conecte-se conosco

Brasil

Encalhe de baleias jubarte é recorde no Brasil no primeiro semestre

Número é o maior desde que casos começaram a ser documentados, em 2002

Foto: Projeto Baleia Jubarte/Petrobras

O encalhe de baleias jubarte registrado no Brasil no primeiro semestre deste ano bateu recorde, segundo levantamento feito pelo Projeto Baleia Jubarte no litoral do país. Foram 48 encalhes nos seis primeiros meses do ano, enquanto o recorde anterior ocorreu em 2016, com 22 casos documentados, desde o início da sistematização dos dados em 2002. Neste ano, os registros de encalhe foram só de animais já mortos.

O número de encalhes no primeiro semestre de 2021 já superou os encalhes registrados nos doze meses dos anos de 2002 até 2009, 2011, 2012 e 2015. Além desses 48 encalhes até junho, outros 26 já ocorreram no mês de julho, somando 74 até agora. 

O coordenador de pesquisa do Projeto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, explicou que encalhes de baleias ocorrem por diversos motivos, como morte natural, aproximação das redes de pesca ou busca por alimentação em águas mais rasas. Ele ressaltou que há anos atípicos em relação ao encalhe, como ocorreu em 2010, com 96 casos; e 2017, com 122.

Como a maior parte dos animais encalhados neste ano são jovens que ainda não estão na idade de reprodução e estão mais magros do que o comum, Marcondes afirma que há grande possibilidade de eles terem se aproximado da costa buscando alimento, aproveitando os cardumes mais volumosos de peixes localizados nos litorais paulista e catarinense.

“Tem alguns anos que são atípicos, estamos em um ano atípico desses. Estamos com bichos muito magros, que não conseguiram se alimentar direito. Deve ter diminuído [a quantidade de] krill esse ano e aí eles estão vindo para perto da costa em busca de comida, principalmente os jovens que não estão na idade de reproduzir”, explicou o pesquisador.

As baleias jubarte alimentam-se de krill – tipo de crustáceo – e pequenos peixes. O fato de os animais encontrados estarem mais magros pode indicar diminuição da oferta de krill nas regiões mais profundas, conforme apontou Marcondes, o que atrairia as baleias para regiões mais próximas da costa que tem maior oferta de alimento.

Ele acrescentou que “quando eles vêm pra perto da costa para buscar comida, é o mesmo lugar que os pescadores estão colocando a rede e acaba dando muito problema de emalhe [retenção na malha da rede]”. Até o momento, o projeto registrou 34 casos de emalhe em equipamento de pesca, no entanto nem todas essas retenções em redes levaram à morte das baleias. O número de emalhe também é recorde.

O pesquisador afirma que esses picos de mortalidade não têm afetado a recuperação da população das jubarte e que sua população vem crescendo. No entanto, a preocupação é com o sofrimento dos animais.

“Do ponto de vista de conservação da espécie, não é uma coisa tão preocupante. Do ponto de vista do bem-estar animal, cada indivíduo desse que chega aqui magrinho ou que acaba se enroscando em uma rede pesca e morrendo passa por um sofrimento muito grande, então a gente tem uma preocupação, sim, com esses casos e em como tentar diminuir esse tipo de ocorrência”, disse.

Uma das ações com objetivo de diminuir os problemas dos emalhes é intensificar a fiscalização. “Lá em Santa Catarina, o pessoal já aumentou um pouco a fiscalização nas redes que estão colocadas de forma ilegal. Estamos trabalhando e tentando orientar os pescadores também.”

Para os pescadores que instalam as redes de forma legal, a orientação é que não deixe a rede sem acompanhamento porque pode ocorrer de uma baleia acabar presa. “Isso é o mais imediato que dá pra fazer. Mas estamos planejando a longo prazo, pensando que isso é uma coisa que pode ser recorrente no futuro”, acrescentou.

Por: Agência Brasil

Para continuar atualizado sobre saúde, política, cultura pop e outros assuntos, lembre de checar nosso site e seguir o nosso perfil do Instagram (@OPanoramaOficial).

Clique para comentar

Faça seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Saúde

Erro médico faz mulher tratar por 6 anos câncer inexistente

Justiça de São Paulo condenou a Amico Saúde, empresa médica de São Bernardo do Campo a pagar R$ 200 mil de indenização à paciente

Publicado

on

Foto: Reprodução

Uma mulher de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, recebeu uma indenização de R$ 200 mil da Amico Saúde, empresa médica que a submeteu a um tratamento de quimioterapia por seis anos por uma metástase óssea que nunca existiu. A Justiça de São Paulo considerou que houve erro médico de diagnóstico e tratamento, que causou danos físicos e psicológicos à paciente.

A mulher, que tinha 54 anos em 2010, foi diagnosticada corretamente com câncer de mama e fez uma mastectomia. Porém, em outubro do mesmo ano, um novo exame indicou que ela tinha metástase óssea, ou seja, que o câncer havia se espalhado para os ossos. Ela então iniciou um tratamento de quimioterapia, que continuou mesmo após mudar de plano de saúde em 2014.

Em 2017, os médicos do novo plano de saúde desconfiaram do diagnóstico e pediram um exame mais preciso, chamado PetScan, que revelou que a mulher não tinha metástase óssea. O resultado foi confirmado por outro exame em 2018 e por um laudo pericial do Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo.

Um exame feito em 2010, na mesma época em que ela começou a quimioterapia, já havia apontado que a probabilidade de ela ter metástase óssea era baixa, mas esse dado foi ignorado pelos médicos da Amico Saúde. A Justiça não conseguiu explicar por que a mulher foi tratada de forma equivocada por tanto tempo, se por negligência ou por economia.

A mulher relatou que sofreu muito com os efeitos colaterais da quimioterapia, como dor, insônia, perda óssea, perda de dentes e limitação dos movimentos da perna. Ela também disse que viveu uma grande angústia psicológica, achando que iria morrer a qualquer momento. “Cada sessão de quimioterapia se tornava um verdadeiro tormento à autora, porque a medicação é muito forte e possui inúmeros efeitos colaterais”, afirmou a defesa da paciente.

A sentença que condenou a Amico Saúde a pagar R$ 200 mil de indenização foi dada em primeira instância e confirmada pelo Tribunal de Justiça. O relator do recurso, o desembargador Edson Luiz de Queiroz, destacou que “a paciente foi levada a sofrimento que poderia ter sido evitado”.

No final de 2023, a Amico Saúde fez um acordo com a mulher e pagou os R$ 200 mil.

Continue lendo

Política

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo Ministro da Justiça

Jurista se aposentou como ministro do STF em abril de 2023, perto de completar 75 anos

Publicado

on

Foto: Reprodução

Em uma cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (11) a escolha do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para comandar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Lewandowski substituirá Flávio Dino, que foi indicado por Lula para ocupar uma vaga no STF e teve seu nome aprovado pelo Senado.

Lula destacou o currículo e a experiência de Lewandowski, que foi “um extraordinário ministro da Suprema Corte” e aceitou o convite na quarta-feira (10). O presidente disse que a nomeação será publicada em 19 de janeiro e que o novo ministro tomará posse em 1º de fevereiro. Até lá, Flávio Dino permanecerá à frente da pasta, que ele conduziu de forma “magistral”, segundo Lula.

“Eu acho que ganha o Ministério da Justiça, ganha a Suprema Corte e ganha o povo brasileiro com essa dupla que está aqui do meu lado, cada um na sua função”, afirmou Lula, que estava acompanhado de Lewandowski, Flávio Dino, e da primeira-dama, Janja da Silva.

Lula também declarou que dará autonomia para que Lewandowski monte sua própria equipe na Justiça, mas que pretende conversar com ele em fevereiro sobre os nomes que ficarão ou sairão do ministério. O presidente comparou a situação a um técnico de futebol, que deve escalar seu próprio time e ser responsável pelos resultados.

“[Em 1º de fevereiro] Ele [Lewandowski] já vai ter uma equipe montada, ele vai conversar comigo e aí vamos discutir quem fica, quem sai, quem entra, quais são as novidades”, disse Lula.

Ao final da cerimônia, Lula revelou que a primeira-dama Janja espera que mulheres tenham mais espaço na nova gestão da Justiça, ao que Lewandowski respondeu: “Certamente”.

Continue lendo

Saúde

Menina de 8 anos se queixa de dores de cabeça, desmaia e morre após AVC

Maria Julia de Camargo Adriano estava na rede da casa onde morava em Ribeirão do Pinhal (PR) quando se queixou de dores na cabeça

Publicado

on

Foto: Reprodução

Uma tragédia abalou a família de Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, que morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) no último sábado (6). A menina, que era natural de Paraná, tinha o sonho de ser veterinária e era muito inteligente e dedicada aos estudos.

Segundo relatos da família, Maria Julia começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu a consciência. Ela foi socorrida e levada ao hospital mais próximo, onde os médicos constataram que ela tinha um sangramento no cérebro.

Devido à gravidade do caso, ela precisou ser transferida duas vezes, até chegar ao Hospital Universitário (HU) de Londrina, onde ficou internada na Unidade de terapia intensiva (UTI). Apesar dos esforços da equipe médica, ela não resistiu e teve a morte confirmada na segunda-feira (8).

A causa do AVC foi um aneurisma, uma dilatação anormal dos vasos sanguíneos, que se rompeu e provocou uma hemorragia cerebral. A tia de Maria Julia, Adriana, disse que a menina não tinha nenhuma doença pré-existente e que os médicos consideraram o ocorrido uma fatalidade.

O AVC é uma condição que afeta principalmente adultos, especialmente aqueles que têm fatores de risco como diabetes, obesidade e tabagismo. Em crianças, é muito raro e pode estar associado a alguma má formação na estrutura corporal.

A médica neurologista Adriana Moro explicou que o AVC em crianças é difícil de ser diagnosticado, pois não é uma suspeita comum quando há alguma alteração neurológica. Ela alertou para a importância de reconhecer os sintomas do AVC, como dor de cabeça, fraqueza, alteração da fala e visão, e procurar atendimento médico imediato.

A família de Maria Julia está devastada com a perda da menina, que era alegre, carinhosa e amava os animais. Eles pedem orações e apoio neste momento de dor e luto.

Continue lendo

Popular