Se engana quem pensa que os cirurgiões dentistas devem atuar apenas dentro de salas clínicas ou em universidades de pesquisa dando aulas. Muitos desconhecem a grande importância do conhecimento que eles têm, principalmente na linha de frente das Unidades de Terapia Intensiva (UTI), como por exemplo, no combate ao Covid-19. Para explicar sobre a atuação dos profissionais, Ricardo Paulin entrevistou para “O Panorama” Alexandre Franco.
Especialista em saúde coletiva, periodontia, gerontologia, mestre e doutor em ciências da saúde pela UNB, mestre e doutor em odontologia pela USP, cirurgião dentista do Hospital Sírio Libanês, professor e doutor de mestrado da Universidade Católica e autor do livro “Saúde Bucal em UTI”, Alexandre é uma das grandes referências quando o assunto é odontologia especial.
“Meu trabalho é voltado para grupos específicos, desde a faculdade venho me moldando para atender essas pessoas e construindo tijolinho por tijolinho. Sou apaixonado pela profissão que tenho e busco passar isso para os meus alunos”, conta Alexandre.
Quando o assunto é odontologia para pacientes especiais ou odontologia hospitalar, o mercado ainda encontra dificuldades como a falta de profissionais capacitados e até mesmo em um contexto de estrutura física e até mesmo humana, no sentido de ter pessoas para receber os pacientes e proporcionar um atendimento digno e capacitado.
Apesar das dificuldades, o especialista explica que o cenário odontológico em Brasília tem apresentado mudanças positivas como grades curriculares que já contam com disciplinas voltadas para atendimentos especializados.
“No quesito graduação, essa realidade vem mudando e já mudou bastante! Quando estudei, não tinha matéria odontológica na saúde hospitalar e nem odontogeriatria e mesmo assim, foram áreas que quis seguir. Em Brasília o cenário vem mudando e hoje, as universidades já contam com disciplinas voltadas para esses segmentos, seja na teoria ou na prática, os alunos já saem com esse conhecimento específico.”
Ao decorrer da entrevista, outro ponto importante foi abordado, a saúde bucal dos idosos. Com as mudanças geradas pelo envelhecimento, muitas vezes os problemas que surgem vão sendo acumulados, seja por falta de informação, atendimento correto ou até mesmo, poder aquisitivo para realizar os procedimentos necessários de cuidado.
“Após um ano de pandemia, a saúde bucal do idoso hoje deve ser olhada de forma estratégica, pois os nossos idosos de hoje já sofrem com ações do passado. A realidade dessas pessoas hoje são de um estado crítico como a falta dos dentes e também de condições adequadas para realizar tratamentos. Observamos que as dificuldades são decorrentes do próprio envelhecimento e com a pandemia, isso se agrava”, explica Alexandre.
Entre outros assuntos, o especialista falou ainda sobre a necessidade das instituições de entenderem o papel da odontologia dentro de uma área de saúde como a UTI, trabalho este que não deve estar relacionado apenas a questões de limpezas e sim a questões mais específicas de tratamento.
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