Educação

Estudo aponta: metade das crianças brasileiras não dominam matemática básica

Desempenho abaixo da média global em estudo internacional expõe desafios na formação docente e desigualdades sociais no Brasil

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Foto: Divulgação

O Brasil apresentou resultados preocupantes em sua primeira participação no Estudo Internacional de Tendências em Matemática e Ciências (Timss). O levantamento mostra que 51% dos estudantes do 4º ano do ensino fundamental não possuem habilidades básicas de matemática, como tabuada, somas e subtrações de três algarismos ou interpretação de gráficos simples.

O desempenho médio dos alunos brasileiros nessa etapa foi de 400 pontos, abaixo da média global de 503 e superando apenas Marrocos, Kuwait e África do Sul entre os 64 países participantes. Além disso, os 5% com piores notas alcançaram, no máximo, 259 pontos, indicando grandes dificuldades para responder às questões propostas.

No 8º ano, o cenário se repete. Mais de 60% dos jovens não atingiram o nível básico de proficiência matemática, revelando dificuldades em reconhecer formas geométricas simples, compreender proporções e interpretar gráficos. A média brasileira foi de 378 pontos, superando apenas o Marrocos e ficando atrás de nações como Irã e Malásia.

Desempenho em ciências
Apesar de ligeiramente melhor, o desempenho dos brasileiros em ciências também é preocupante. No 4º ano, 39% não dominam conceitos básicos sobre plantas, animais e o meio ambiente, enquanto no 8º ano, 42% demonstram dificuldades com temas como células, tecidos e reações químicas.

Fatores que explicam o desempenho
A baixa performance dos estudantes brasileiros é atribuída a fatores como a formação insuficiente de professores, baixa atratividade da carreira docente, desigualdade econômica e a recente universalização do ensino básico. A matemática, em especial, depende mais de uma boa formação escolar do que o desenvolvimento de habilidades que possam ser adquiridas fora do ambiente educacional, como ocorre com a leitura.

Esses resultados reforçam a necessidade de políticas educacionais voltadas para a melhoria da formação docente e a valorização da educação básica, especialmente em matemática, considerada essencial para o desenvolvimento intelectual e econômico do país.

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