Estilo

O papel da vestimenta no desenvolvimento da autoestima

A vestimenta ocupa um papel de destaque no que comunicamos com a nossa imagem e pode ser uma poderosa aliada no desenvolvimento da autoestima.

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Foto: Lobachad/Envato


Desde o princípio, a vestimenta desenvolveu vários papéis ou funções. Quando os homens das cavernas começaram a usar a pele dos animais que caçavam para cobrir e proteger a sua própria pele do frio e do atrito com os obstáculos que encontravam no ambiente, aquela vestimenta rudimentar desenvolvia a função de proteção.


Com o passar do tempo as técnicas para a construção da vestimenta foram se aprimorando. Surgiram amarrações diversas, tecidos feitos por meio do entrelaçamento dos fios dos pelos de animais, diferentes técnicas de tingimento etc. E em meio a tantas novidades, a vestimenta começou a desempenhar outras funções.


Ao longo dos séculos, a vestimenta passou de mera proteção térmica a verdadeira declaração de status e de poder. Na Antiguidade, os egípicios, por exemplo, presavam a limpeza, tinham o hábito de tomar muitos banhos (o que não era comum naquela época), raspavam a cabeça para evitar piolhos e usavam perucas com vários adornos, além de roupas branquíssimas. Na Roma antiga, as cores das vestimentas separavam a sociedade em espécies de castas. Nas monarquias as cores e os tecidos das roupas também simbolizavam riqueza e poder. Havia cores que só a realeza podia usar.


Diversos são os exemplos que poderiam ser citados aqui ao falar da evolução do vestuário, mas o que importa por ora é demonstrar o papel fundamental que a roupa tem na construção e desenvolvimento da imagem e da autoestima.


Dizer que nossa imagem é pura comunicação não verbal e ignorar o papel relevante que a roupa tem nesse contexto seria, no mínimo, contraditório. Ouso dizer que a roupa, ou a ausência dela, é quem primeiro comunica, porque suas cores e texturas impactam primeiro o olhar. Os demais elementos que compõem a nossa imagem chegam em seguida, como um complemento, que podem ou não estar de acordo.


A roupa que escolhemos vestir comunica muito sobre nós, nosso humor, temperamento, status, aspirações e tantas outras coisas. E para quem vive em sociedade o ato de se vestir é praticado diariamente. Em um contexto normal, não há ato social que não esteja precedido da vestimenta. Nossa roupa é capaz de provocar aproximação ou de repelir pessoas. Pensem em quantas vezes vocês já se viram nessa situação. Em quantas vezes já se afastaram ou prejulgaram alguém pela roupa que a pessoa vestia?


Para além da comunicação externa, porém, a roupa tem o poder de elevar ou diminuir nossa autoestima. E esse para mim é o ponto mais relevante de todos! Sabe aqueles dias que a gente passa o dia todo de pijama, que a gente não tem vontade de nada? Também tem aqueles dias que a gente veste qualquer coisa, não arruma o cabelo. E do ano passado pra cá, que temos a realidade do home office? Quem aqui não se vestiu pelo menos uma vez da cintura pra cima?


Todos conseguimos nos enxergar em uma dessas situações com alguma frequência. Agora, reflitam o quão produtivos conseguimos ser nesses dias. Não estou aqui dizendo que não podemos ter um day off. Claro que não só podemos, como devemos! Mas o que gostaria que ficasse claro aqui é que esse padrão não deve ser o desejado. Devemos ter uma rotina de cuidados diários com a nossa imagem, porque isso impacta diretamente na maneira como nos vemos e como nos comportamos.


O padrão de comportamento é mais ou mesmos assim: se eu me sinto mal comigo tendo a cuidar menos de mim, a me olhar menos no espelho, a me vestir de qualquer jeito, adoto uma postura e um discurso que vão acabar com minha autoestima. E é a imagem de uma pessoa derrotada que eu vou passar, porque é assim que estarei me sentindo.


E é exatamente contra esse padrão que devemos lutar! A receita é simples, mas não necessariamente fácil de ser executada. Devemos nos cuidar! Não vou dizer aqui a hora que você tem que acordar! Cada um tem sua realidade. Mas, ao despertar, especialmente nos dias em que não nos sentimos bem, devemos racionalmente seguir uma rotina que começa com o autocuidado. Um bom banho pra acabar de acordar, os cuidados com pele e cabelos e, claro, a escolha da roupa! Neste ponto faça uma escolha consciente! Você verá que vai fazer toda a diferença! Se estiver precisando de ânimo, experimente usar uma peça com uma cor mais vibrante e enérgica! Está agitada, ansiosa, use cores que acalmam e promovem o relaxamento. Feliz e apaixonada? Use as cores do amor! Para cada modo há uma cor que vai contribuir para transmitir ou “curar” o sentimento.


Além das cores, o corte das roupas também transmite informações! Roupas com o corte mais reto e estruturadas (comuns no guarda roupa masculino) transmitem mensagens de poder e distanciamento. Já as roupas leves, fluidas, com linhas curvas, comunicam abertura e proximidade.


Pense em qual mensagem você quer ou precisa transmitir e escolha a vestimenta de forma assertiva! E lembre-se que a mudança desejada na sua vida começa por você! Invista em você, porque não conseguimos demonstrar ser algo que não somos na essência. Na vida pessoal ou profissional, vista-se para os objetivos que você quer alcançar!

Wilfa Branco
Consultora e coach de imagem e estilo

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