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Educação

Feira virtual de livros promove produção editorial de periferias de SP

Evento terá venda de mais de 190 títulos, debates e lançamentos

Foto: Rayra Paiva Franco/O PANORAMA

A primeira edição da Feira Virtual do Livro das Periferias, evento que reúne editoras e selos de publicação vinculados às periferias da região metropolitana de São Paulo, começa hoje (4) e vai até o dia 6 de dezembro.

A iniciativa da Ação Educativa promove apresentações e mesas de diálogo sobre as produções dos territórios periféricos por meio de saraus, leituras de textos, incentivo à leitura e comentários sobre os livros publicados pelas editoras e selos das periferias. A participação é gratuita e a programação completa está disponível no site do evento.

O coordenador cultural da Ação Educativa, Eleilson Leite, diz que o movimento editorial nas periferias se expandiu, principalmente a partir dos saraus, no início dos anos 2000. “Ali, ele conquistou leitores e escritores, que se desdobram em múltiplas e potentes vertentes literárias. A Feira do Livro é um dos pilares de um projeto inovador e que nos traz muito orgulho, abrindo espaço para a necessidade do protagonismo cultural descentralizado”. 

Editoras

Para as editoras, a feira é uma oportunidade de alcançar novos leitores e leitoras. A editora Kitembo é da Brasilândia, zona norte da capital, e trabalha desde 2018 produzindo livros de escritores e ilustradores negros e negras. O editor Israel Neto afirma que participar da feira é mostrar mais da literatura produzida na periferia. “Trabalhamos com literatura negra fantástica, isto é, fantasia, terror, ficção científica e afro futurismo, então estar nesse contexto, dentro da periferia, é fomentar essa disputa de imaginário”.

Ele ressalta que participar dessa feira é poder mostrar o trabalho para mais pessoas. “A gente evidencia que existe outra escrita, de periferia, que também é do entretenimento, da ancestralidade e é uma escrita diversa, que não está só no gênero da poesia, da crônica e do conto, é um gênero que vai para as novelas e para as obras grandes de ficção. Participar dessa feira será importante para a cena da produção literária das periferias”, afirmou Neto.  

A coordenadora da Editora Mijiba, Elisandra Souza, ressaltou que a feira vai alcançar mais leitores interessados em literatura negra feminina. “Nós já temos uma grande produção, mas ainda somos muito invisibilizados, o nosso alcance acaba sendo nos próprios pares e estamos nessa busca de leitores do nosso segmento. A editora já fez campanhas virtuais, uma chamada – Procura-se leitores de literatura negra feminina – e essa feira está diretamente ligada à extensão do nosso alcance e com a possibilidade da venda direta dos nossos livros, chegando a novos leitores e leitoras”. 

Crescimento

Junto com o lançamento da feira, também ocorre a divulgação da pesquisa inédita Editoras e Selos Editoriais das Periferias de SP, realizada pela Ação Educativa sobre o mercado editorial das periferias da região metropolitana. De acordo com a pesquisa, são 375 títulos publicados por essas editoras, somando 187.500 exemplares estimados, um mercado que até abril de 2020 gerou R$ 3,75 milhões em vendas. São 275 autores e autoras, sendo um terço desse total composto por mulheres. Quanto ao recorte racial, também um terço dos autores e autoras são negros.

A pesquisa revela ainda que a maioria dos leitores é formada de moradores das próprias periferias (51,8%), e o custo elevado é identificado como a principal dificuldade no acesso aos títulos (29,6%). Na perspectiva das editoras e selos, a divulgação (32,7%) é o maior desafio para ampliar o acesso.

Quanto à distribuição territorial, a periferia da zona sul de São Paulo concentra metade (50%) das editoras e selos, seguida pela zona norte, com pouco mais de um quarto do total (27,7%). Apenas uma está localizada fora da capital paulistana, em Embu das Artes, na Grande São Paulo. 

A pesquisa considerou as editoras e os selos de publicação das periferias de São Paulo surgidos entre 2005 e 2019. No período de 14 anos, foram observadas 18 editoras, dez das quais surgidas entre 2011 e 2016.

Apesar da estrutura de pequeno porte, a pesquisa mostrou que a maioria (61,1%) das editoras e selos que participaram do levantamento tem CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), o que sugere a consolidação de um negócio editorial e permite a essas organizações uma variedade de atividades, em comparação com aquelas que não possuem ou têm seu cadastro prejudicado. 

O CNPJ é constituído por essas organizações não só para permitir a edição e comercialização editorial, mas também a realização de atividades relacionadas, como organização de eventos literários, participação em editais públicos e privados e prestação de serviços de natureza artística e educativa.

Realizada em nove etapas entre fevereiro e agosto de 2020, a pesquisa tem o objetivo de contribuir para a democratização do mercado editorial brasileiro e para a ampliação da bibliodiversidade nas práticas de leitura do país.

Por: Agência Brasil

Educação

Mini gênio brasileiro de 10 anos passa em universidade e Justiça guarda vaga

Luan disse que está ansioso para começar a faculdade e que não quer ficar parado no ensino básico

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Foto: Reprodução

Luan Gabriel Aguiar Gama, um prodígio brasileiro de apenas 10 anos, surpreendeu a todos ao ser aprovado no curso de Licenciatura em Matemática na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). O menino, que já demonstrou sua aptidão para os números e o conhecimento no quadro Pequenos Gênios, do Domingão com Huck, na TV Globo, fez a prova por curiosidade e obteve o 13º lugar na lista final dos aprovados.

No entanto, a sua vaga estava ameaçada pela falta de conclusão do ensino básico. Por isso, os representantes de Luan entraram na Justiça com um pedido para que a UEA reservasse a sua vaga até que ele pudesse ingressar na faculdade. Eles apresentaram um relatório neuropsicológico que atesta que o estudante possui altas habilidades e superdotação do tipo acadêmico.

O juiz Marcelo Vieira acatou o pedido e determinou que a UEA garantisse a vaga de Luan, além de ordenar que o Estado realizasse um exame de avanço escolar para ele em até 45 dias. O objetivo é verificar se o aluno está apto a prosseguir nos seus estudos sem prejuízo para o seu desenvolvimento emocional e social.

O magistrado, porém, não autorizou a matrícula imediata de Luan na faculdade, considerando que o ambiente universitário pode apresentar situações incompatíveis com o seu nível de maturidade. Ele ressaltou que a decisão visa preservar o bem-estar do menino, que ainda precisa de acompanhamento pedagógico e psicológico.

Luan, que sonha em ser cientista e professor, disse que está ansioso para começar a faculdade e que não quer ficar parado no ensino básico. Em uma postagem nas redes sociais, ele defendeu o direito das crianças superdotadas de avançarem nos seus estudos. “Imagina uma criança que já sabe de tudo do ensino básico. Você vai deixar a criança triste, porque ele vai ficar revendo os mesmos assuntos durante vários e vários anos. Eu recomendo que não privem essas crianças”, escreveu.

O pequeno gênio, que também é apaixonado por geografia, foi o primeiro representante do Amazonas no quadro Pequenos Gênios, onde impressionou o público e o apresentador Luciano Huck ao resolver cálculos complexos e identificar países no mapa. A sua trajetória é um exemplo de talento e dedicação que inspira muitas pessoas. Parabéns, Luan!

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Educação

Lula cria poupança para estudantes do Ensino Médio

Ainda sem mais detalhes, presidente anunciou que estudantes do ensino médio terão direito a uma poupança no final do curso.

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O governo federal criou um programa de poupança para estudantes de baixa renda da rede pública que terminarem o ensino médio. A medida foi enviada ontem ao Congresso Nacional e publicada hoje no Diário Oficial da União. O programa vai depositar todo mês um valor em uma conta do aluno, que poderá sacar ao final do curso, se cumprir algumas exigências.

Para participar do programa, o estudante deve estar no Cadastro Único, ter renda per capta de até R$ 218, estar matriculado no ensino médio, ter boa frequência e aprovação escolar e fazer as provas nacionais, como o Saeb e o Enem.

A secretária de Educação do Distrito Federal, Helvia Paranaguá, elogiou a proposta e afirmou que o DF vai aderir ao programa assim que possível. “As condicionalidades são interessantes e, de fato, um incentivo para que o estudante continue na escola e a gente diminua a evasão escolar”, disse.

O valor do depósito mensal e as regras para saque ainda serão definidos pelo governo em uma regulamentação posterior. Os beneficiários poderão utilizar a poupança como desejarem, sem restrições. O programa tem como meta atender cerca de 4 milhões de estudantes até 2025.

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Educação

Professora depende de aluno que beijou para não responder por crime, diz polícia

A professora só deve responder por crime se for comprovado que não houve consentimento.

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Uma professora de artes de uma escola municipal em Praia Grande, no litoral de São Paulo, perdeu o emprego após confessar que beijou um aluno de 14 anos. O caso veio à tona depois que a mãe de uma outra aluna encontrou mensagens da docente no celular da filha, revelando o envolvimento com o estudante e convidando a adolescente para fumar. A Polícia Civil investiga se houve crime de assédio sexual por parte da professora, que só será punida criminalmente se o aluno afirmar que foi coagido, ameaçado ou violentado.

O fato ocorreu na escola Vereador Felipe Avelino Moraes, onde a professora trabalhava. A mãe da aluna que recebeu as mensagens denunciou o caso à diretoria da escola, que demitiu a educadora. Segundo a mãe, a professora contou que havia beijado um estudante do 9ª ano do Ensino Fundamental, que tinha vontade de “transar com ele” e que queria levar a filha dela para fumar.

O delegado titular do 3º Distrito Policial de Praia Grande, Rodrigo Martins Iotti, disse à reportagem que as investigações foram divididas em duas partes: o beijo da professora no aluno e as agressões contra outro estudante que foi espancado por colegas que acharam, erroneamente, que ele havia denunciado a relação da professora com o aluno. Esse estudante é o melhor amigo da aluna que trocava mensagens com a docente.

Como o caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil, a professora será investigada, mesmo que não tenha sido registrado um Boletim de Ocorrência (BO) contra ela. O único registro é das ameaças e agressões contra o adolescente espancado e a amiga. A Polícia Civil já solicitou à Secretaria de Educação (Seduc) informações sobre como o caso foi conduzido pela escola e quem são os envolvidos. A professora, o aluno beijado e os pais dele serão intimados e devem prestar esclarecimentos na próxima semana.

Por ter mais de 14 anos, o depoimento do estudante e as investigações definirão se houve crime de assédio sexual. Caso ele fosse um ano mais novo, a professora responderia por estupro de vulnerável. “O legislador brasileiro optou pelo entendimento de que a pessoa com 14 anos já tem um discernimento para decidir a respeito de questões sexuais. Então, a princípio, não há crime. O que a gente vai apurar é se ela se aproveitando da condição de professora teria obtido a vantagem sexual em troca de algo”, explicou o delegado.

Se for constatado que houve consentimento do adolescente, a professora pode responder uma ação cível, caso o advogado de um dos envolvidos entre com um processo no Ministério Público (MP). Em relação às agressões contra o adolescente, um inquérito policial de ameaça e lesão corporal foi instaurado. Posteriormente, o caso será encaminhado para o MP da Infância e da Juventude.

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