Carros estacionados ao ar livre, espaços divididos com grades, palco mais distante, aferição de temperatura e uso de máscara obrigatório durante a circulação por banheiros e bares. Só assim é possível que eventos como o Brasília Drive Show aconteçam em meio à pandemia. E foi dessa forma que ocorreu, na noite do último sábado (17), a festa comandada pela banda Raça Negra.
A estrutura montada no estacionamento do Estádio Nacional Mané Garrincha já recebeu grandes nomes da música, como Léo Santana, Aline Barros e Paralamas do Sucesso. A experiência proporcionada é bem diferente do que estávamos acostumados até o início deste ano.
Experiência drive in
Para assistir aos shows, o público precisa se manter próximo de seus veículos, em uma área demarcada, que possui mesa e cadeiras, apenas com as pessoas que adentraram o evento no mesmo carro. O palco possui telão que permite uma boa visualização dos artistas, mesmo estando mais afastado. Comidas e bebidas podem ser adquiridas através de aplicativo e QRCODE, dando um conforto e segurança maior.
A falta da aglomeração diminuiu o ânimo? Nada disso. Na noite em que o Raça Negra tocou, era possível ver todo mundo dançando e dava para ouvir os gritos eufóricos e o coro isolado nas músicas mais famosas.
Nas palavras de Richard Dubois, presidente da concessionária do Estádio, a Arena BSB, os eventos drive in proporcionam para a plateia uma espécie de “camarote particular”.
“Cada um tem o seu pequeno camarote. Pode curtir, pode ver, talvez não tenha aquela interação com os vizinhos, com as outras pessoas do show. Mas dentro do grupo tá muito gostoso”, conta.
Raça Negra no Drive Show
Para os artistas, poder voltar aos palcos e interagir com a plateia depois de tanto tempo é animador. Foi possível ver o entusiasmo do Raça Negra, a todo tempo reafirmado pelo vocalista do grupo, Luiz Carlos.
“O que vocês tão achando dessa experiência? Está sendo muito bom pra gente. A gente ama tocar aqui em Brasília, porque sempre somos muito bem recebidos. É bom pode voltar nesse novo formato.”
Luiz Carlos procurou conversar com os fãs durante toda a apresentação, claramente matando a saudade desse tipo de interação ao vivo.
A banda, que possui mais de 37 anos de carreira, veio completa, com dançarinas e o instrumental característico da mistura romântica de samba e pagode que percorreu gerações. Para a euforia dos presentes, os maiores hits não ficaram de fora. Entre eles, “Cigana”, “É tarde demais” e “Cheia de Manias”.
Ir a um evento no formato drive in, claro, não é a mesma coisa. Mas isso não significa que não dá para curtir e se divertir ao máximo. É uma boa opção de entretenimento em um período delicado como este. Como diria Arlindo Cruz, “o show tem que continuar”.