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Celebridades

Fãs, parentes e amigos despedem-se de Milton Gonçalves no Municipal

Corpo do ator será cremado nesta tarde no Cemitério do Caju

Tomaz Silva/Agência Brasil

O corpo do ator e diretor, Milton Gonçalves está sendo velado desde as 9h30 desta quarta-feira (31) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no centro da cidade. O artista morreu ontem (30) em casa, aos 88 anos, em consequência de problemas causados por um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu em 2020.

Ainda nesta tarde, o corpo será levado para o Crematório do Cemitério da Penitência, no Caju, região portuária do Rio, onde haverá uma cerimônia restrita à família e amigos mais próximos.

Antes da abertura do velório ao público, houve uma cerimônia ecumênica para a família. Do lado de fora, o público fez fila para se despedir do artista. Amigos e colegas de profissão foram chegando aos poucos e sempre com muitas memórias. O ator Antônio Pitanga lembrou os bons momentos que dividiu com o amigo. “Seja na televisão, seja como responsável por um teatro chamado de teatro de ação, ele, eu, Joel Rufino,Jorge Coutinho. Filmes que ele fez e de que eu participei. Milton teve essa grandeza iluminada no seu chamamento, nesse gesto nobre”, recordou.

A atriz Valentina Herszage lembrou o início da carreira em novelas, que foi junto com Milton. “Ele foi muito gentil e carinhoso. Eu estava apavorada, chegando à televisão com medo de tudo, e ele me acalmava. As cenas corriam de maneira muito calma e com muita confiança. Foi lindo o encontro, cada um em uma ponta da carreira: eu no início e ele, agora, já perto do fim. Era minha primeira novela na TV Globo, eu tinha 19 anos, e esse encontro com Milton foi muito especial por isso”, contou, lembrando da novela Pega-Pega.

O ator Mateus Solano, que também atuou em Pega-Pega, disse que, desde criança, acompanhou os personagens vividos por Milton e tem as melhores lembranças dele, “um homem vibrante que, com mais de 80 anos, estava trabalhando e fazendo as pessoas felizes”. “Estamos aqui para celebrá-lo como ator, como artista, como autor, como militante do movimento negro e também como sindicalista, que defendeu a nossa classe.” Para Solano, o colega deixa um legado de amor, de esperança e de reflexão sobre a sociedade atual. “O Milton é um artista que nos lembra que não basta ser um bom profissional. É preciso ser um bom cidadão.”

Fãs

A enfermeira carioca Neide Damas, de 60 anos, mora em São Paulo, mas está passando uns dias no Rio e, muito emocionada, foi ao Municipal se despedir do ator. “Mesmo que estivesse lá em São Paulo, eu era capaz de montar um altarzinho e fazer uma homenagem a ele. É uma pessoa que vai ficar nos nossos corações para o resto das nossas vidas”, afirmou. “Na televisão, vai ficar faltando um pedaço. As pessoas hoje trabalham por dinheiro, ele trabalhava por amor. Era o que ele passava para a gente.”

Lucila John, de 73 anos, moradora de Pedra de Guaratiba, enfrentou a distância para prestar uma homenagem ao ator. “Sempre acompanhei os trabalhos dele, gostava muito dele. Vim dar o último adeus a um amigo”, afirmou. Mesmo nunca tendo se encontrado pessoalmente com o ator, Lucila o considerava um amigo, “por vê-lo na televisão”.

Preconceitos

O filho, Maurício Gonçalves, também ator, destacou que o pai lutou muito contra o preconceito e pela valorização dos profissionais negros.

“Meu pai, nesse ponto, ensinou a gente a entrar nos lugares sem baixar a cabeça. Acho que ensinou também a muita gente neste país hipócrita, que continua racista. A porta está se abrindo agora. Minha tristeza é que ele e Joel Rufino dos Santos, que eu tenho como um tio, batalharam tanto e não viram essa portinha se abrindo. Isso é a coisa que me deixa um pouco triste, mas ele fez o que tinha que ser feito e está lá no céu”, afirmou.

Enredo

No desfile das escolas de samba da Série Ouro, a Acadêmicos de Santa Cruz homenageou o ator com o enredo Axé, Milton Gonçalves-No Catupé de Santa Cruz. Debilitado pelo AVC, o ator não pôde ir para o desfile, mas assistiu pela televisão.

“Ele assistiu ao desfile e ficou profundamente emocionado. A gente cantou o mais alto que podia com todo o coração, porque cada linha do samba conta uma fase da vida dele e bateu fundo”, disse a filha, Alda Gonçalves.

Paixões

Familiares e amigos se despedem de Milton Gonçalves em velório, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro

No velório, filhos de Milton Gonçalves erguem a bandeira do Flamengo, uma das paixões do ator – Tomaz Silva/Agência Brasil

Em cima do caixão, duas das maiores paixões de Milton: as bandeiras do Flamengo e da Mangueira. “O Flamengo é uma parte muito importante das nossas vidas. Ele frequentou jogos com o meu irmão. Meu pai gostava de ficar na arquibancada para sentir o calor da galera”, disse Alda.

Para ela, que a Mangueira é a melhor das histórias da vida de seus pais, porque foi em um ensaio da escola que os dois tiveram o primeiro encontro. “Foi uma história de 50 anos de muita felicidade, muita troca de intelectualidade e muito amor, gerando a gente como filhos e uma família muito integrada.”

Carreira

Milton Gonçalves nasceu em 9 de dezembro de 1933, em Monte Santo, Minas Gerais. Filho de trabalhadores rurais, mudou-se com a família, ainda pequeno, para São Paulo. Lá foi aprendiz de sapateiro, de alfaiate e de gráfico. E foi na gráfica que recebeu um convite para assistir a uma peça de teatro. O encantamento com o ofício foi imediato e em 1957 fez a estreia no Teatro Arena na peça Ratos e Homens, de John Steinbeck.

“O Teatro de Arena tinha algumas propostas da época, revolucionárias. Quais eram? Descobrir, ou formatar, formalizar uma maneira brasileira de interpretar. Passamos a pesquisar como o homem brasileiro anda, como ele come, como ele fala, como ele gesticula”, contou Milton, em depoimento ao Projeto Memória Globo.

Em 1958, depois de uma turnê pelo Brasil, que terminou no Rio de Janeiro, preferiu permanecer na cidade e entrou para o Teatro Nacional de Comédia. Milton foi contratado pela TV Globo antes mesmo da inauguração da emissora, em 1965, e teve uma carreira longa de ator e diretor em mais de 40 novelas, programas humorísticos e minisséries.

Entre os personagens marcantes em novela fez o Zelão das Asas, de O Bem-Amado (1973), e animava também os filhos em casa que adoravam ver o pai voando na tela como um super herói. Foi diretor nas primeiras versões de Irmãos Coragem (1970), A Grande Família (1972) e Escrava Isaura (1976). Nas séries, dirigiu Carga Pesada (1979) e Caso Verdade (1982-1986).

Com a interpretação do personagem Pai José na segunda versão da novela Sinhá Moça, em 2006, foi indicado para o prêmio de melhor ator no Emmy Internacional e foi o primeiro brasileiro a apresentar a premiação. Ao lado da atriz americana Susan Sarandon, na cerimônia de 2006, anunciou o vencedor de melhor programa infanto-juvenil.

A última participação em novelas foi em O Tempo Não Para, em 2018, em que interpretava o catador de recicláveis Eliseu. No ano seguinte, atuou pela última vez na Globo, na minissérie Se eu Fechar os Olhos Agora, com roteiro de Ricardo Linhares, inspirado na obra de mesmo nome do jornalista Edney Silvestre.

O ator teve ainda passagem pela política, sendo candidato ao governo do Rio de Janeiro, em 1994. Foi também superintendente da Rádio Nacional, nos anos 1980. “A Rádio Nacional é a rádio que estava na minha infância. Eu ouvia suas novelas, com minha mãe passando roupa, com aquele ferro quente à brasa. Era uma rádio que chegava no Brasil inteiro.”

Milton era viúvo de Oda Gonçalves, com quem se casou em 1966 e teve o filhos Maurício, Alda e Catarina. “Lá atrás, na década de 60, casar com uma branca, filha de advogados, não foi fácil,não”, afirmou Maurício, apontando mais uma das barreiras enfrentadas pelo pai na vida.

“Que mais eu sou? Sou um ser em disponibilidade para o trabalho. Se for para trabalhar legal, tem em mim um bom parceiro. Tenho esperança e fé de que vou poder contribuir ética e culturalmente; tenho certeza de que vou”, disse Milton ao Projeto Memória Globo.

Por: Agência Brasil

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Deolane Bezerra promete ajudar casal que vive em situação de rua

O casal agora procura um lugar para morar.

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A advogada e influenciadora digital Deolane Bezerra surpreendeu os seus seguidores ao revelar que vai ajudar um casal em situação de rua que ganhou fama nas redes sociais. Douglas e Gabrielly, que moram em uma barraca no Estado de São Paulo, conquistaram milhares de fãs ao compartilhar a sua rotina de luta e superação.

Em seus stories do Instagram, Deolane Bezerra disse que ficou emocionada com a história do casal e que vai doar uma quantia em dinheiro para que eles possam sair das ruas e alugar uma casa. Ela também se comprometeu a pagar alguns meses de aluguel para que eles tenham tempo de se organizar e buscar novas oportunidades.

O casal agradeceu o gesto de solidariedade da influenciadora e disse que está à procura de um lugar para morar. Eles também afirmaram que pretendem continuar mostrando a sua realidade nas redes sociais e inspirando outras pessoas que enfrentam dificuldades.

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MC Ryan SP afirma que está na hora de voltar da praia porque o ‘dinheiro acabou’

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O funkeiro MC Ryan SP anunciou o fim de suas férias em Angra dos Reis (RJ) em uma postagem no Instagram, na qual brincou que o dinheiro acabou. Ele estava acompanhado de outros MCs, como Davi, Hariel, Don Juan e Cebezinho, com quem gravou o clipe da música “OQIGAP?”.

A canção, que significa “O que eu ganho, eu gasto”, é um sucesso nas plataformas digitais e fala sobre a ostentação e a superação dos funkeiros que saíram da periferia e conquistaram o público. O clipe mostra os MCs curtindo as belezas naturais e as festas de Angra dos Reis, em um clima de descontração e alegria.

MC Ryan SP é um dos nomes mais populares do funk atual, com letras que misturam ostentação, romance e realidade. Ele faz parte do coletivo Let’s Go, que reúne vários MCs de sucesso, como IG, PH, Paiva e Rick34. Ele também já se envolveu em algumas polêmicas, como quando abandonou o palco na Tusca, uma festa universitária de São Carlos (SP), após levar uma chinelada de um participante.

Veja o vídeo abaixo:

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João Carreiro é velado com chapéu que era ‘marca registrada’ de sertanejo

Sertanejo morreu durante cirurgia no coração nessa quarta-feira (3). Velório ocorre em Campo Grande e o corpo será sepultado em Cuiabá (MT).

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O cantor sertanejo João Carreiro, que faleceu na quarta-feira (3), em Campo Grande, após complicações de uma cirurgia no coração, recebeu uma homenagem especial no seu velório, que aconteceu na manhã desta quinta-feira (4), na Câmara Municipal. Seu corpo foi coberto com o chapéu branco que era sua “marca registrada” e que o acompanhava em todas as suas apresentações.

O chapéu, que tinha tachas prateadas e uma cruz preta, era um símbolo da personalidade e do estilo musical de João Carreiro, que se destacou no cenário sertanejo com canções como “Desatino”, “Bruto, Rústico e Sistemático” e “Xique Bacanizado”. Nas redes sociais, os fãs do cantor postaram fotos e vídeos dele usando o chapéu, que se tornou inseparável de sua imagem.

Além do chapéu, um banner com uma foto do cantor foi colocado ao fundo do caixão, como uma forma de lembrar sua trajetória artística. João Carreiro formou dupla com Capataz por 15 anos, e gravou seis álbuns e um DVD. Em 2014, a dupla se separou por motivos de saúde de João Carreiro, que sofria de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Desde então, ele se dedicou à carreira solo e lançou novas músicas, como “O Bagulho é Louco Mano” e “Nunca Namore um Cowboy”.

Durante o velório, a mãe de João Carreiro, Eteuvânia Reis, falou sobre a perda do filho e como ele era querido por todos que o cercavam. “Todas as pessoas só falam que o João é uma pessoa maravilhosa. E ele é uma pessoa maravilhosa. Um filho maravilhoso. Um irmão maravilhoso. Um neto maravilhoso. Um tio maravilhoso. Um pai maravilhoso. Um amigo que ama os amigos. Companheiro de todos os companheiros. Pregador da conciliação. Da alegria. Então, passou aqui. E deixou essa semente. Da conciliação. Do amor. Da alegria. E da poesia. Eu te amo meu filho. Eu te amo e sou mãe”, disse Eteuvânia, emocionada.

O sepultamento de João Carreiro está previsto para acontecer às 16h, no Cemitério Parque das Primaveras, em Campo Grande. O cantor deixa dois filhos, João Pedro e João Lucas, e uma legião de fãs que lamentam sua partida precoce.

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