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Fotógrafo relata ter sido agredido por PM acusada de omissão 

‘Ela me agarrou pelo pescoço e me segurou por uns cinco segundos’, disse.

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Foto: Reprodução

O repórter fotográfico que registrou as imagens de um investigador armado da Polícia Civil ameaçando um jovem negro no último domingo (12) afirma ter sido agredido pela policial militar que presenciou toda a ocorrência sem interferir.

O repórter, que pediu para não ser identificado, disse que a PM o agarrou pelo pescoço e o imobilizou por alguns segundos, mesmo após ele se identificar como profissional da imprensa. “Ela me largou e, nisso, o rapaz [policial civil] que estava armado chegou perto, pedindo um contato dela. Foi quando eu virei para o rapaz e perguntei se ele tinha porte de arma, e ele me respondeu que sim. Naquele momento, eu não me senti confortável de continuar no lugar. Os dois estavam de comum acordo, conversando tranquilamente depois do episódio”, contou.

Nas imagens, é possível ver que o policial civil, identificado como Paulo, estava acompanhado de uma mulher e duas crianças, que seriam sua esposa e filhas. A mulher tentou conter o marido, que apontou a arma para ela e para o jovem negro, que estava desarmado e assustado. A mulher se colocou na frente do adolescente e implorou para que o policial guardasse a arma, mas ele não obedeceu. As crianças choravam e pediam para ir embora.

O ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Silva, afirmou que pedirá o afastamento e desarmamento do policial civil, que já tem histórico de violência e uma medida protetiva contra ele solicitada pela própria irmã. Silva também criticou a omissão da policial militar, que deverá responder criminal e disciplinarmente pelo caso. Segundo ele, um policial deve agir prontamente sempre que presenciar um crime, estando ou não em serviço.

No vídeo, o repórter fotográfico pede ajuda à PM, que vestia uma camiseta da corporação e um cinto militar, com uma arma no coldre. Ela, porém, se recusa a intervir e manda ele ligar para o 190. Quando ele questiona o papel dela, ela o ameaça de prisão e diz que o procedimento é acionar a central e solicitar o auxílio de uma viatura. “O meu papel é ligar 190 e pedir apoio”, diz a PM, que não tinha celular consigo.

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