.

Para a ceramista, a maior dificuldade que tem enfrentado é o reajuste da matéria-prima. Assim, para aumentar as vendas e driblar os dias em que não expõe na feira pelas restrições do Plano São Paulo, ela tem vendido pela internet. “Antes da pandemia já fazia vendas pela internet, [por meio de sites especializados e rede social]. Com o inicio da pandemia, investi em uma loja virtual própria.

Apesar das alternativas de vendas, ela tem poucas perspectivas para este ano. “Vejo um cenário de dificuldade. Acredito ser importante investir em ações de divulgação da Feira de Embu das Artes para atrairmos vendas presenciais ou pela internet”.

O artesão Clovis Pires de Camargo, de 66 anos, que também expõe na feira, disse que tem feito poucas vendas desde que começou a pandemia. Ele cita as dificuldades: “Considero a pandemia e a falta de apoio dos organizadores, que deixam a revenda correr solta, as piores dificuldades”. Camargo faz artesanato em couro, como bolsas, e começou a produzir outras peças para driblar os dias de feira fechada em Embu das Artes. “Paralelamente, produzo alforjes e protetores para motos estilo Harley Davidson”. 

Peças do artesão Clovis Camargo, que diz que tem feito poucas vendas desde o início da pandemia.

Peças do artesão Clovis Camargo, que diz que tem feito poucas vendas desde o início da pandemia. – Clovis Camargo/Arquivo Pessoal

Economia do artesanato

A Feira de Artesanato da cidade é uma das maiores exposições de arte ao ar livre do país e é o principal atrativo turístico do município, segundo a Associação dos Expositores da Feira de Embu das Artes (AEFEA). De acordo com a porta-voz da associação, Ana Rodrigues,  a cidade foi prejudicada economicamente pelas restrições. “Nossa economia turística despencou, o movimento comercial durante os finais de semana não conseguiu se reorganizar até agora, muitos comércios fecharam as portas e muitos expositores da feira desistiram. As vendas caíram entre 70% e 80% e, em alguns casos, a instabilidade é total”, lamenta.

A média de visitantes da feira antes da pandemia era de 20 mil aos domingos, dia de maior movimento. “Devido à instabilidade econômica do país, nosso público vinha em queda, o que normalmente ficava em torno de 20 mil visitantes aos domingos, mas caiu para cerca de 8 mil a 10 mil na Fase Verde [do Plano São Paulo Verde, que permite a abertura do comércio com medidas de higiene sanitária]”, explicou a porta-voz.

Segundo Ana, a associação tem feito ações nas redes sociais para tentar reverter o quadro. “Nossa associação é voltada para os expositores da feira, toda ação que realizamos auxilia o comércio do entorno, visto que nossa feira é o real atrativo turístico do município. Mesmo a associação sendo para os expositores e uma entidade jovem em relação aos 52 anos da feira, atuamos intensamente nas mídias sociais, visto que ainda não temos lastro para grandes ações de marketing”.  

O trabalho da associação segue para ampliar o público consumidor e atrair novos compradores. “Temos trabalhos maravilhosos dos artistas e ainda muito público para conquistar, muitas pessoas não conhecem essa tradição que temos aqui, podemos comprovar isso principalmente aos domingos, que é nosso dia de maior movimento. Não raro, ouvimos os turistas dizerem: “nossa, porque demorei tanto para vir aqui, estou adorando tudo que vejo, quero voltar com mais tempo”, em várias ocasiões, faço lives com turistas e eles sempre comentam positivamente sobre o passeio”. 

Apesar das novas regras de restrição, como a Fase Emergencial em São Paulo que proíbe a abertura de comércio não essencial, as perspectivas são positivas, afirma Ana, que também é artesã. 

“Vamos manter a positividade e a proatividade, focados nas divulgações das mídias sociais, envolvendo ao máximo os expositores, assim como buscar orientações e qualificações para que todos se atualizem e mantenham-se motivados e ativos, tanto na criatividade e produção, quanto comercialmente. Atrair novos parceiros apoiadores para as nossas ações interativas e promocionais. Vamos explorar também nosso momento de conquista, que tornou a feira Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo, aos 52 anos”.

No último dia 9 de março, a Feira de Embu das Artes foi declarada oficialmente, pelo governo do estado, Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo, após a aprovação pela Assembleia Legislativa, no dia 2 de fevereiro, do Projeto de Lei 918/2016. O patrimônio é uma maneira de salvaguardar as expressões culturais, as tradições e a ancestralidade.

Por: Agência Brasil

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Economia

Tóquio adota semana de trabalho de quatro dias para combater crise de natalidade

Medida visa estimular a formação de famílias e criar um ambiente de trabalho mais equilibrado, com início previsto para abril de 2025

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Imagem de Tóquio - Japão

O governo de Tóquio anunciou uma nova iniciativa para combater a queda na natalidade do Japão. A partir de abril de 2025, a cidade implementará uma semana de quatro dias de trabalho para os funcionários públicos, com o objetivo de ajudar casais a conciliar a vida profissional e a criação de filhos. A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, explicou que a medida visa criar condições para que tanto homens quanto mulheres possam prosperar, sem que as mulheres precisem abrir mão de suas carreiras em função da maternidade.

Atualmente, os funcionários públicos de Tóquio já têm um dia extra de folga a cada quatro semanas, mas a nova política garantirá uma folga fixa toda semana. Além disso, outra medida prevê que pais de crianças do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental possam trocar parte de seus salários para sair mais cedo do trabalho.

Essa iniciativa surge em um contexto de preocupante queda nos nascimentos no Japão, que atingiu seu nível mais baixo em 2023, com um declínio de 5,1% em relação ao ano anterior. Além disso, o número de casamentos caiu 5,9%, o que representa a primeira vez em quase 90 anos que o número de casamentos no país fica abaixo de 500 mil.

A crise demográfica é vista como uma ameaça crescente para o Japão, cujas projeções indicam uma possível redução populacional de 30% até 2070, com uma proporção crescente de idosos. Essa crise também desperta discussões sobre mudanças nas leis trabalhistas, como a adoção de uma jornada de trabalho de quatro dias, uma proposta que já tem sido discutida em alguns países e também no Brasil. Especialistas afirmam que a medida pode aliviar o estresse e aumentar o bem-estar dos trabalhadores.

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Brasil

Esmeralda de R$ 1 bilhão é arrematada por R$ 50 milhões em Salvador por falta de lances

A pedra preciosa de 69 kg foi vendida por um valor bem abaixo da sua avaliação devido à ausência de propostas durante o leilão realizado nesta quarta-feira (11)

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Imagem - divulgação

Uma esmeralda de 69 kg, avaliada em R$ 1 bilhão, foi arrematada por apenas R$ 50 milhões nesta quarta-feira (11) em Salvador, devido à falta de lances durante o leilão. Inicialmente, a pedra estava com o preço mínimo de R$ 100 milhões, mas nenhum lance condizente foi feito. Diante disso, um grupo árabe fez uma proposta abaixo do valor estipulado, o que permitiu a venda por 5% do valor estimado.

Apesar da venda, o grupo comprador ainda pode desistir da compra, uma vez que impôs duas exigências: a visita pessoal à esmeralda e uma avaliação adicional por um gemólogo indicado por eles. A data para a verificação ainda não foi revelada.

Em comparação com outras esmeraldas vendidas em Pindobaçu, no norte da Bahia, a venda desta pedra ficou muito aquém dos valores de mercado. Recentemente, uma esmeralda de 137 kg foi vendida por R$ 175 milhões em um leilão da Receita Federal.

A pedra leiloada possui uma coloração verde-musgo e dimensões de 60 cm de altura, 20 cm de largura e 20 cm de profundidade, e ainda está em seu estado bruto, sem lapidação. A lapidação transforma a pedra em joia, processo ainda não realizado.

Além disso, em Pindobaçu, um garimpeiro baiano, Uilson Diego, possui uma esmeralda ainda maior, de 147 kg, que ele encontrou em 2018. A pedra, considerada rara, ainda não tem valor estipulado, pois Uilson aguarda boas oportunidades para sua venda.

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Economia

Carrefour anuncia corte de 2.200 empregos antes das festas de fim de ano

A redução no quadro de funcionários, equivalente a 1,5% da equipe, ocorre em um momento crítico para o varejo, tradicionalmente marcado por aumento de contratações temporárias

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O Grupo Carrefour, dono das marcas Atacadão e Sam’s Club, informou a demissão de 2.200 funcionários, representando 1,5% de seu total de 130 mil colaboradores. A medida é tomada justamente em um período de alta demanda no varejo, próximo ao Natal, quando muitas empresas costumam ampliar suas equipes com contratações temporárias.

Em comunicado à Folha de S.Paulo, o Carrefour justificou as demissões como parte de um “movimento natural do setor”, afirmando que isso não afetará suas operações ou o atendimento aos clientes durante as festas de fim de ano. A empresa também destacou que, em outubro, abriu novas vagas em diversas áreas, como açougueiros, padeiros, operadores de caixa e repositores, com contratações em andamento em 20 estados e no Distrito Federal.

Variação no mercado varejista

Enquanto o Carrefour realiza demissões, outros varejistas adotam o caminho oposto, ampliando suas equipes temporárias para lidar com o aumento das vendas no fim de ano. Relatório da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) aponta que essa é uma prática comum no setor.

Crise recente com o Brasil

Em novembro, o Carrefour também viveu um episódio de crise diplomática com o Brasil, quando seu CEO global, Alexandre Bompard, anunciou a suspensão das compras de carne de países do Mercosul, incluindo o Brasil, como apoio aos agricultores franceses. A decisão gerou boicotes organizados por frigoríficos brasileiros e repercussão entre políticos. Após seis dias de controvérsia, Bompard enviou uma carta ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pedindo desculpas e buscando resolver o impasse.

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