Valência, Espanha – As enchentes repentinas no sudeste da Espanha já deixaram pelo menos 62 mortos, segundo informações do governo regional de Valência divulgadas nesta quarta-feira (30). As intensas chuvas, que atingiram principalmente o sul e leste do país, trouxeram um volume de água superior a 300 milímetros em apenas algumas horas na terça-feira, gerando deslizamentos e alagamentos que devastaram várias cidades.
Imagens captadas na cidade de Valência revelam ruas alagadas por águas lamacentas que arrastaram veículos e destruíram muros. Em algumas áreas, equipes de resgate ainda encontram dificuldades de acesso devido ao bloqueio das estradas e escombros deixados pela enxurrada. Carlos Mazón, líder regional de Valência, informou que corpos foram localizados em áreas antes inacessíveis. “Por respeito às famílias, evitaremos mais detalhes”, disse Mazón, alertando ainda que o número de vítimas pode aumentar conforme as operações de resgate avancem.
As províncias de Valência e Castellón seguem em estado de alerta, com as autoridades pedindo que a população evite transitar pelas estradas. Em Chiva, localizada a leste de Valência, os acumulados de chuva ultrapassaram 320 milímetros em apenas quatro horas, conforme dados do Banco de Dados Europeu de Clima Severo.
O impacto das enchentes também foi sentido nas regiões de Múrcia e Málaga, onde algumas áreas registraram mais de 100 milímetros de precipitação. Cientistas alertam que eventos climáticos extremos, como essas chuvas intensas, estão se tornando cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas. À medida que o planeta aquece por conta das emissões de combustíveis fósseis, os oceanos mais quentes alimentam tempestades mais fortes e a atmosfera retém maior quantidade de umidade, resultando em chuvas torrenciais.
As operações de resgate continuam, e os militares seguem auxiliando nas áreas mais atingidas, na tentativa de localizar sobreviventes e restabelecer a segurança em meio a essa catástrofe climática.