Comportamento

Pandemia impulsiona mercado digital durante a Black Friday

No DF, a previsão é de arrecadação em torno de R$ 1 bilhão durante a Black Friday

Publicado

on

Foto: Rayra Paiva Franco/O Panorama

A Black Friday está chegando e com ela, milhares de promoções em lojas e empresas de todo o país, mesmo durante a pandemia. Estima-se que, devido a quarentena causada pelo novo coronavírus, as vendas nesta época batam um recorde por ser majoritariamente online.

De acordo com um estudo realizado pela Neotrust/Compre&Confie, em parceria com a ABComm e patrocínio da Elo, a Black Friday de 2020 deve gerar um total de 10,9 milhões de pedidos. Um aumento de 77,2% quando comparado ao ano passado. A partir dessa estimativa, haveria um total de R$ 6,9 bilhões em compras, considerando o prazo estre o dia 26 de novembro a 1º de dezembro.

As restrições devido ao distanciamento social permanecem fortes em muitas partes do país. Em outros lugares, apesar de os shoppings e comércios estarem abertos, ainda há o medo de aglomeração, principalmente na semana de Black Friday em plena pandemia.

Black Friday Digital

A migração das empresas para a plataforma digital tem tido constante alta nos últimos anos. Contudo, em 2020, essa mudança precisou ser quase que obrigatória, principalmente para comerciantes que dependiam exclusivamente de espaços físicos para vender produtos e serviços.

O consultor de tecnologia Luís Felipe Taveira explica que empresas que antes não investiam no e-commerce, passaram a perceber a necessidade da ferramenta digital.

“O processo de transformação digital delas foi acelerado pelas circunstâncias do distanciamento social. Em virtude disso, grande parte das empresas que dependiam apenas do ambiente físico para realizar suas vendas, migraram para o ambiente digital. Com a presença dessas lojas no ambiente online, a tendência é que as vendas da Black Friday atinjam marcas históricas de desempenho em virtude do aumento da oferta de produtos”, afirma Luís Felipe.

As empresas mais consolidadas tiveram certa facilidade em mudar os negócios para o ambiente virtual. Entretanto, as micro e pequenas empresas enfrentam dificuldades, seja pelo baixo orçamento ou até por questões de logística. Porém, mesmo com as limitações, as empresas podem recorrer a algumas estratégias, conta Luís Felipe Taveira.

“O tráfego digital, seja ele pago ou orgânico, é essencial para o desempenho comercial de uma loja virtual. Em virtude disso, as empresas recorrem a promoções, sorteios e divulgações em redes sociais, sites e mecanismos de busca para atraírem clientes para as suas lojas” explica o consultor de tecnologia.

Situação no DF

O comércio no Distrito Federal fechou as portas em março por meio de um decreto editado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Alguns meses depois, as lojas voltaram gradativamente às atividades. Contudo, com um público bem menor do que antes.

O trabalho temporário devidos às festividades de fim de ano já é tradição na capital e os lojistas devem abrir cerca de 2.860 vagas temporárias neste fim de ano. O número, porém, é 7,5% menor do que as contratações do ano passado, mesmo com projeções de aumento no começo de 2020. Os dados são de um estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio-DF).

A redução das contratações é reflexo direto do impacto da pandemia na vida dos empresários e empreendedores. No DF, eles precisam se reinventar para continuar lucrando.

A empresária Cátia Marques contratou uma agência de marketing pois viu a necessidade de ir para o ambiente virtual o mais rápido possível. As vendas na loja física diminuíram em quase 55% desde o começo da pandemia. Para ela, a quarentena obrigou as pessoas a encontrarem soluções criativas.

“Eu não tive muita saída. Quando chegou a pandemia e deixei de vender mais da metade das minhas maquiagens e produtos de beleza, percebi que precisava recorrer às redes sociais. Contratei uma pequena agência para cuidar dos posts e divulgar meu trabalho, mas ainda continuo com a loja, pois também conseguimos vender por lá, apesar da redução nos últimos meses”, conta a empresária.

Por fim, a empresária relatou que está correndo contra o tempo para aproveitar a Black Friday e poder vender os produtos acumulados durante a pandemia. Dessa forma, ela acredita que agora, vendendo online, vai conseguir recuperar parte do prejuízo.

Arrecadação no DF

De acordo com levantamento da Secretaria de Economia, apenas de impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Serviços de Qualquer Natureza (ISS), o DF deve arrecadar cerca de R$ 1 bilhão.

Por fim, apenas de ICMS, a previsão de arrecadação será de R$ 803,7 milhões. Ao passo que o governo prevê o montante de R$ 199,9 milhões em ISS.

Clique para comentar

Popular

Sair da versão mobile